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Em meio a novas denúncias, PSB julga se expulsa ou não deputado José Gomes

Partido julgará, nesta quinta-feira (17/12), representação apresentada contra parlamentar por suposto abuso de poder econômico

atualizado

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José Gomes
1 de 1 José Gomes - Foto: Hugo Barreto/Metrópoles

Alvo de nova operação da Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF) e o Ministério Público do DF e Territórios (MPDFT), noticiada pelo Metrópoles, nesta quarta-feira (16/12), o deputado distrital José Gomes (PSB) será julgado internamente pelo Diretório Regional do PSB na quinta-feira (17/12). A sigla decidirá se expulsa ou não o parlamentar. As denúncias aumentaram do “desconforto” do partido com a permanência do distrital.

As investigações da PCDF e do MPDFT ocorrem no âmbito das operações Alfa 19 e Cidade Livre, reveladas pelo Metrópoles. O deputado distrital Roosevelt Vilela (PSB) também está entre os alvos da ação, assim como a Administração Regional do Núcleo Bandeirante e a Real JG Serviços Gerais, empresa da família de Gomes.

Veja imagens da operação na CLDF:
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Policiais e promotores fazem buscas na CLDF
Policiais chegaram nesta madrugada à sede da CLDF
Operação é coordenada pela Decor
A ação ocorre um dia depois de a Casa escolher a nova Mesa Diretora
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Policiais e promotores fazem buscas na CLDF

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Policiais chegaram nesta madrugada à sede da CLDF

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Operação é coordenada pela Decor

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A ação ocorre um dia depois de a Casa escolher a nova Mesa Diretora

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Promotores do MPDFT também participam da operação

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Polícia Civil do DF investiga o caso, através da 38ª DP (Vicente Pires)

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Foto ilustrativa

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Antes das novas denúncias, a comissão Executiva do PSB no Distrito Federal já havia marcado o julgamento interno do deputado distrital José Gomes (PSB) para 17 de dezembro. O parlamentar teve o mandato cassado pela Justiça Eleitoral por suposto abuso de poder econômico nas eleições de 2018. O distrital recorre da sentença e permanece na Câmara Legislativa graças a uma liminar do Supremo Tribunal Federal (STF).

Segundo o presidente regional do PSB, Rodrigo Dias, as novas denúncias não vão entrar como elementos novos no julgamento da comissão de ética, pois não têm relação com a representação que teve como foco o caso de suposto abuso de poder econômico em 2018. No entanto, para Dias as novas acusações tornam ainda mais desconfortável aa permanência de Gomes.

“São recorrentes os casos de investigação contra o deputado. O PSB fica desconfortável com essa situação, porque o partido não coaduna com esse tipo de pratica”, pontuou Dias.

Mesmo assim, o presidente da sigla enfatiza que Gomes tem o direito à ampla defesa, seja na nova denúncia seja no julgamento da Comissão de Ética. A mesma postura está presente na avaliação do partido sobre Roosevelt Vilela. Esperamos que as investigações sejam feitas com todo o rigor. Se comprovado o teor das denúncias, que os envolvidos sejam punidos com todo o rigor”, declarou.

Caso José Gomes seja expulso, o partido poderá recorrer na Justiça para assumir o mandato na CLDF. Neste caso, quem assumiria a vaga na Casa, seria a primeira suplente, a ex-deputada Luzia de Paula (PSB).

A CLDF elegeu a nova formação da Mesa Diretora e das comissões. A Comissão de Fiscalização Governança Transparência e Controle ficou com José Gomes. A Comissão de Segurança foi confiada a Roosevelt Vilela.

Veja nota do PSB sobre o caso:

NOTA PÚBLICA PSB

O PSB-DF defende que as investigações da PCDF e MP sejam feitas com rigor e, caso se comprovem o teor das acusações, que os envolvidos sejam punidos exemplarmente.

O partido tem como uma de suas principais bandeiras a ética e a moralidade, e, exatamente por essa razão, instaurou inclusive processo na Comissão de Ética contra o Deputado José Gomes, em virtude da sua condenação por ilícitos de natureza eleitoral, estando o julgamento convocado para amanhã.

O desdobramento das investigações será acompanhado atentamente pelo partido para avaliar eventuais medidas disciplinares.

Rodrigo Dias
Presidente do PSB-DF

Prova de lealdade

José Gomes foi condenado pela Justiça Eleitoral por abuso de poder econômico. A defesa do parlamentar questionou a decisão no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e no Supremo Tribunal Federal (STF). O político chegou a ser cassado, mas, em outubro deste ano, o ministro Dias Toffoli suspendeu a decisão, e o parlamentar retomou o mandato.

O empresário é acusado por funcionários da empresa da família, a Real JG Serviços Gerais, de obrigá-los a votarem nele nas eleições de 2018. O caso foi revelado pelo Metrópoles.

Conforme mostrou a reportagem, o parlamentar foi denunciado por trabalhadoras demitidas, após se recusarem a fazer campanha para ele. Estão anexados ao processo áudios de um primo de José Gomes, nos quais ele pede que os empregados fossem leais ao empresário e votassem nele. A primeira suplente de Gomes é a ex-deputada distrital Luzia de Paula (PSB).

Em nota, José Gomes informou “que está tranquilo e que não cometeu nenhum ato ilícito. Ele irá cooperar com as investigações para dirimir qualquer dúvida”.

Roosevelt Vilela, também alvo da investigação, foi indiciado pela Polícia Federal por crime eleitoral em inquérito que apurou suposto uso de cargos na Administração Regional do Núcleo Bandeirante, Candangolândia e Park Way para captar votos em 2018. As apurações apontaram que o deputado, enquanto administrador das regiões, usou a máquina publica para se beneficiar. Ele teria feito nomeações em troca de votos.

Em nota, o deputado Chico Vigilante (PT) lamentou que “a imagem do Poder Legislativo do DF” fique “manchada” com a operação realizada nesta manhã. “Obviamente, todos têm direito à ampla defesa prevista na legislação penal. Mas, para que não fique a mácula sobre a Casa e sua administração, é preciso que o presidente Rafael Prudente instaure investigação interna para que os fatos levantados nesse procedimento policial não fique apenas nas questões criminais. É preciso de apuração de eventuais lesões à ética parlamentar. Por isso, a direção da CLDF deve agir com determinação e agilidade e prestar contas à população do Distrito Federal.”

A Câmara publicou nota, se colocando a disposição das autoridades nas investigações:

Na data de hoje, dia 16/12, foi cumprido mandado de busca e apreensão de documentos no gabinete do deputado distrital José Gomes (PSB) realizada pelo Ministério Público e a Polícia Civil do DF.

A CLDF estará sempre à disposição dos órgãos investigativos e do poder judiciário para prestar quaisquer esclarecimentos. 

Administração do N. Bandeirante

A Administração Regional do Núcleo Bandeirante também posicionou-se, na tarde desta quarta-feira (16/12), sobre as operações. Em nota, o órgão informou que, “apesar dos fatos terem ocorrido na gestão passada”, está “à disposição para eventuais esclarecimentos”.

O administrador, Adalberto Carvalho, também é alvo da operação. Nesta manhã, investigadores apreenderam documentos, celular e carro durante busca na casa dele. A assessoria da Administração Regional confirmou a informação, mas ressaltou que os objetos são funcionais e foram doados ao órgão na época em que Roosevelt Vilela era o administrador da cidade. O Metrópoles tenta contato com Adalberto.

Confira a nota completa:

A Administração Regional do Núcleo Bandeirante apoia a Operação Cidade Livre e Alpha 19 ou qualquer operação policial com objetivo apurar irregularidades na administração pública.

Apesar dos fatos terem ocorrido na gestão passada, a atual gestão se coloca à disposição para eventuais esclarecimentos.

Os gastos que envolvem o erário são publicados irrestritamente por esta Administração Regional no portal da transparência conforme a (lei n° 6.924,de 25 de julho de 2009).

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