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José Gomes se elege na CLDF, mas está na mira do TRE-DF

Em áudios, primo do dono da Real JG ameaçava perseguir funcionários que não votassem no patrão, eleito com 16.537 votos

atualizado

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Ricardo Botelho/Especial para o Metrópoles
Ricardo Botelho José Gomes
1 de 1 Ricardo Botelho José Gomes - Foto: Ricardo Botelho/Especial para o Metrópoles

A votação que elegeu a nova Câmara Legislativa, neste domingo (7/10), pode ter seu resultado mudado pelas mãos da Justiça Eleitoral. Nono colocado entre os eleitos, o empresário José Gomes (PSB) recebeu 16.537 votos. Entretanto, o Tribunal Regional Eleitoral (TRE-DF) ainda investiga o empresário do setor de terceirização de serviços pelo crime de coação de funcionários.

A denúncia foi apresentada pelo deputado distrital reeleito Chico Vigilante (PT), após o Metrópoles divulgar áudios em que Douglas Ferreira Faet, primo do dono da empresa Real JG Serviços Gerais, supostamente coage funcionários da empresa a votarem em José Gomes.

Nos áudios, o homem ameaça perseguir os trabalhadores caso as zonas eleitorais do DF registrassem, durante a votação de hoje, número de votos inferior ao de funcionários da Real que moram em cada uma dessas localidades.

Ao Metrópoles, José Gomes disse, na noite deste domingo (7/10), que tem confiança na Justiça Eleitoral. “Não temo, de maneira nenhuma [condenação]. Do mesmo jeito que não sou injusto com as pessoas, não quero ser injustiçado. Não vou jogar nem meu nome nem o do meu pai no lixo. O meu primo não tinha autorização para falar por mim”, afirma.

O empresário disse também que não pretende abrir mão dos contratos que tem com o GDF, principalmente com a Secretaria de Educação. Segundo ele, tudo foi conquistado por meio de pregões eletrônicos e não vê problemas em mantê-los, mesmo assumindo um cargo público.

O caso
Em julho, 12 ex-funcionárias da empresa disseram que foram demitidas por não declarem explicitamente voto em José Gomes e por terem sido indicadas a trabalhar na empresa pelo agora deputado eleito Roosevelt Vilela (PSB). À época, quando era administrador da Candangolândia, Park Way e Núcleo Bandeirante, ambos tinham uma boa relação, até que o empresário decidiu se candidatar.

No dia 24 de agosto, o empresário foi intimado a prestar esclarecimentos sobre as denúncias. Diferentemente de ações na Justiça Comum, de acordo com a assessoria da Secretaria Judiciária, não haveria necessidade de acolhimento da denúncia ou não. Ou seja: José Gomes se tornou automaticamente réu no processo que pode inviabilizar a posse dele ou, caso diplomado, a cassação do mandato.

O processo ainda está em fase de instrução e oitivas das testemunhas. Segundo o art. 299 do Código Eleitoral, é considerado crime “dar, oferecer, prometer, solicitar ou receber, para si ou para outrem, dinheiro, dádiva, ou qualquer outra vantagem, para obter ou dar voto e para conseguir ou prometer abstenção, ainda que a oferta não seja aceita”. A pena prevista para esse crime é de até 4 anos de reclusão e pagamento de 5 a 15 dias-multa.

Inimigos
Empresário com mais de 10 mil postos de emprego, segundo ele mesmo, e com mais de 120 contratos entre o governo federal e local, José Gomes entra na Câmara Legislativa com pelo menos dois “inimigos”. Apesar de serem do mesmo partido Roosevelt e ele trocam frequentemente farpas e chegaram a ter a atenção chamada pela direção do PSB.

Outro a não tem afinidade por José Gomes é Chico Vigilante. Mesmo antes do surgimento das denúncias, as trocas de acusações eram frequente. Chico acusava Gomes de explorar o voto de seus funcionários. Já o empresário afirmava que a “raiva do parlamentar” era porque ele não acolhia mais indicados do petista.

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