TSE proíbe campanha de Lula de associar Bolsonaro a canibalismo
PT resgatou entrevista de 2016, na qual Bolsonaro disse que “comeria um índio sem problema nenhum”
atualizado
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A Justiça Eleitoral acatou pedido da campanha do presidente Jair Bolsonaro (PL) e determinou que a campanha de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) deixe de exibir propagandas que associam o candidato à reeleição ao consumo de carne humana.
A decisão foi do ministro Paulo de Tarso Sanseverino, do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), que acatou pedido de liminar da campanha bolsonarista. O mérito dessa liminar deverá ser julgado pelo plenário do TSE no início da semana que vem.
A propaganda vetada trazia trechos de vídeo de uma entrevista de Bolsonaro ao jornal The New York Times em 2016, na qual o presidente, que na época era deputado federal, conta que só não consumiu carne de um indígena morto em um ritual porque ninguém da comitiva que estava com ele teve coragem. “Comeria um índio sem problema nenhum”, diz Bolsonaro, no vídeo, que foi usado pelo PT após viralizar nas redes sociais.
Para o ministro do TSE, a peça do PT é “capaz de configurar grave descontextualização”.
Lula não vê maldade
O candidato Lula comentou a peça de propaganda do PT sobre canibalismo mais cedo, neste sábado, antes da decisão judicial, e disse que não se tratava de uma notícia falsa.
“É ele dando uma declaração para um jornalista americano. E ele repetiu. Aquilo não é invenção, fake news, não é maldade nossa. Estamos apenas informando o povo quem é o nosso adversário”, afirmou Lula, durante entrevista coletiva na sede do sindicato dos servidores públicos federais da Justiça do Trabalho, em Campinas.