Em cinco meses, 125 meninas de até 14 anos sofreram estupro no DF
Dados da Secretaria de Segurança Pública mostram que, entre abril e maio, foram 63 notificações. No primeiro trimestre, 62
atualizado
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Entre janeiro e maio deste ano, o Distrito Federal registrou 125 casos de estupro em meninas de até 14 anos. Classificados como estupros de vulnerável, no ano passado, as ocorrências chegaram a 526.
Entre abril e maio, a capital federal teve 63 casos do tipo. Nos primeiros três meses do ano, foram 62. Os dados são da Secretaria de Segurança Pública do DF (SSP/DF).
De acordo com a pasta, o estupro de vulnerável consiste na prática sexual ou ato libidinoso com menor de 14 anos, pessoas com necessidades especiais ou que, por qualquer outra causa, não possa oferecer resistência, independentemente se a vítima disser que foi “consensual”.
Um dos episódios recentes da capital federal ocorreu na Estrutural. Um homem foi preso por estuprar a própria filha, dos 7 aos 9 anos. Atualmente, a vítima tem 14.
Em outra ocasião, uma influencer do DF utilizou as redes sociais para contar que foi abusada pelo pai entre os 8 e 13 anos. Ao Metrópoles, Rosa Cristina disse que a única coisa que deseja é justiça.
“Só quem passou por isso sabe. A gente sente muita vergonha, mesmo que sejamos as vítimas. Além disso, vem a culpa de não falar e pensar que ele pode estar fazendo isso com outras pessoas. Não espero nada além de justiça, celeridade no meu processo e que ele pague pelo que me fez”, frisou.
Impactos
A psicóloga Liliany Souza afirma que o estupro pode provocar impactos de curto, médio e longo prazos mentais na vítima. Segundo ela, os mais comuns são crise de ansiedade, depressão e transtorno pós-traumático.
“Todo estupro envolve violência, falta de sentimento e questões que violam psicologicamente e fisicamente o corpo dessas meninas. Então, quando isso acontece, a gente está falando de um evento traumático”, explica.
Além disso, ela ressalta que, caso a menina engravide do agressor, dentro da faixa etária de até 14 anos, há uma falta de preparo do próprio corpo para isso.
“Não é um corpo formado para a criação de um filho e o amadurecimento emocional não acontece. Elas não têm condições psíquicas para lidar com isso e pode demorar anos para ressignificar essa vivência, se conseguir”, completa.
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A Secretaria de Segurança Pública destacou a importância da denúncia em casos do tipo.
“É importante destacar que a denúncia é fundamental. Cinco meios para recebimento de denúncias são disponibilizados pela PCDF: o 197; Denúncia on-line; o telefone 197 Opção 0 (zero); o e-mail denuncia197@pcdf.df.gov.br e o WhatsApp (61) 98626-1197.”
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