Na reta final, Ibaneis e Rollemberg garimpam votos e fazem promessas
Nessa sexta-feira (26/10), o emedebista fez carreata, enquanto o socialista intensificou corpo o corpo pelas ruas do DF
atualizado
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A véspera da eleição que vai decidir o futuro do Distrito Federal pelos próximos quatro anos será diferente para os dois candidatos que disputam o Palácio do Buriti. Enquanto o atual governador, Rodrigo Rollemberg (PSB), aproveita o sábado (27/10) como oportunidade final para convencer o eleitor, Ibaneis Rocha (MDB) decidiu evitar compromissos oficiais de campanha, como tem feito nos últimos dias.
Líder nas recentes pesquisas de intenção de voto, o emedebista reduziu o ritmo nesta semana, e focou na estratégia de comunicação com os brasilienses por meio das redes sociais. Recuperado de um recente resfriado, o postulante preferiu ficar na companhia de familiares.
Neste sábado (27), receberá aliados próximos em sua residência no Lago Sul. O tema do encontro não foi divulgado, mas há a expectativa de que Ibaneis Rocha passe a sinalizar a composição de um possível governo de transição, caso as urnas referendem o que as pesquisas têm sinalizado.
Com a determinação de reverter votos do adversário, Rollemberg vai intensificar o corpo a corpo, seguindo a tendência dos últimos dias. Os locais da visita, no entanto, não haviam sido definidos até a última atualização desta matéria. Há previsão de uma carreata com apoiadores.
Promessas atraentes
Como seu último ato de campanha na sexta-feira (26), Ibaneis investiu em Ceilândia e Taguatinga, dois dos maiores colégios eleitorais do DF, onde fez caminhada, conversou com eleitores e criticou a situação da cidade, que classificou como “abandonada”.
“Aqui [Ceilândia] é um exemplo do descaso do governo. Primeiro, vamos colocar o hospital para funcionar e, futuramente, construir outro. Também vamos fazer uma delegacia da mulher, onde era a antiga academia de polícia”, prometeu o emedebista.
Assegurou que, caso saia vitorioso nas eleições de domingo (28) e assuma o GDF, não disputará a reeleição. Em cima do carro de som, o candidato também assumiu compromisso de escolher os administradores regionais do Distrito Federal a partir de uma lista tríplice apresentada pela população de cada localidade. “Destes, nomeio um. Se as pessoas não estiverem satisfeitas com o trabalho dele, refazemos todo o processo”, explicou.
Agenda extensa
Na sexta-feira (26), Rollemberg partiu para o ataque. Nas últimas horas para conquistar votos, cumpriu uma agenda extensa. O candidato à reeleição percorreu as ruas de Sobradinho e fez corpo a corpo na Rodoviária do Plano Piloto. “Agora, é virar os votos. E, domingo, nós teremos uma grande vitória. Porque de virada é mais gostoso”, disse, otimista.
O resultado nas ruas, no entanto, não foi o esperado, e o atual gestor foi cobrado por eleitores. No trajeto pelas barracas, na Feira da Lua, em Sobradinho, a professora Adriana Sousa Barros, 49 anos, questionou o governador sobre a falta de atenção pela categoria. “Por que o senhor abandonou os professores? Cadê o nosso aumento? E as pecúnias?”, perguntou.
“Se o Ibaneis ganhar, ele vai transformar as pecúnias em exercício findo para virar precatório, já que ele tem muito interesse nisso”, respondeu Rollemberg. “Quem garante?”, replicou Adriana. “Nunca coloquei as pecúnias em exercício findo. Se tivesse feito isso, virava precatório e seria pago só muito posteriormente. Nós temos pago R$ 15 milhões por mês”, respondeu o socialista.
À noite, em caminhada na Rodoviária no Plano Piloto, manifestantes pró-Haddad cobraram de Rollemberg posicionamento sobre a disputa pelo Palácio do Planalto. O socialista se declara “neutro” quando o assunto é a eleição presidencial. “Rollemberg, fale a verdade! Está na hora de apoiar o Haddad!”, gritaram.
O governador não respondeu os gritos e preferiu se concentrar na própria candidatura. “O mais importante [na reta final] é o reconhecimento de que enfrentamos momentos difíceis e tivemos coragem de passar por cima”, disse.
Rollemberg foi, ainda, até o Conic para conversar e entregar adesivos para quem passava por ali. O buritizável aproveitou e parou em um dos bares do local para tomar alguns goles de cerveja com os apoiadores. Logo depois, deixou o local.