Em carreata, pacientes e funcionários do ICDF pedem melhoria em atendimento
Instituto de Cardiologia fazia, em média, cinco cirurgias eletivas por dia, mas suspendeu o trabalho por falta de verba
atualizado
Compartilhar notícia
Pacientes, funcionários e familiares de transplantados do Instituto de Cardiologia do Distrito Federal (ICDF), realizam carreata, na manhã desta sexta-feira (30/10), em protesto aos problemas enfrentados pelo hospital ultimamente. A unidade vive crise financeira e está com as cirurgias eletivas suspensas desde agosto. Usuários relatam que consultas e exames foram cancelados por falta de recursos.
A concentração ocorreu no Estacionamento 3 do Parque da Cidade, às 7h. O grupo sairá em direção ao Eixo Monumental, percorrendo toda a Esplanada, passando em frente ao Palácio do Planalto rumo ao Buriti, local onde fará a reivindicação ao Governo do DF.
Além de carros de som e balões, os manifestantes carregam faixas com os dizeres: “Juntos pelo ICDF”; “Pela normalização do atendimento aos transplantados”; e “Crianças e adultos sem fazer cirurgias”.
O ICDF realizava, em média, cinco cirurgias eletivas por dia, mas suspendeu o trabalho por falta de dinheiro. No início deste mês, a crise do ICDF atingiu também colaboradores, que chegaram a ter atraso no pagamento de salários e benefícios, como vale-alimentação.
Giselle Melo é enfermeira do ICDF. Ela trabalha na unidade há 4 anos. “O nosso intuito com essa reinvindicação é para que o ICDF volte a funcionar. Queremos fazer cirurgias, cateterismo, marca-passo, cuidar dos nossos pacientes e salvar vidas. Tem muitas pessoas aguardando em fila e a gente está com salas e procedimentos parados. O único atendimento atualmente é o ambulatório e transplantes, mas queremos que tudo volte ao normal e possamos atender a população”, defendeu.
O presidente do Sindicato dos Auxiliares e Técnicos em Enfermagem do DF (Sindate-DF), João Cardoso, participou do ato.
“Estamos apoiando o movimento para que o GDF cumpra a sua missão e repasse a verba para que o ICDF tenha condições de cumprir o que tem no contrato de prestação de serviço. Estamos defendendo a sociedade que precisa do hospital. Hoje, o ICDF é o único hospital público que presta excelência em cardiologia. Se desmontar como a sociedade vai se beneficiar desse serviço que é obrigação do Estado?”, questionou o presidente do Sindate-DF.
Elaine Gomes, 43 anos, é transplantada cardíaca há cinco anos e disse que a luta é pela normalização dos atendimentos. “Eu já tive exames importantes desmarcados. Têm crianças precisando de cirurgias para viver e o cenário é de suspensão. Queremos ser vistos e ouvidos. Não pode ficar do jeito que tá. Estamos angustiados sem os atendimentos”, lamentou Elaine.
O deputado distrital Jorge Vianna (Podemos), também foi ao local para apoiar o grupo. Segundo ele, uma reunião com o chefe da Casa Civil está agendada para tratar do assunto, na próxima terça-feira (3/11). “Entrei em contato com a Casa Civil e pedi para que eles ouvissem os pacientes. O governo irá recebê-los e ouvir as demandas, os problemas que estão ocorrendo no local”, disse.