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Em 2022, DF registrou 14 feminicídios. Relembre casos e vítimas

Nos últimos nove meses, pelo menos 14 mulheres foram mortas por questões de gênero, geralmente de forma brutal

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1 de 1 foto-enterro-vitima-feminicidio-df - Foto: Igo Estrela/Metrópoles

A moradora do Itapoã Patrícia Silva Vieira Rufino, 40 anos, está longe de ser a única mulher morta violentamente no Distrito Federal por questões de gênero. Em 2022, o DF registrou 14 feminicídios, já contando com o caso ocorrido no último sábado (17/9).

Patrícia foi brutalmente morta, pelo próprio marido, Cleiton Rogério Pereira Costa, 46. Segundo a Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF), o suspeito arrancou a pia do banheiro e esmagou a cabeça da vítima diversas vezes, até a morte. O homem foi preso em flagrante no dia do crime. A mulher, enterrada na manhã dessa segunda (foto em destaque).

Assim como o caso de Patrícia, as outras mulheres vítimas de feminicídio foram mortas com requintes de selvageria, como espancamentos, esfaqueamentos e estrangulamentos.

Antes de Patrícia, a última vítima de feminicídio do DF havia sido Deisielle dos Santos, morta aos 29 no último dia 7 de agosto. Moradora do Recanto das Emas, a mulher também foi assassinada pelo então companheiro, que a matou com dois disparos de arma de fogo no tórax. O homem foi preso dois dias depois. Ao ser abordado, tentou fugir da polícia pelo telhado, mas acabou capturado.

Veja a quantidade de casos por mês em 2022:

Também em agosto, Jeanne Pires dos Santos, 31, foi estrangulada, em Taguatinga. Antes de se relacionarem, ela e o assassino, Leandro Nunes Caixeta, 34, eram vizinhos. Os dois começaram a namorar e durante 12 anos tiveram idas e vindas, até o dia da tragédia que abateu a família de Jeanne. O acusado se apresentou espontaneamente à Delegacia de Atendimento à Mulher II, em Ceilândia, onde foi preso preventivamente.

Esfaqueada

Em 31 de julho, Jakeliny Neres Ferreira foi morta, aos 43 anos, pelo namorado, Fabrício Lima de Araújo, 27; os dois mantiveram um relacionamento por três meses. O crime aconteceu porque o então companheiro a viu conversando com outro homem. Após o assassinato, Fabrício tentou fugir com a ex-namorada, mas acabou preso em flagrante, com as malas prontas. Ele confessou o crime.

Um dia antes, câmeras de segurança registraram os últimos passos de uma mulher transexual, identifica como Isabella Yanka, 20 anos, pouco antes de ela ter sido assassinada em Ceilândia, por volta das 4h30. Isabella foi vítima de esfaqueamento.

A Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF) prendeu o suspeito, de 27 anos, mas ele não teve o nome divulgado. O corpo de Isabella foi encontrado próximo a uma festa na Praça da Bíblia, na QNP 19. Segundo os agentes, a mulher esteve na confraternização junto de algumas amigas mas, após a ingestão de grande quantidade de álcool, elas teriam se perdido e a vítima não foi mais vista.

Veja as vítimas:

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Deisielle dos Santos
Jeanne Pires dos Santos, 31 anos, vítima de feminicídio
Jakeliny Neres Ferreira, morta pelo companheiro
Isabella Yanka tinha 20 anos
Brenda Pinheiro da Silva tinha 26 anos
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Patrícia Rufino, 40 anos

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Deisielle dos Santos

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Jeanne Pires dos Santos, 31 anos, vítima de feminicídio

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Jakeliny Neres Ferreira, morta pelo companheiro

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Isabella Yanka tinha 20 anos

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Brenda Pinheiro da Silva tinha 26 anos

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Marina Paz Katriny tinha 29 anos

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Viviane Silva, 19 anos, ficou desaparecida e foi encontrada morta em um córrego

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Corpo de Priscila Teixeira dos Santos, 33 anos, foi encontrado em casa, em Taguatinga Norte

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Ana Cristina Farias de Araújo foi morta pelo genro

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Joana Santana Pereira dos Santos tinha 41 anos

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Eliuda Velozo foi morta em janeiro

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Corpo de Kelle Cristina Pereira da Silva foi encontrado em poço em 24 de janeiro

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Corpos carbonizados

Brenda Pinheiro da Silva, 26 anos, teve o corpo carbonizado e abandonado em um matagal de Samambaia. A jovem estava desaparecida havia quatro dias e levou 22 facadas. Além disso, investigações apontam que a vítima teria sido estuprada. Brenda morava no Recanto das Emas e deixou três filhos pequenos.

