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Em falta nas farmácias, cresce mercado de máscaras caseiras no DF

Brasilienses conseguem renda extra com produção de máscaras laváveis de pano. A partir de 30 de abril, será obrigatório o uso do acessório

atualizado

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Myke Sena/ Especial Metrópoles
Homem usa mascara respiratória
1 de 1 Homem usa mascara respiratória - Foto: Myke Sena/ Especial Metrópoles

Em meio à pandemia do coronavírus, tem crescido no Distrito Federal o mercado de máscaras de pano caseiras e reutilizáveis. Atualmente, o  acessório faz parte da rotina da população. Nas farmácias, há semanas os estoques estão zerados devido à grande procura dos modelos tradicionais, o que fez impulsionar a fabricação domiciliar.

A utilização desses utensílios será ainda mais frequente: nessa quinta-feira (23/04), o governador Ibaneis Rocha (MDB) assinou decreto que torna obrigatório o uso das máscaras no Distrito Federal a partir de 30 de abril. Quem não cumprir a determinação pagará multa a partir de R$ 2 mil.

população do DF deve usar máscaras de proteção facial em todos os espaços públicos, vias públicas, nas paradas de ônibus, no transporte público coletivo e em estabelecimentos comerciais, industriais e de serviços.

Antes mesmo da edição do decreto, as máscaras de tecido laváveis têm se popularizado na capital do país. O próprio Ministério da Saúde (MS) recomenda à população o uso desse modelo simples confeccionado com tecido, deixando a prioridade das máscaras cirúrgicas e de maior proteção, como a N95, para uso do profissional de saúde e sintomáticos do coronavírus.

Com a recomendação para o uso obrigatório de máscaras, tem crescido o número de pessoas que enxergaram um potencial mercado e estão investindo na confecção do produto na capital da República.

“Vi nessa necessidade uma oportunidade. A minha filha começou a fazer e eu a ajudo vendendo, desde o início da pandemia. A procura está cada dia melhor”, disse a dona de casa Claudia Ortega, 55 anos. A filha dela é a artesã Juliana Ortega Lima, 36. Ambas moram em Vicente Pires.

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O valor da unidade é R$ 5
Há várias cores e estampas
Procura cresceu bastante nos últimos dias
Máscaras são confeccionadas pela artesã Juliana
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Claudia vende máscaras com a filha, Juliana

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O valor da unidade é R$ 5

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Há várias cores e estampas

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Procura cresceu bastante nos últimos dias

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Máscaras são confeccionadas pela artesã Juliana

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Nesta quarentena, Claudia conta que divide o dia entre as atividades de casa e a venda das máscaras, em cores e estampas diversas. “Vendemos, por semana, cerca de R$ 400. O valor da unidade é R$ 5. No começo, a Ju fez para presentear a família e para doação. Mas o trabalho está crescendo e estamos vendendo bastante”, comentou.

Saiba como fazer máscaras de proteção em casa.

Assista ao vídeo de Juliana Ortega Lima:

Moradora do Gama, a costureira Aparecida Faria, 45, também está nessa produção. “A procura é grande e sempre quem compra leva mais de uma, para toda a família”, explicou. Hoje, Aparecida pega encomendas para entregar no prazo de três dias.

A vendedora Daniella do Socorro Sousa do Nascimento, 26, juntou-se a um amigo nessa luta contra o coronavírus e está comercializando o produto. Durante a venda, há instruções sobre o uso correto da máscara.

Segundo Daniella, “como trabalho com venda de confecção de roupa, minha produção durante a pandemia do coronavírus foi baixando e fiquei parada. Daí, o rapaz que confecciona as roupas deu a ideia de fazer as máscaras de tecido, já que foram autorizadas pelo Ministério da Saúde”.

“Não pensei duas vezes e estou comercializando num precinho muito bom e acessível para que todos garantam a sua e se protejam. A minha é bem reforçada e ensinamos como usar, retirar e lavar a máscara. Já vendi mais de 2 mil unidades”, contou.

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A máscara custa R$ 10. A partir de 100 unidades, sai a R$ 6, cada
Também há a opção infantil
As máscaras são lisas
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Instruções para o uso das máscaras vendidas por Daniella

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A máscara custa R$ 10. A partir de 100 unidades, sai a R$ 6, cada

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Também há a opção infantil

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As máscaras são lisas

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Orientações

De acordo com o diretor científico da Sociedade de Infectologia do DF (SI-DF), José David Urbaéz Brito, a alternativa é importante para aquelas pessoas que não estão na assistência ao paciente e que precisam sair de casa por alguma necessidade.

“A máscara de tecido é para uso individual e lavável. Ela deve ser confeccionada na medida correta cobrindo boca e nariz, além de proteger a lateral do rosto. É importante ter mais de uma máscara para uso diário e ser trocada quando necessário. Se todo mundo usar, vamos diminuir muito a quantidade de infectados e a contaminação”, informou o médico.

A lavagem deve ser com água e sabão, deixando cerca de 30 minutos de molho. Os tecidos devem ser leves para facilitar a respiração. Por isso, o aconselhável são tecidos de algodão, TNT e tricoline.

O profissional orientou também quanto à questão da manipulação das máscaras de forma correta. “Ressaltamos que a orientação é não encostar as mãos na máscara e, sim, no elástico da orelha tanto para colocar, quanto para retirar a máscara”, explicou José David Urbaéz.

“A lavagem das mãos também deve ser feita durante esses atos. Se a máscara ficar úmida, o ideal é trocar, por isso é importante ter, pelo menos, duas máscaras à disposição”, acrescentou.

OMS

Organização Pan Americana da Saúde (Opas) e Organização Mundial da Saúde (OMS) recomendam que as máscaras cirúrgicas sejam usadas por:

  • Pessoas com sintomas respiratórios, como tosse ou dificuldade de respirar, inclusive ao procurar atendimento médico;
  • Profissionais de saúde e pessoas que prestam atendimento a indivíduos com sintomas respiratórios;
  • Profissionais de saúde, ao entrar em uma sala com pacientes ou tratar um indivíduo com sintomas respiratórios;
  • O uso de máscaras não é necessário para pessoas que não apresentem sintomas respiratórios. No entanto, máscaras podem ser usadas em alguns países de acordo com os hábitos culturais locais.

As pessoas que usarem máscaras devem seguir as boas práticas de uso, remoção e descarte, assim como higienizar adequadamente as mãos antes e após a remoção. Devem, também, lembrar que o uso de máscaras precisa ser sempre combinado com as outras medidas de proteção.

Como colocar, usar, tirar e descartar uma máscara segundo a OMS:

1. Lembre-se de que a máscara deve ser usada apenas por profissionais de saúde, cuidadores e indivíduos com sintomas respiratórios, como febre e tosse.
2. Antes de tocar na máscara, limpe as mãos com um higienizador à base de álcool ou água e sabão.
3. Verifique se está rasgada ou com buracos.
4. Oriente qual lado é o lado superior (onde está a tira de metal).
5. Assegure-se de que o lado correto da máscara está voltado para fora (o lado colorido).
6. Coloque a máscara no seu rosto. Aperte a tira de metal ou a borda rígida da máscara para que ela se adapte ao formato do seu nariz.
7. Puxe a parte inferior da máscara para que ela cubra sua boca e seu queixo.
8. Após o uso, retire a máscara; remova as presilhas elásticas por trás das orelhas, mantendo-a afastada do rosto e das roupas, para evitar tocar nas superfícies potencialmente contaminadas da máscara.
9. Descarte a máscara em uma lixeira fechada imediatamente após o uso.
10. Higienize as mãos depois de tocar ou descartar a máscara – use um higienizador de mãos à base de álcool ou, se estiverem visivelmente sujas, lave as mãos com água e sabão.

Ainda segundo a OMS, alguns países têm recomendado o uso das máscaras caseiras, feitas com panos. Mas, atualmente, não há evidências científicas fortes de que isso terá um papel importante na redução da velocidade de transmissão da Covid-19.

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