Veja principais momentos do debate do Metrópoles com candidatos ao GDF
Entre trocas de farpas, acusações e polêmicas, sete candidatos ao Executivo local apresentaram propostas de governo e ideias para o DF
atualizado
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Entre momentos de tensão e propostas, sete candidatos ao Governo do Distrito Federal (GDF) participaram do debate promovido pelo Metrópoles nessa terça-feira (23/8). Em cinco blocos e durante duas horas e meia, os postulantes ao Palácio do Buriti trocaram ideias, farpas e entraram em embates com a plateia.
Durante o primeiro bloco, os candidatos fizeram perguntas entre si. Temas como transporte, economia e assistência social estiveram em foco.
Leila Barros (PDT) questionou Izalci Lucas (PSDB) sobre os projetos para solucionar os problemas de mobilidade urbana da capital federal. O tucano afirmou que pretende expandir o alcance dos meios de transporte. “Temos que investir em ferrovias, VLT, metrô. Há estudos de novos modais, inclusive. Temos que expandir o setor”, frisou.
Em seguida, Keka Bagno (PSol) confrontou o candidato à reeleição Ibaneis Rocha (MDB) sobre as situações enfrentadas por quem utiliza benefícios sociais do DF. Os ânimos se exaltaram, e o governador respondeu citando os auxílios criados pela atual gestão. “No DF Social, são mais 60 mil famílias atendidas. Criamos o Cartão Creche, que atendeu 15 mil famílias da nossa cidade. Criamos o Cartão Material Escolar, que atende 117 mil alunos com material escolar comprado nas papelarias da cidade, gerando emprego e renda.”
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Rafael Parente (PSB) abordou casos de feminicídios e violência contra a mulher. Quem respondeu foi Leila, que defendeu a construção de mais delegacias especializadas e casas-abrigo, enquanto Parente apresentou a ideia de criação de núcleos de atendimento. “Queremos lançar o Núcleo Avançado de Saúde, Cultura, Cidadania e Educação. E colocar esses núcleos nos locais em que temos maior índice de criminalidade”, destacou o candidato do PSB.
A cultura foi o assunto escolhido por Leandro Grass, que criticou as atuais políticas. “Eu e o Lula, a gente tem o compromisso de reabrir o Teatro Nacional de Brasília, que é fundamental. Mas não só ele, também o Teatro da Praça, de Taguatinga. Eu falei com o Lula sobre isso e a gente vai fazer”, ressaltou Grass.
Na tréplica, Parente disse: “Então, eu também vou buscar com o Alckmin [candidato a vice-presidente na chapa de Lula] esse compromisso, para que a gente também possa reabrir o Teatro Nacional. Já que o Lula tem esse compromisso, o Alckmin certamente vai ter também”.
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Briga entre Leila e Hermeto
O segundo bloco foi marcado, principalmente, pelo embate entre Leila e o deputado distrital Hermeto (MDB), que acompanhava, na plateia, o debate do Metrópoles. Ele precisou deixar o auditório após provocar candidatos e ser vaiado. Tudo começou quando o parlamentar passou a desconcentrar os participantes.
Segundo convidados que estavam sentados próximos a Hermeto, nas primeiras fileiras, o distrital começou a atrapalhar o candidato Leandro Grass enquanto ele respondia. Depois, passou a provocar Leila. “Vai fazer o quê? No nosso governo não tem isso”. A senadora, então, reagiu.
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“Estou muito tranquila e digo à Terracap e àqueles que comandam a Terracap que não vão me desmoralizar neste pleito, e muito menos me intimidar, querendo me colocar no bojo, no mesmo saco que políticos desta cidade que sempre se envolveram com corrupção”, respondeu.
Depois disso, a plateia passou a gritar pela retirada do parlamentar, que saiu do auditório.
Perguntas de jornalistas
No segundo bloco, jornalistas do Metrópoles fizeram perguntas aos candidatos. Entre os destaques, está a pergunta do colunista Rodrigo Rangel para Paulo Octávio. O jornalista questionou sobre a Operação Caixa de Pandora.
O candidato afirmou ter tranquilidade em relação ao processo. “Se fui preso por ter feito um empreendimento privado, sem recursos públicos, me prendam mil vezes, pois não vou deixar de gerar empregos. Essa é minha vida. Não temo nada. Minha vida é muito tranquila.”
