Estudo do TRE-DF conclui não haver indícios de fraude nas eleições
Foram levados em conta os dados da votação para a Presidência da República em 2002, 2006, 2010, 2014 e no primeiro turno de 2018
atualizado
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O Núcleo de Estatística do Tribunal Regional Eleitoral do Distrito Federal (TRE-DF) concluiu não haver indícios de fraude nas eleições brasileiras. O estudo, desenvolvido em sete dias, observou dados do primeiro e do segundo turno da votação para a Presidência da República em 2002, 2006, 2010, 2014 e no primeiro turno de 2018.
Foi levado em conta o resultado por município. Para descobrir se houve algum tipo de anomalia, os pesquisadores analisaram se o segundo dígito da contagem estava de acordo com a Lei de Benford, aplicada, por exemplo, para detectar padrão de fraude em dados contábeis, financeiros e verificar se há erro em conta de eletricidade, de acordo com a chefe da Núcleo de Estatística do TRE-DF e mestre em probabilidade e estatística pela Universidade de Brasília (UnB), Cláudia Eirado.
De acordo com a especialista, a análise por cidade é mais apropriada porque “existem estudos que verificam que os números populacionais seguem a norma”. “A gente chegou a essa conclusão por meio de um teste para ver se o desenho da curva dos dados se encaixa na Lei de Benford do segundo dígito. Nesse caso, ficou claro que não existem evidências de fraudes em 2018 nem antes”, completou.
No caso do primeiro turno de 2018, os dados observados foram os dos cinco candidatos mais bem votados: Jair Bolsonaro (PSL), Fernando Haddad (PT), Ciro Gomes (PDT), Geraldo Alckmin (PSDB) e João Amoêdo (Novo).
De acordo com Cláudia, se houvesse alguma evidência de fraude, a contagem fugiria do padrão. “Aí ficaria claro que teria passado dado de um candidato para outro. Não foi o caso”, explicou. O estudo ficou pronto na segunda-feira (22/10), após passar por revisão do professor do Departamento de Estatística da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) Gauss Cordeiro.