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Em crise de saúde mental da PMDF, único psiquiatra estava de férias

PMDF conta com só um psiquiatra para atender cerca de 10 mil militares, que estava de férias em meio à crise de saúde mental da corporação

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Cortejo funeral policial militar PMDF Yago Monteiro morto por um colega dentro da viatura em brasilia - Metrópoles
1 de 1 Cortejo funeral policial militar PMDF Yago Monteiro morto por um colega dentro da viatura em brasilia - Metrópoles - Foto: BRENO ESAKI/METRÓPOLES @BrenoEsakiFoto

Durante a crise de gestão em saúde mental na Polícia Militar do Distrito Federal (PMDF), que estourou após a tragédia envolvendo duas mortes de PMs, o único médico psiquiatra da corporação estava de férias. Em 14 de janeiro, o segundo-sargento Paulo Pereira de Souza, policial com transtornos psicológicos graves, atirou e matou o soldado Yago Monteiro Fidelis. Logo em seguida, ele acabou tirando a própria vida. Naquele período, o psiquiatra da corporação não estava disponível para a tropa.

O Metrópoles já havia mostrado que a PMDF contava com apenas um psiquiatra para atender cerca de 10 mil homens. O médico é tenente-coronel da corporação e está lotado no Centro de Assistência Psicológica e Social (Caps), subordinado à Diretoria de Assistência à Saúde (DAS) e ao Departamento de Saúde e Assistência ao Pessoal (DSAP).

Ele esteve de férias regulamentares obrigatórias no período entre 8 e 22 de janeiro, ou seja, voltou ao trabalho nessa última terça-feira (23/1). Após a reportagem mostrar a falta de mais profissionais psiquiatras na corporação, a PMDF afirmou que, no próximo concurso para médicos, “há previsão de [abertura de] cinco vagas para psiquiatras, sendo três para provimento imediato, e duas para cadastro reserva”.

Sobre as férias do profissional, a Polícia Militar informou que “não houve prejuízo algum no atendimento médico dos policiais militares”, e destacou que “possui uma rede credenciada para atendimento de psiquiatria e psicologia, realizando diversos atendimentos a policiais e dependentes durante todo o ano”.

A Polícia Militar do Distrito Federal registrou mais de 13 mil afastamentos de integrantes da corporação por motivos de saúde mental. Foram homologados 2.525 atestados de afastamento por doenças mentais em 2023. Apenas em dezembro, foram 191. Em média, a cada dia, seis PMs do DF tiveram de se ausentar das atividades policiais por estarem em sofrimento psíquico.

Crise em saúde mental

A morte de dois PMs dentro de uma viatura da corporação, em um caso marcado pelo debate em saúde mental, fez com que a Polícia Militar do DF ligasse um alerta. Desde que havia entrado na força, Paulo Pereira de Souza, que efetuou os disparos fatais, tinha ficado afastado do trabalho por 133 dias para tratar da saúde.

Pouco antes da tragédia, no Recanto das Emas, o sargento havia sido transferido de batalhão. Alguns colegas da corporação chegaram a relatar que Paulo enfrentava graves problemas psicológicos. Mensagens trocadas entre PMs após as mortes citaram falhas dentro da estrutura da Polícia Militar quando o assunto é a saúde mental do efetivo. Um homem chegou a dizer que Paulo Pereira já teria passado por avaliação médica, mas não houve qualquer ação para o retirar do serviço de viatura nas ruas, armado.

Em 8 de janeiro de 2024, houve mudança no Departamento de Saúde e Assistência ao Pessoal da PMDF. O então chefe do cargo acabou sendo promovido, e agora ocupa o posto de Chefe do Estado-Maior do Comando-Geral.

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Soldado Yago Monteiro foi baleado pelo sargento dentro de viatura no Recanto das Emas
Sargento da PMDF atira em colega e tira a própria vida
Sargento da PMDF atira em colega e tira a própria vida
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Um sargento da Polícia Militar do Distrito Federal (PMDF) atirou contra um colega, dentro da viatura, e tirou a própria vida em seguida

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Soldado Yago Monteiro foi baleado pelo sargento dentro de viatura no Recanto das Emas

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Sargento da PMDF atira em colega e tira a própria vida

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Sargento da PMDF atira em colega e tira a própria vida

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Promessa de foco em saúde

Na data da tragédia que culminou com duas mortes de PMs, a vice-governadora do Distrito Federal, Celina Leão (PP), afirmou que o GDF vai investir cada vez mais em saúde mental.

“Este evento doloroso destaca a urgência de priorizar a saúde mental dentro das forças de segurança. […] No ‘Janeiro Branco’, destacamos a importância da saúde mental para o desempenho dos homens e mulheres da Segurança Pública do DF em suas funções junto à população. Estamos comprometidos e iremos investir cada vez mais em programas que busquem harmonia entre saúde mental e o aspecto profissional da nossa corporação”, escreveu Celina, nas redes sociais.

Já a comandante-geral da Polícia Militar do Distrito Federal, coronel Ana Paula Barros Habka, afirmou que a corporação vai retirar das ruas todos os policiais que precisam de ajuda psicológica. A promessa é que os militares recebam tratamento médico. Além disso, a corporação firmou um novo convênio para cuidar da saúde da tropa.

“A saúde do policial militar é prioridade. […] O assunto será tratado de forma transversal, abrangendo todos os departamentos, para alcançar o objetivo da segurança em relação a saúde policial militar, bem como perpetuar e otimizar a segurança da sociedade de todo o Distrito Federal”, divulgou a PMDF após a morte dos militares.

 

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