Em cinco anos, 78 mulheres morreram durante o parto no DF
Caso mais recente ocorreu este mês no Hospital de Samambaia. Vítimas foram uma mulher de 37 anos e a filha
atualizado
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Em cinco anos, o Distrito Federal registrou 78 mortes de mulheres durante o parto. O caso mais recente ocorreu este mês, em Samambaia, quando Mariana Vieira Cardoso, 37 anos, e a filha recém-nascida faleceram durante o procedimento. A Polícia Civil do DF (PCDF) ainda apura o que teria motivado o óbito de Mariana. O caso está na 32ª Delegacia de Polícia (Samambaia).
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Segundo a Secretaria de Saúde do DF (SES/DF), os dados somam ocorrências de 2016 a 2020. Os números de 2021 e 2022 ainda serão validados pela pasta e, por isso, não estão disponíveis em relatório.
Durante o período mencionado, os anos de 2016 e 2018 empatam com o maior número de mortes, com 21 notificações em cada. Em 2020, foram oito mortes durante o parto no DF.
Veja os números dos últimos anos:
Caso Mariana
Mariana deu entrada no Hospital Regional de Samambaia (HRSam) na sexta-feira (21/10), com 41 semanas de gestação, mas morreu um dia depois, após início do trabalho de parto.
A bolsa rompeu na madrugada de sábado (22/10), por volta da meia-noite, segundo testemunhas. Em seguida, a paciente teve um sangramento. “O médico só chegou para atendê-la às 6h”, relata Jennifer Aneklécia, cunhada de Mariana.
A grávida foi levada para o centro cirúrgico e começou o procedimento da cesárea. Ao retirar o bebê, ele estava sem vida, segundo Jennifer. Os médicos ainda tentaram reanimar a criança, mas sem sucesso. A mãe, que teve um vaso sanguíneo rompido, sofreu hemorragia e também morreu.
A Secretaria de Saúde do Distrito Federal (SES-DF) alegou que “toda a assistência foi prestada à paciente”.
Causas de mortes em partos
Jackson de Pina Silva, médico ginecologista obstétrico da SES/DF, explica que os óbitos podem ocorrer por diversos motivos, sendo os principais hipertensão materna, infecções e hemorragias. O especialista afirma que o processo de investigação das causas é organizado em várias etapas e níveis.
“Envolve um força-tarefa composta por diversos profissionais especialistas em suas áreas, com critérios rigorosos e bem estabelecidos. E procuramos investigar os óbitos de mulheres em idade fértil de forma a averiguar todos os acontecimentos”, explica.
Jackson considera que o pré-natal e acompanhamento da gravidez podem prevenir grande parte das complicações que levam mulheres à morte durante o parto. “Esta é uma das nossas metas prioritárias, estamos sempre reforçando a importância e apoiando com ações continuadas de educação junto aos profissionais assistentes”.
Atendimento no SUS
Segundo a SES/DF, a atenção ao pré-natal, ao puerpério – que é o período pó-parto, até que o organismo da mulher volte às condições normais – e ao recém-nascido fazem parte de um conjunto de consultas e visitas programadas da mulher e sua família à equipe de saúde primária para acompanhar e obter melhores orientações para nascimento da criança.
Na rede pública do DF, todas as unidades básicas de saúde (UBS) disponibilizam de atendimento pré-natal. “As unidades podem acolher, orientar e acompanhar as gestantes e também as candidatas a gestantes em avaliações pré-concepcionais, no pré-natal e também após o parto visando o bem estar do binômio materno-fetal”, reforça Jackson.
“Na medida que a mulher procura a UBS por livre demanda, desejando saber se está gestante, é feito um teste rápido de imediato, simples e fácil de ser realizado, que dirá ou não se a mesma está grávida, caso positivo a agora gestante será de pronto inscrita no pré-natal, realizará no mesmo momento os primeiros exames (testes rápidos HIV, Sífilis, Hepatites) e terá solicitados os demais exames necessários, será encaminhada a vacinas, prescrito suplementos e terá dai para frente uma equipe multidisciplinar que a acompanhará em todo o processo”, afirma Jackson.
A lista com os endereços de todas as UBS da rede pública e as localizações pode ser consultada neste link.