Em 2022, DF teve menor taxa de homicídios por arma de fogo dos últimos 4 anos
Dados da Polícia Civil do DF mostram que, desde 2019, a capital federal registrou 1.331 ocorrências de homicídio envolvendo arma de fogo
atualizado
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No Distrito Federal, dos homicídios registrados de 2019 a 2022, 1.331 envolveram uso de arma de fogo. Segundo dados da Polícia Civil do DF (PCDF), o ano passado teve a menor taxa de casos em relação ao total do período: 19,8%, com 263 ocorrências.
Ainda de acordo com os dados, em 2022, junho foi o mês com o maior número de episódios do tipo, somando 28 ocorrências em 30 dias.
Em 2021, houve o uso de arma de fogo em 300 casos de homicídio na capital federal. Já em 2019, foram 409, o que corresponde a 30,7% do total de casos dos últimos quatro anos — a maior taxa do período considerado.
Leonardo Sant’Anna, especialista em segurança pública e privada, afirma que a queda do uso de armas de fogo utilizadas em casos de homicídio no DF pode ser um exemplo de como “mais armas na rua não significa maior violência”.
“A grande maioria dessas armas é irregular. Aquelas que não adquiridas dentro da legislação. Conseguimos que o processo de fiscalização ocorrido na capital do país pode ser um exemplo de como ter mais armas de fogo não significa ter mais violência”, diz.
Ele considera que o percentual ainda deve abaixar, apesar de não ser considerado alto. “São quatro pontos que se deve considerar. O primeiro trata das leis, como estão essas leis; segundo é sobre políticas públicas, que regulam como deve ser o modelo a ser implementado, o que as instituições devem fazer; o terceiro trata do parâmetro, ou seja, um sinal para que se mude a lei ou a política pública; por último, é a agilidade, não adianta ter tudo isso se não se tem agilidade de implementação”, completa.
Sant’Anna ressalta que o cidadão é a parte mais importante a ser ouvida quando se trata de política armamentista. “Qualquer coisa diferente disso faz com que famílias padeçam”, diz.
Feminicídios
Recentemente, o Metrópoles mostrou que, desde a criação da Lei do Feminicídio, em 2015, em cerca de 21% dos casos os autores do crime utilizaram arma de fogo. Desses, em 45% as armas utilizadas eram regulares.
Os dados consolidam os casos ocorridos desde 2015 a dezembro de 2022. Este ano, dos seis feminicídios registrados no DF, ao menos dois envolviam o uso de arma de fogo.