Candidatos ao GDF participam do último debate antes das eleições. Veja como foi
Temas como transporte, saúde e políticas públicas para mulheres e populações vulneráveis foram destaques do último debate televisivo
atualizado
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Sete candidatos ao governo do Distrito Federal participaram, nesta terça-feira (27/9), do último debate entre postulantes ao Buriti antes do primeiro turno das eleições. Dividido em quatro blocos, o encontro foi marcado por discussões de temas como transporte, saúde, educação e políticas públicas para mulheres e populações vulneráveis.
O debate, como um todo, soou em tom morno. Em alguns momentos, houve trocas de farpas e embates mais fortes, como acusações de “campanha suja” e “jogo baixo”. O debate foi promovido pela TV Globo e contou com a participação de Keka Bagno (PSOL), Coronel Moreno (PTB), Ibaneis Rocha (MDB), Izalci Lucas (PSDB), Leandro Grass (PV), Leila do Vôlei (PDT) e Paulo Octávio (PSD).
Primeiros blocos
A primeira parte foi marcada por discussões sobre temas como feminicídio, transporte público, corrupção, fome e grilagem de terras. Entre argumentos e propostas, Ibaneis Rocha defendeu as políticas de prevenção de violência contra a mulher, citou ações como a reabertura da Casa da Mulher e levantou a pauta da não divulgação de notícias sobre feminicídio, entendendo que isso incentiva o crime.
Keka Bagno criticou os números de mortes motivadas por gênero no Distrito Federal. Izalci e Leandro Grass comentaram sobre as experiências de cada um para se habilitar a disputar o Buriti, além de criticarem escolhas do atual governador para pastas, lembrando da prisão do ex-secretário de Saúde Francisco Araújo.
Coronel Moreno se colocou como o único candidato de direita no debate, afirmando que defende Deus, pátria e família. Paulo Octávio e Leila do Vôlei levantaram proposições sobre Transporte público, com o empresário prometendo gratuidades. A senadora defendeu, mais uma vez, a expansão do metrô.
Já no segundo bloco, os candidatos levantaram temas como privatizações e concessões, esporte e cultura, acessibilidade, saúde e vulnerabilidade social. Entre os destaques, Grass e Paulo Octávio se posicionaram contra a privatização do Metrô-DF, com Grass criticando a desestatização da CEB e o empresário prometendo um “grande centro de saúde” no Centrad. Ibaneis ressaltou obras de acessibilidade, como calçadas na Hélio Prates, em Taguatinga, e W3 Sul. Leila defendeu a inserção da pessoa com deficiência no mercado de trabalho.
Keka Bagno levantou pautas culturais citando como um problema a falta de acesso aos centros, com falta de mobilidade para horários alternativos, por exemplo, e ressaltou que promoveria “políticas públicas integradas” no governo. Izalci Lucas citou a tecnologia e as ações de mutirões como estratégias para zerar filas de atendimentos hospitalares, além de defender o investimento em atenção primária.
Sobre a população mais vulnerável, Coronel Moreno prometeu baixar o valor das refeições dos restaurantes comunitários para R$ 0,50 e ampliar os Centros de Referência da Assistência Social (Cras). Já Leila quer implementar o restaurante comunitário itinerante, levando alimento a locais mais distantes àqueles pontos fixos.
Segunda metade
A segunda metade do debate, com o terceiro e quarto blocos, começou com a etapa de temas livres. O principal destaque ficou por conta da troca de acusações entre Ibaneis e Leandro Grass, adversários que disputariam hoje o segundo turno, segundo a última pesquisa Ipec, e que vêm se enfrentando na Justiça.
A discussão começou após o ex-deputado distrital questionar o atual governador sobre a Operação Falso Negativo, que apontou supostas irregularidades na gestão da saúde do DF durante a pandemia e terminou com a prisão do ex-secretário. Ibaneis disse que a operação foi anulada pela Justiça e que não teve participação nos atos denunciados.
Ele ainda levantou que 25 propagandas de Grass foram tiradas do ar por decisão judicial. “Você está fazendo a campanha mais suja da história do Distrito Federal. Você trata [a eleição] com mentiras, desprezo pelo eleitor. Isso é coisa de quem não tem compromisso com a verdade”, afirmou Ibaneis. Leandro retrucou: “Se alguém joga baixo é você e seu governo”.
O quarto e último bloco teve perguntas sorteadas. Nele, Ibaneis ressaltou obras de mobilidade pública, Keka disse que a cidade é hoje construída para carros, Paulo Octávio pontuou que sempre valorizou as minorias e Leila defendeu o compromisso com a área tombada de Brasília. Por fim, Coronel Moreno criticou o salário da Polícia Militar, Izalci citou que priorizaria o pequeno agricultor como governador e Leandro Grass prometeu mais investimentos do orçamento em Ciência e Tecnologia.