Marina Paz Katriny, 29, também teve o corpo parcialmente carbonizado. A mulher foi encontrada na BR-070, em 18 de maio. Segundo a PCDF, ela apresentava um lesão na testa e outros dois ferimentos na cabeça provocados por disparos de arma de fogo.

Ela era atendente e natural de Rio Branco (AC). Estava em Brasília havia seis meses para estudar pedagogia. Os parentes reconheceram o corpo pelas tatuagens. O companheiro de Marina acabou preso pelo crime.

A jovem Viviane Silva, 19, foi morta e teve o corpo abandonado em um córrego no Setor Habitacional Água Quente, no Recanto das Emas, em 2 de junho. Apesar de o cadáver não apresentar sinais aparentes de agressão, a vítima estava seminua.

A estudante foi atingida por um forte golpe na cabeça e depois afogada no córrego. O autor do crime é Antônio Silva, 40. Ele é pedreiro e teria convidado a vítima para um bar.

Priscila Teixeira de Santos, 33, foi esfaqueada pelo namorado na QNH 13 de Taguatinga, em 29 de junho. A mãe de Priscila achou o corpo da filha na cozinha de casa dois dias após o crime.

A mulher se relacionava com o suspeito Gustavo Brito, 22, havia pelo menos seis meses. Vizinhos relatam que os dois discutiam muito e a mulher era agredida constantemente. Priscila nunca havia registrado ocorrência.

Violência contra mulher: identifique e saiba como denunciar

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A violência contra a mulher é qualquer ação ou conduta que cause morte, dano ou sofrimento físico, sexual ou psicológico a ela, tanto no âmbito público como no privado
Esse tipo de agressão pode ocorrer de diferentes formas: física, psicológica, sexual, patrimonial ou moral
A violência psicológica caracteriza-se por qualquer conduta que cause dano emocional, como chantagem, insulto ou humilhação
Já a violência sexual é aquela em que a vítima é obrigada a manter ou presenciar relação sexual não consensual. O impedimento de uso de métodos contraceptivos e imposição de aborto, matrimônio ou prostituição também são violências desse tipo
A violência patrimonial diz respeito à retenção, subtração, destruição parcial ou total dos bens ou recursos da mulher. Acusação de traição, invasão de propriedade e xingamentos são exemplos de violência moral
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A violência contra a mulher é qualquer ação ou conduta que cause morte, dano ou sofrimento físico, sexual ou psicológico a ela, tanto no âmbito público como no privado

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Esse tipo de agressão pode ocorrer de diferentes formas: física, psicológica, sexual, patrimonial ou moral

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A violência psicológica caracteriza-se por qualquer conduta que cause dano emocional, como chantagem, insulto ou humilhação

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Já a violência sexual é aquela em que a vítima é obrigada a manter ou presenciar relação sexual não consensual. O impedimento de uso de métodos contraceptivos e imposição de aborto, matrimônio ou prostituição também são violências desse tipo

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A violência patrimonial diz respeito à retenção, subtração, destruição parcial ou total dos bens ou recursos da mulher. Acusação de traição, invasão de propriedade e xingamentos são exemplos de violência moral

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A violência pode ocorrer no âmbito doméstico, familiar e em qualquer relação íntima de afeto. Toda mulher que seja vítima de agressão deve ser protegida pela lei

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Segundo a Secretaria da Mulher, a cada 2 segundos uma mulher é vítima de violência no Brasil. A pasta orienta que ameaças, violência, abuso sexual e confinamento devem ser denunciados

