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Em 24h, clonador de placas é preso, solto e detido pelo mesmo crime

De acordo com a PCDF, Paulo César estava no mesmo quiosque onde foi alvo de mandado de prisão e fazia identificação de carros ilegalmente

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1 de 1 WhatsApp-Image-2019-08-01-at-16.47.38 - Foto: Reprodução/PCDF

Um homem preso pela Polícia Civil na terça-feira (30/07/2019) suspeito de envolvimento com esquema de clonagem de placas de veículos no Distrito Federal foi detido novamente nesta quinta-feira (01/08/2019), menos de 24 horas após ser libertado em audiência de custódia. De acordo com a PCDF, Paulo César de Lima estava no mesmo quiosque onde foi alvo de mandado de prisão fazendo placas de carros sem autorização legal.

Segundo o delegado Erik Sallum, da Coordenação de Repressão aos Crimes Patrimoniais (Corpatri), o fraudador atua em um quiosque no Setor de Indústria e Abastecimento (SIA), de forma ilegal, alimentando o mercado de clonagem de automóveis na capital do país. O policial contou que, no dia da prisão, Lima chegou a chorar e prometer, ao lado do advogado dele, que nunca mais iria se envolver com irregularidades.

O investigador ficou bastante surpreso quando encontrou Paulo César no mesmo quiosque no início da tarde desta quinta: “Ele comprou todo o material de novo. Nós apreendemos tudo na terça, e ele estava com todos os produtos novinhos lá”. Por causa da reincidência, Sallum informou que fará visitas a todas as lojas de placas do DF. “Vamos a todos os locais semanalmente e faremos isso até que essa farra acabe”, frisa.

Na quarta-feira (31/07/2019), Paulo César participou de audiência de custódia e conseguiu liberdade provisória após pagamento de fiança de R$ 2 mil. A juíza responsável pelo caso considerou a prisão legal, mas entendeu que ele não representava “abalo da ordem pública nem evidenciava periculosidade exacerbada”.

Veja o vídeo feito pela PCDF da prisão do suspeito nesta quinta:

Veja o material apreendido com o suspeito:

 

Esquema

Segundo a PCDF, o esquema desarticulado funcionava com placas sendo clonadas em meia hora, sem necessidade de apresentar documento algum. As lojas revendiam o material ilícito nas proximidades de postos do órgão para chamar atenção de pessoas desavisadas.

Na terça (30/07/2019), cerca de 90 policiais civis e 10 agentes do Detran-DF cumpriram 20 mandados de buscas e prisões de suspeitos – que acabaram indiciados pelo uso indevido de marcas do governo e exploração econômica indevida, cuja pena é de 2 a 6 anos de prisão.

Outras 15 pessoas assinaram termo circunstanciado e foram liberadas. Segundo as apurações, somente em 2018, há registro de 2,8 mil ocorrências de carros clonados no Distrito Federal. Neste ano, os números são semelhantes. Os policiais dizem que existe, na capital, uma “indústria” que alimenta os crimes.

Sofisticação

Ainda de acordo com os investigadores, os acusados estão adotando um modus operandi sofisticado. Ao saírem para roubar, já levam placas clonadas, fazendo a troca imediata logo após a subtração dos carros. Dessa forma, acabam dificultando o trabalho da polícia, de localização e recuperação do veículo. Depois de clonados, os automóveis são vendidos a terceiros de boa-fé, usados em outros crimes ou remetidos para o exterior para troca por armas e drogas.

De outro lado, o dono do carro que teve a placa copiada enfrenta uma série de problemas, pois passa a receber multas e pontos em sua Carteira de Habilitação referentes a infrações de trânsito que não cometeu. Pode também acabar como suspeito de crimes praticados com o carro clonado, gerando constante dever de explicação às autoridades.

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Mensagem encaminhada para oferecer o serviço
Criminosos agiam de forma sofisticada
Serviço era vendido no DF e em outros estados
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Serviço era vendido no DF e em outros estados

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Encomendas

A Corpatri identificou que as encomendas das placas ocorrem de todas as formas, em especial por meio de aplicativos como o WhatsApp. Verificou ainda que os emplacamentos ilegais são feitos no meio da rua de modo escancarado. Os criminosos vendiam as peças no DF e também recebiam encomendas de outros estados, especialmente Bahia e São Paulo. Cobrava-se, em média, R$ 250 pelo kit (placas traseira, dianteira e lacre).

A ousadia era tanta que alguns desses suspeitos, além de fornecer a ladrões de carro, possuíam “lojas” na frente dos locais oficiais de emplacamento, captando também parte da população desavisada. Para desarticular o esquema, policiais se infiltraram e conseguiram, com grande facilidade, comprar uma placa idêntica ao do carro do delegado responsável pela investigação. Também adquiriram placa referente a um carro roubado e que já se encontrava apreendido na própria DP, ambas com lacres.

A Corpatri lembra que autorização para emissão e serviço de emplacamento são atividades privativas do poder público.

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