Ibaneis cancela debates e Rollemberg aumenta o tom contra o adversário
Emedebista alegou que o governador diz mentiras e não quer discutir propostas. “Está com medo de quê?”, provocou o socialista em resposta
atualizado
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Na reta final para a definição sobre quem vai comandar o Distrito Federal nos próximos quatro anos, a decisão do candidato do MDB ao Palácio do Buriti Ibaneis Rocha de não participar de debates repercutiu na campanha de Rodrigo Rollemberg (PSB). A cinco dias das eleições, o emedebista condicionou a ida aos programas à garantia de que o socialista se atenha a discutir exclusivamente propostas.
Após tomar conhecimento, na segunda-feira (22/10), o governador criticou a decisão do adversário. “Sabemos que o candidato está despencando nas pesquisas e por isso não vai mais. Ele não sabe explicar as polêmicas em que está envolvido. Está com medo de quê? É uma postura arrogante de quem não respeita o eleitor e foge do contraditório”, atacou o socialista.
Para Ibaneis, no entanto, a medida não impactará nas pesquisas eleitorais. “O voto está consolidado. Quem está pedindo para eu não ir é o eleitor, que não quer ouvir essa baixaria. Tenho sangue frio, sou advogado e sei responder a tudo”, afirmou. Segundo ele, Rollemberg “está mentindo” e tem patrocinado fake news, “através de seus funcionários comissionados”.
O emedebista participou nesta segunda (22) de evento do grupo Lide, formado por empresários do DF, e disse torcer pela vitória de Jair Bolsonaro (PSL) na disputa à Presidência da República. “Tenho convicção de que ele, hoje, tem muito mais condições de governabilidade. O que sobrou foi aquele PT muito radicalizado e eles não terão capacidade de interlocução. Sinceramente, se perguntar para mim, eu torço pela vitória do Bolsonaro”, disse.
Mais cedo, o advogado divulgou uma nota para justificar sua ausência no certame da rádio CBN. “A culpa de eu não ir a debates é do governador, que esqueceu a campanha e partiu para a baixaria.”
Ataques
Os dois candidatos tiveram curta agenda pública nesta segunda (22). Enquanto o emedebista esteve com representantes do setor produtivo, o atual governador teve compromissos com representantes de movimentos habitacionais, no seu comitê de campanha, no Setor de Indústria e Abastecimento (SIA).
No local, o socialista disparou várias críticas ao adversário e disse que Ibaneis não poderá assumir o mandato caso seja eleito. “Sua candidatura será cassada. Nunca vi uma manifestação de abuso de poder econômico tão grande e sendo reiterada várias vezes. Ele se enforcou com as próprias palavras. Todas as vezes que tenta responder, acaba criando provas contra si mesmo.”
Propostas
Na reunião com os movimentos, Rollemberg anunciou que pretende construir mais de 50 mil novas moradias e adotar o programa Aluguel Legal em um possível novo mandato. A iniciativa custará R$ 72 milhões por ano e pretende custear a estadia temporária de 10 mil famílias mais carentes da fila da Companhia Habitacional do DF (Codhab).
De acordo com o governador, serão disponibilizados R$ 600 mensais para cada família. Assim que as residências forem entregues, os participantes do programa deixarão de receber o benefício e darão lugar a outras famílias. “Todos que não receberam escrituras no meu primeiro governo receberão no segundo. Vou priorizar quem realmente necessita”, disse.
Ibaneis Rocha foi questionado pelos empresários sobre o fim da Agência de Fiscalização (Agefis). “Eu pretendo descentralizar a fiscalização e ter um fiscal lá na ponta, onde está ocorrendo a ilegalidade. Quero tirar esse nome e que ela seja uma agência que trabalhe pelo bem da cidade”, explicou o candidato.
Ele também disse que pretende manter a Central de Aprovação de Projetos (CAP) apenas para as obras de médio e grande porte. “Todo esse trabalho junto à administração regional pode ser melhorado para as pessoas com renda e obras menores”, disse.