Em assembleia, trabalhadores da CEB colocam fim à greve
Funcionários da empresa conseguiram manter benefícios em acordo, mas não terão reajuste
atualizado
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Funcionários da Companhia Energética de Brasília (CEB) decidiram pôr fim à greve nesta sexta-feira (06/12/2019), após quatro dias de paralisação. Em assembleia, os trabalhadores aceitaram a proposta da empresa. A categoria conseguiu manter e, em alguns casos, ampliar valores dos benefícios previstos no acordo coletivo.
O do tíquete, por exemplo, passa de R$ 1,3 mil para R$ 1.398, a partir deste mês. “Conseguimos melhorar o auxílio-babá em relação ao retrocesso apresentado no início e resolvemos também a questão da PLR [Participação dos Lucros e Resultados]. A empresa queria ficar com indicadores inatingíveis para tornar a cláusula sem efeito e conseguimos estabelecer que sejam os mesmos exigidos pela Aneel [Agência Nacional de Energia Elétrica]. Essas questões foram fundamentais para que os trabalhadores hoje decidissem sair do movimento”, disse o diretor jurídico do Sindicato dos Urbanitários (Stiu-DF), João Carlos Dias Ferreira
O adiantamento de pagamento de férias continua no mesmo percentual atual, de 60%. Não haverá reajuste salarial. A CEB manterá a remuneração praticada em outubro de 2019 de seus empregados até outubro de 2020. Para o auxílio-babá, a empresa havia reduzido em 50% o valor do benefício e a idade dos dependentes, de 72 para 36 meses.
A CEB voltou atrás e, quanto ao auxílio, houve anuência para que haja a ampliação do prazo de 36 para 48 meses. O sindicato concordou. “Avaliamos que foi uma data-base complicada e difícil pelo contexto. Mas pela conjuntura, manter a maioria das cláusulas, para nós, foi um avanço”, disse o diretor jurídico.
Com o fim da greve, a prestação de serviços básicos da CEB, que é considerada deficitária e está na fila da privatização, foi retomada. Até então, apenas casos de emergência estavam sendo atendidos pela companhia.
Nessa quinta-feira (05/12/2019), os trabalhadores e representantes da empresa estiveram reunidos no Tribunal Regional do Trabalho da 10ª Região (TRT-10), para negociar o fim da greve.
Foram mais de quatro horas de debates até um consenso. O presidente da CEB, Edison Garcia, afirmou no TRT que a empresa faria todo esforço possível dentro de sua capacidade financeira para colocar fim à paralisação: “Essa greve tem gerado transtornos e danos à cidade. Moradores têm ficado sem energia e isso não é bom”.
Atualmente, a CEB reúne 914 funcionários e chega a ter salários de até R$ 42 mil em sua folha de pagamento.