Em 24 horas, QG chegou a ter 310 veículos; a maioria de Mato Grosso
Relatório do interventor da segurança pública mostra registros de 310 veículos em um único dia em QG, sendo a maior parte de Mato Grosso
atualizado
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Caminhões, ônibus, trailers, motorhomes e outros veículos ajudaram a fomentar as manifestações golpistas levando apoiadores de Jair Bolsonaro (PL) para o Quartel-General do Exército de Brasília. Segundo relatório elaborado pelo interventor federal na segurança pública do Distrito Federal, Ricardo Cappelli, em um dia, o QG chegou a contar com 310 veículos, sendo a maioria com placa de Mato Grosso.
Cappelli apresentou, nesta sexta-feira (27/1), o documento que detalha falhas operacionais em 8 de janeiro, quando as sedes dos Três Poderes foram invadidas e depredadas em uma tentativa de golpe de Estado. Entre as provas, o texto destaca que o acampamento no quartel serviu para “organização, planejamento e ponto de apoio”.
“Ali tinha toda uma estrutura montada em uma verdadeira minicidade golpista, terrorista, montada em frente ao QG do Exército”, declarou. O relatório traz que o acampamento contou com a participação de “diversas caravanas de ônibus e de caminhoneiros”, principalmente vindos de outros estados.
“Em relação à participação de caminhoneiros, o primeiro comboio chegou no dia 6 de novembro de 2022, e os veículos foram alocados em espaços destinados pelos militares. Em 11 de novembro de 2022, foram contabilizados 310 veículos, dos quais 260 caminhões (84%), e 50 motor homes/trailer (16%).”
Desses, 162 eram de Mato Grosso, 47 de Goiás, 30 da Bahia e 24 do DF. Também havia veículos vindos do Paraná, São Paulo, Minas Gerais, Rio Grande do Sul, Maranhão, Santa Catarina e Tocantins.
Sobre os ônibus, o auge do movimento ocorreu em 15 de novembro, quando foram contabilizados 95 no local.
“A permanência do acampamento na Praça dos Cristais no Setor Militar Urbano permitiu apoio logístico e local de concentração aos manifestantes que se deslocaram a Brasília para que as ações do dia 8 fossem desencadeadas, sendo verificada, desde o dia 7 de janeiro de 2023, a chegada de vários ônibus vindo de fora de Brasília, aumentando o quantitativo de pessoas consideravelmente no acampamento. […] Desde o fim de 2022, ocorreram ações planejadas com o intuito de desmobilização do acampamento, porém foram canceladas por fatores alheios às forças de segurança do Distrito Federal”