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A denúncia de violência contra a mulher pode ser feita pelo 190 da Polícia Militar do Distrito Federal (PMDF), na Central de Atendimento da Mulher pelo 180 ou na Delegacia Especial de Atendimento à Mulher (Deam), que funciona 24 horas

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O aplicativo Proteja-se também é um meio de denúncia. Nele, a pessoa poderá ser atendida por meio de um chat ou em libras. É possível incluir fotos e vídeos à denúncia

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A Campanha Sinal Vermelho é outra forma de denunciar uma situação de violência sem precisar usar palavras. A vítima pode ir a uma farmácia ou supermercado participante da ação e mostrar um X vermelho desenhado em uma das suas mãos ou em um papel

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Representantes ou entidades representativas de farmácias, condomínios, supermercados e hotéis em todo DF que quiserem aderir à campanha devem enviar um e-mail para sinalvermelho@mulher.df.gov.br

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Os centros especializados de Atendimento às Mulheres (Ceams) oferecem acolhimento e acompanhamento multidisciplinar. Os serviços podem ser solicitados por meio de cadastro no Agenda DF

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Homem que jogou água fervente na própria irmã é preso em Manaus

Agência Brasília
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A campanha Mulher, Você não Está Só foi criada para atendimento, acolhimento e proteção às mulheres em situação de violência que pode ter sido consequência, ou simplesmente agravada, pelo isolamento resultante da pandemia. Basta ligar para 61 994-150-635

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Dedos decepados

Ana Cristina Farias de Araújo, 51, morreu esfaqueada em 1º de fevereiro, no Setor de Indústria e Abastecimento (SIG). Ela teve alguns dedos decepados ao tentar defender-se dos ataques de facão do genro. A mulher levou três golpes na cabeça, uma no ombro e outra na axila esquerda.

A vítima se negou a contar para Marcos Fernando Domingos Pereira, 26, sobre o paradeiro da filha. As duas tinham medida protetiva contra o homem. Após o feminicídio, Marcos afirmou que mataria o irmão e a irmã da ex-companheira. Ele acabou preso.

Ainda em fevereiro, Eunice Maria de Sousa Barros, 54 anos, também morreu após ser esfaqueada,  no dia 5. A mulher chegou a ser hospitalizada, ficou em estado grave, mas não resistiu aos ferimentos.

Ela, mais três mulheres e uma criança de oito anos, estavam em uma reunião de família em Samambaia quando o companheiro de uma das vítimas chegou ameaçando as mulheres com uma faca.

A quinta vítima de feminicídio neste ano morreu estrangulada pelo marido. Joana Santana Pereira dos Santos, 44, discutiu com o companheiro e foi encontrada desacordada dentro do quarto. O autor, Silvestre Pereira de Araújo, 44, tentou suicídio em seguida, mas foi levado ao hospital pelos policias e acabou preso.

O crime ocorreu em Arapoanga, em 20 de março. O casal tinha quatro filhos que estavam dentro da residência quando a mãe morreu. Silvestre confessou o crime para um irmão antes de tentar se matar.

Primeiros casos do ano

O primeiro caso de feminicídio de 2022 ocorreu em 22 de janeiro. Eliuda Veloso, 35 anos, morreu com pancadas na cabeça. O corpo da mulher estava seminu em um matagal em Santa Maria quando foi encontrado pela polícia.

De acordo com a PCDF, ela foi espancada e estava sem as partes de baixo da roupa. Um suspeito, 34, acabou preso pelo crime, após fugir ensanguentado do local. Eliuda tinha quatro filhos.

A segunda vítima, Kelle Cristina Pereira da Silva, 23, ficou desaparecida por oito dias antes de ser encontrada morta em um poço de uma chácara em Brazlândia, em 24 de janeiro. O principal suspeito pelo crime é o ex-companheiro dela.

As investigações apontam que o crime pode ter sido motivado por ciúme, já que o homem não aceitava o fim do relacionamento com a jovem. O suspeito cometeu suicídio após depoimento na delegacia. Antes de morrer, ele teria negado qualquer envolvimento com a morte de Kelle.

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