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O editor-chefe do Metrópoles, Otto Valle, questionou Keka sobre a proposta da candidata do PSol de construir, caso seja eleita, Varas de Execuções Criminais, a fim de evitar que pessoas que cometam crimes de menor potencial ofensivo fiquem atrás das grades. “Acredito na potencialidade da restauração da população. As políticas públicas que diminuem a criminalidade”, respondeu Keka.
O colunista Ricardo Noblat questionou Grass sobre a falta de envio de emendas parlamentares à Secretaria de Desenvolvimento Social, pasta responsável por liberar benefícios sociais e que, nos últimos dias, tem tido dificuldades para administrar filas nas portas das unidades. “Sobre os recursos públicos, as emendas parlamentares são destinadas pelos deputados, mas quem as executa é o governo”, afirmou Grass.
Carlos Carone, repórter e colunista da Na Mira, questionou o candidato Izalci Lucas acerca das propostas para a segurança pública. O aspirante ao GDF não respondeu diretamente sobre os dois assuntos abordados pelo jornalista e falou sobre questões relacionadas à saúde e à qualificação profissional.
O colunista Guilherme Amado perguntou a Leila sobre a recente comissão da Terracap que recomendou ao Tribunal de Contas a efetivação da cobrança de R$ 637 mil pela não prestação de contas de um repasse à Secretaria de Esporte, à época em que a senadora comandava a pasta no governo de Rodrigo Rollemberg (PSB). Amado questionou como Leila, se eleita, pretende administrar recursos e prestar contas de um governo inteiro, se não conseguiu fazê-lo em um órgão específico. Foi com essa pergunta que houve a confusão com a plateia.
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“Nós fizemos um termo de cooperação internacional por meio do qual assinamos um convênio com a Terracap, que repassou esse recurso. E essa execução não passou diretamente pelas minhas mãos”, respondeu Leila.
A repórter Isadora Teixeira, da coluna Grande Angular, voltou a perguntar ao governador Ibaneis e questionou se o chefe do Executivo local ainda avalia o Instituto de Gestão Estratégica (Iges-DF) como forma de solução dos problemas para a saúde do DF. “ Temos 7,8 mil servidores lá que prestam um excelente serviço. Eu dizia que não dava para entender como funcionava o Iges, mas hoje posso dizer que funciona bem.”
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O colunista do Igor Gadelha questionou o candidato do PSB, Rafael Parente, sobre como ele pretende lidar com a queda de arrecadação devido à redução da alíquota de ICMS de combustíveis. “Pretendo trazer mais indústrias e investimentos, e fazer com que nossa economia seja mais independente, para que possamos cortar mais impostos”, respondeu Parente.
Terceiro bloco
Durante o terceiro bloco, os candidatos se exaltaram ainda mais. Após a confusão de Hermeto e Leila, Parente questionou se Ibaneis tinha “ciência de casos de corrupção em seu governo”. O atual chefe do Executivo distrital respondeu que desconhecia “qualquer ato de corrupção” em sua gestão.
Parente também utilizou o tempo da pergunta para ironizar o patrimônio do atual mandatário local, dizendo que o governador fazia compras enquanto o DF enfrentava a pandemia. “Quanto ao meu patrimônio, ele é totalmente declarável. Tenho muita tranquilidade em relação ao meu patrimônio, ao que comprei, deixei de comprar, e isso só devo satisfação à Receita Federal e não a você — que não sei nem de onde vem o seu patrimônio”, retrucou o chefe do Palácio do Buriti.
Quarto bloco e finalizações
Durante o quarto bloco, entidades do setor produtivo questionaram os candidatos sobre propostas para melhorar a mobilidade, a segurança de trabalhadores e o desenvolvimento industrial do DF. Veja as perguntas e respostas completas aqui.
Debate Metrópoles: setor produtivo questiona candidatos ao GDF sobre mobilidade e economia
Após as respostas, cada candidato teve um tempo para apresentar as considerações finais. Ao fim da transmissão, os concorrentes avaliaram positivamente o debate. O evento também repercutiu nas redes sociais.
Veja o debate na íntegra: