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Em golpe, vidente diz que “entidade de luxo” só aceitava uísque importado

Falsária disse que espírito era “caro” e oferenda custeada pela vítima deveria ter bebida do exterior, vinho e champanhe para agradar

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1 de 1 vidente - Foto: istock

O desejo de reatar o relacionamento com uma ex-noiva custou caro para mais uma vítima da falsa vidente investigada pela Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF). Desiludido, o homem procurou Vera Lúcia Nicolitch, 52 anos, conhecida como Dona Lúcia ou Dona Vera, para realizar um trabalho espiritual e trazer a amada de volta.

Como era de se esperar, o homem amargou um prejuízo de aproximadamente R$ 5,5 mil e permaneceu solteiro.

De acordo com as investigações conduzidas pela 4ª Delegacia de Polícia (Guará), a vítima chegou até a sensitiva por meio de pesquisas na internet. Ambos moravam perto um do outro, na região do Guará II. Com isso, marcou uma consulta e foi até a casa da falsária. No local, pagou R$ 50 pela sessão e ouviu da golpista que haviam feito um “trabalho” de macumba contra ele.

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Várias imagens eram utilizadas para dar maior veracidade à história
Vera Lúcia é alvo de cinco inquéritos policiais instaurados pela PCDF
Diogo, filho de Vera, também participava da farsa
Luana, esposa de Diogo, também foi presa por envolvimento em operação desencadeada pela PCDF em 26 de maio
Viviane, filha da vidente e apontada como comparsa nos golpes, é investigada
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Atendimentos fraudulentos ocorriam dentro desta casa

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Várias imagens eram utilizadas para dar maior veracidade à história

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Vera Lúcia é alvo de cinco inquéritos policiais instaurados pela PCDF

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Diogo, filho de Vera, também participava da farsa

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Luana, esposa de Diogo, também foi presa por envolvimento em operação desencadeada pela PCDF em 26 de maio

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Viviane, filha da vidente e apontada como comparsa nos golpes, é investigada

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Para desfazer a maldição, seria preciso uma limpeza espiritual. Para isso, ele teria que fazer duas oferendas, no valor de R$ 800 cada. Deveria usar, ainda, uísque importado, vinho e champanhe. Os materiais utilizados deveriam ser nobres porque, segundo a vidente, o espírito era caro (7 Encruzilhadas) e que o trabalho contra ele foi realizado para a pior entidade, de uma linha negra de umbanda.

Mais oferendas

A vítima contou na delegacia que pagou R$ 1,6 mil em espécie. “Ele chegou a pedir para acompanhar o trabalho. Entretanto, a vidente negou a participação alegando que ele estava com a energia negativa. Por isso, não poderia participar, mas veria o resultado em um período de  três a sete dias”, disse o delegado adjunto da 4ª DP, João de Ataliba.

Cerca de 10 dias depois, a vidente entrou em contato com o homem e afirmou que seria necessário fazer três novas oferendas no valor de R$ 700 cada. A quantia total, de R$ 2,1 mil, deveria ser entregue em espécie. O valor foi quitado mais uma vez pelo cliente.

Logo depois a sensitiva marcou um atendimento com o noivo, que deveria levar rosas brancas, pano branco, velas e se vestir totalmente de branco.

Durante a sessão, a golpista pegou os objetos e os colocou em uma toalha branca, entregou tudo ao cliente e disse que ele deveria ficar na posse dos materiais por 12 horas sem que ninguém os tocasse. O homem precisava levar os objetos no dia seguinte, às 7h, para ser realizado o ”banho de Iemanjá”.

Na hora combinada, a vidente pegou os objetos, os colocou em uma bacia e jogou água. Usando um truque com corante, Dona Vera deixou a água rosa e afirmou que deveria ser realizado um novo trabalho de R$ 2,5 mil. Caso o valor não fosse pago em 72 horas,  ele sofreria um acidente e não escaparia com vida.

Desconfiado, o homem viu reportagens na internet sobre os golpes praticados pela vidente e resolveu procurar a delegacia para relatar o ocorrido. O caso resultou na abertura de mais um inquérito que apura os crimes de estelionato e extorsão.

Os golpes

Entre os golpes mais famosos aplicados pela vidente, está um episódio que ocorreu em abril deste ano, quando mãe e filha tiveram um prejuízo de R$ 3,6 mil ao contratar os serviços espirituais da sensitiva. A falsária usou de artifícios como vomitar pedaços de carne crua e usar corante em uma bacia de água para simular sangue.

A cartomante deixou um rastro de desespero e prejuízo após explorar a fé das vítimas que cruzaram seu caminho. Entre as ocorrências investigadas, também está a da família de um servidor público aposentado do Itamaraty que teve quase R$ 200 mil de prejuízo após ele, a mulher e a filha se consultarem com a falsária.

O caso ocorreu em 2010 e só foi registrado neste ano, após a filha do servidor saber da prisão da golpista e de comparsas. Segundo o delegado João de Ataliba, a mulher pode responder também por esse crime, mesmo já tendo se passado uma década.

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