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Em carta comovente, menina pede vaga de emprego para o pai: “Meu sonho”

Cartinha ganhou grupos de WhatsApp e viralizou, após ser publicada no Facebook da filha do desempregado José Ribamar

atualizado

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Material cedido ao Metrópoles/Arquivo pessoal
Carta pedido de emprego
1 de 1 Carta pedido de emprego - Foto: Material cedido ao Metrópoles/Arquivo pessoal

“Escrevo com muita dor no meu coração, pois vejo meu pai em desespero em busca de um emprego. Realize meu sonho”. Esse é o pedido de uma menina de apenas 13 anos, moradora de Samambaia Sul. Rosana dos Santos escreveu uma carta comovente, na última semana, pedindo uma oportunidade de trabalho para o pai dela. O texto viralizou nas redes sociais nesta semana e foi distribuído até em prédios residenciais.

“Olá. Me chamo Rosana, tenho 13 anos e escrevo para vocês para contar um pouco o que eu estou passando. Estou muito triste… Choro, às vezes escondida, por não poder ajudar o meu pai. Meu pai já entregou vários currículos, já entregou toda a documentação da Valor Ambiental (empresa de limpeza do DF), mas não chamam ele”, diz ela em um dos trechos.

Segundo o relato da menina, o pai, José Ribamar Santos, 63 anos, tem experiência como tratorista, vigia, auxiliar de jardinagem e trabalhou no Aterro Sanitário de Brasília. Ela pede ajuda para as empresas Sustentare, Valor Ambiental e Consita, cujo nome mudou recentemente para Suma Brasil, responsáveis pelos contratos de limpeza do DF junto ao Serviço de Limpeza Urbana (SLU).

“Que essa carta venha a chegar nos seus corações. Estamos passando muitas necessidades”, revela a garota.

Veja a carta de Rosana na íntegra:

 

Em entrevista ao Metrópoles, a menina disse ter esperança de que a carta chegue às mãos de quem possa, de fato, ajudar o pai, que está desempregado há cerca de seis meses.

“Postei no Facebook e em grupos de WhatsApp e várias pessoas compartilharam. Nossa situação é difícil em casa. Já são seis meses desempregado”, detalhou Rosana.

“Falta alimentação”

Além da pré-adolescente e do pai, moram na casa da família, na QR 115 de Samambaia, outras três filhas – com 6, 8 e 15 anos – e Regina, 59, esposa de José Ribamar e mãe das meninas. Ela também está desempregada.

Rosana comentou que a mãe faz diárias de faxina quando consegue demanda. “Sem meu pai receber, não pagamos as contas e também falta alimentação”, lamenta a jovem.

Tímido, José Ribamar não quis conceder entrevista, mas, segundo Rosana, ele está muito orgulhoso pela movimentação que a filha, preocupada com a família, provocou ao escrever uma carta tão sincera.

“Ele é um ótimo pai. Ficou emocionado e orgulhoso por eu ter me preocupado conosco. Queremos que alguém nos ajude para não vê-lo mais triste”, finalizou a garota.

Grupo de risco volta após vacina

Procuradas pelo Metrópoles, as empresas citadas por Rosana na carta se posicionaram. Em nota, a Suma Brasil disse que não tinha conhecimento da mobilização nas redes sociais. “Ficamos lisonjeados com o interesse do pai da Rosana em ser nosso colaborador. Infelizmente não estamos contratando no momento, mas será um prazer receber o seu currículo para futuras oportunidades”, registrou a empresa.

A Sustentare, também por meio de nota, revelou que José Ribamar fez parte do quadro de funcionários da empresa, depois de uma campanha feita por outra filha do ex-funcionário. Por conta da pandemia, a firma diz que precisou desligar o colaborador, mas que “a recontratação de pessoas do grupo de risco vai ocorrer após a aprovação da vacina contra a Covid-19”.

Leia a nota na íntegra:

No ano passado, outra filha do sr. José Ribamar dos Santos fez campanha semelhante pedindo emprego ao pai com faixas em Ceilândia e Taguatinga e cartas publicadas nas redes sociais. A diretoria da Sustentare se compadeceu com a situação e autorizou a contratação dele em dezembro de 2019.

No entanto, em cumprimento à determinação da Organização Mundial da Saúde (OMS) de afastar do trabalho os colaboradores do grupo de risco, ele foi desligado em julho de 2020. Além de receber todos os benefícios trabalhistas e verbas rescisórias, a Sustentare estendeu o pagamento do plano de saúde de Ribamar por mais seis meses.

A recontratação de pessoas do grupo de risco vai ocorrer após a aprovação da vacina contra a Covid-19.”

Até a última atualização desta reportagem, a Valor Ambiental não havia emitido nenhuma opinião acerca do assunto. O espaço segue aberto a manifestações.

Ajude!

Quem tiver interesse em ajudar José Ribamar a conseguir recolocação profissional, pode entrar em contato com a família pelos telefones (61) 9 9983-4739 ou 3459-2726.

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