Metrópoles/Ideia: no DF, 65% dos eleitores não escolheriam candidato por causa da religião
Classes econômicas D/E são as que mais rejeitam a ideia de escolher políticos com base na religião. Evangélicos se mostram mais suscetíveis
atualizado
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A religião dos candidatos não influenciaria o voto de 65,8% dos eleitores do Distrito Federal, segundo a mais recente pesquisa Metrópoles/Ideia. Por outro lado, o levantamento aponta que 18,6% dos moradores da capital votariam em um político com base na crença do postulante. Esse último grupo é, majoritariamente, formado por evangélicos e pessoas idosas.
Já 15,6% afirmaram não saber se votariam motivados por religião. O índice de rejeição quanto à escolha de um aspirante a cargo político com base na doutrina cresce entre as mulheres: chega a 66,4%.
Considerando a faixa etária do entrevistados, 69,9% dos jovens de 16 a 24 anos declararam não votar movidos pela fé do candidato; 77% dos participantes com idade entre 25 e 34 anos responderam o mesmo.
As classes econômicas D/E são as que mais rejeitam a ideia de escolher um político com base na crença: 83,1% não adotariam esse critério, 9,6% não sabem, e 7,2% adotariam. A porcentagem de rejeição cai para 69,6% na classe C, e para 59,8% nas classes A/B. Entre os que não têm religião, 79,3% rejeitam essa possibilidade.
Evangélicos se mostraram mais propensos a escolher com base na fé. Quando questionados se votariam em um candidato por causa da crença do político, 28,9% responderam “sim”. A mesma resposta foi dada por 13,6% dos católicos e 25,2% de pessoas de outros credos.
O “sim” ao questionamento também foi dito por 25,2% de pessoas brancas, 13,7% de pardas, e 11,4% de pretas. No recorte da renda familiar, entre quem recebe mais de seis salários mínimos, 26,9% votariam com base na religião do candidato, e 57,7% não adotariam esse critério.
No grupo dividido pela escolaridade, 23,1% dos moradores do DF com ensino superior completo votariam com base na religião, enquanto 5,1% dos eleitores brasilienses que têm apenas o ensino fundamental completo adotariam esse critério. Entre todos os recortes analisados, a maior proporção favorável a essa ideia veio de entrevistados com 60 anos ou mais: 31,8% votariam em um político por causa da religião do postulante.
Pesquisa
A pesquisa Metrópoles/Ideia ouviu 1,2 mil pessoas com 16 anos ou mais, todas com Título de Eleitor, entre os dias 14 e 19 de setembro.
A margem de erro estimada é de 3 pontos percentuais para mais ou para menos, considerando nível de confiança de 95%.
O levantamento utilizou a metodologia de pesquisa quantitativa, com aplicação de questionário por meio de ligações telefônicas, junto a uma parcela representativa do eleitorado do DF.
A consulta foi registrada no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) sob os protocolos BR-00056/2022 e DF-03544/2022.