Em greve, empregados do Banco do Brasil entram em conflito com PMs no DF
Episódio ocorreu no Setor Bancário Sul. Sindicato reclama de maneira como grevistas foram retirados do local
atualizado
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A manifestação de apoio do Sindicato dos Bancários do DF à greve de funcionários do Banco do Brasil terminou em confusão com a Polícia Militar do Distrito Federal (PMDF) na manhã desta quarta-feira (10/2). O caso ocorreu no estacionamento da Sede 1, no Setor Bancário Sul (SBS).
O presidente da entidade, Kleytton Morais, esteve no local e gravou um vídeo onde reclama do que chamou de “artimanha sacana” dos policiais. “Estávamos em um movimento extremamente ordeiro, pacífico. Chamaram para conversar e, de modo sorrateiro, furaram a paralisação colocando à força trabalhadores da vizinhança para dentro”, explicou.
Segundo ele, ainda houve intimidação dos policiais contra os grevistas “Eles chegavam aos trabalhadores dizendo: ‘Você está ou não a fim de trabalhar?’, como se isso fosse prerrogativa da PM”, reclama.
Já a PMDF informou que “os grevistas estavam impedindo a entrada dos servidores que estavam indo trabalhar”. Segundo a corporação, houve uma negociação para que o acesso fosse liberado, mas os manifestantes estariam “irredutíveis”.
Dessa forma, a PM informou que “foi necessário o uso da força para que os servidores tivessem acesso ao local de trabalho”.
Greve nacional
Os funcionários do Banco do Brasil aprovaram a greve nacional, por meio de assembleia on-line, contra medidas impostas pelo governo do presidente Jair Bolsonaro (sem partido).
Os trabalhadores do BB querem assegurar junto à direção do banco a abertura de diálogo e de negociação acerca das medidas que compõem o plano de reestruturação, anunciado em 11 de janeiro. Com a medida, o governo prevê fechar 112 agências e desligar 5 mil funcionários.
“Com a paralisação do dia 29 de janeiro e com a decretação agora do estado de greve, os bancários e bancárias do BB demonstram disposição de resistir e lutar, apesar de toda pressão, ameaças e perseguição da direção do banco”, diz o presidente do Sindicato dos Bancários no DF, Kleytton Morais.
“Os trabalhadores não sucumbem diante da instauração do terror com descomissionamentos e descensos. E mostram que, com unidade, é possível vencer o medo e derrotar a política do atraso implementada pelo governo da dupla Guedes-Bolsonaro”.
Bolsonaro chegou a avaliar demitir o presidente do banco, André Brandão, devido à repercussão da medida, mas recuou após pedido do ministro da Economia, Paulo Guedes.
De acordo com o presidente do sindicato, a expectativa é de que o banco se disponha a discutir a reestruturação com as representações dos funcionários, ainda esta semana, em reunião mediada pelo Ministério Público do Trabalho (MPT).