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WhatsApp avalia propostas para conter disseminação de notícias falsas

Na reunião, o aplicativo também colocou em mesa as suas propostas, que agora serão avaliadas pela área técnica do TSE

atualizado

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1 de 1 Whatsapp-aplicativo - Foto: Fernanda Carvalho/ Fotos Publicas

Depois de entrar na mira da Justiça Eleitoral por conta da disseminação de notícias falsas no primeiro turno das eleições 2018, o WhatsApp prometeu avaliar sugestões do Conselho Consultivo Sobre Internet e Eleições do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) para combater as “fake news”, segundo apurou a reportagem. Uma das ideias apresentadas na reunião realizada nesta terça-feira (16/10), foi a de reduzir ainda mais a quantidade de vezes que uma mesma mensagem pode ser compartilhada – das atuais 20 para 5, como é feito na Índia.

Na reunião, realizada via teleconferência com representantes do WhatsApp, o aplicativo também colocou em mesa as suas propostas, que agora serão avaliadas pela área técnica do TSE. “Eles se propuseram de oferecer ao TSE algumas ferramentas que não são comuns para o usuário ordinário. E o TSE vai avaliar a utilidade dessas ferramentas para os interesses da Justiça Eleitoral”, contou o vice-procurador-geral eleitoral, Humberto Jacques, sem entrar nos detalhes na proposta.

Segundo Jacques, a dificuldade está em empregar para o aplicativo de mensagens a mesma metodologia de combate às fake news usada nas redes sociais. Jacques listou os três pilares deste enfrentamento aplicados às plataformas abertas: alfabetização midiática (ensinar as pessoas a serem críticas quanto ao que recebem), checagem de informação e o direito de resposta.

“Isso já é factível nas redes sociais, e o WhatsApp está aquém disso. E essa é a nossa conversa”, relatou o procurador, admitindo a dificuldade de se traçar um plano efetivo de enfrentamento a disseminação de informações falsas pelo aplicativo.

Como parte importante do combate as notícias falsas caminha em descobrir quem originalmente produziu o conteúdo, as providências esbarram no “núcleo duro” do WhatsApp, que sustenta a privacidade de seus usuários como algo “sagrado”, destaca Jacques.

“Assim como para vocês da imprensa o sigilo da fonte é sagrado, para um mensageiro como o WhatsApp a privacidade das comunicações é sagrada. Ele considera que aquilo que as pessoas conversam não é visível”, comparou o procurador. “Esse é uma das coisas que o WhatsApp demonstra na conversa conosco, que 90% do tráfico do aplicativo no Brasil é interpessoal. Não é essa megalópole de grupos que as pessoas tendem a imaginar”, completou o vice-procurador-geral eleitoral.

Propostas
O resultado do encontro desta terça-feira divide conselheiros. Há quem veja o encaminhamento dado ao problema de forma pessimista, entendendo que não há mais tempo para conter os estragos da situação. Essa ala considera que a Corte Eleitoral subestimou o impacto da proliferação de notícias falsas durante a campanha e está “atuando a reboque dos fatos”.

Por outro lado, a perspectiva de eventualmente o WhatsApp efetivar alguma das medidas propostas anima outros integrantes do conselho.

Além de propor um limite mais restrito para o encaminhamento de mensagens via WhatsApp, a ONG SaferNet Brasil, integrante do conselho, também sugeriu que o aplicativo reduza o número de grupos que um único usuário pode criar, de 9.999 para 499, além de limitar o número de grupos que um mesmo usuário pode integrar.

A ONG, que faz parte do conselho desde sua formação, ainda defende a remoção – durante o período eleitoral – da ferramenta “encaminhar” que aparece adjacente a vídeos e áudios, e quer que o aplicativo desenvolva uma ferramenta para auxiliar as pessoas a conferirem a veracidade do conteúdo disseminado na plataforma.

Em nota, o WhatsApp afirmou que teve “uma produtiva conversa”, em referência a reunião realizada com o conselho. “O WhatsApp teve a oportunidade de se reunir com o Conselho Consultivo do TSE por meio de uma videoconferência hoje. Tivemos uma produtiva conversa sobre as ações que tomamos para mitigar o mau uso e como podemos trabalhar juntos para combater a desinformação. Estamos ansiosos para continuar o diálogo durante o período eleitoral”, disse.

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