Com longas filas, votação no DF se encerrou uma hora após fim do prazo
Em Águas Claras e na Asa Norte, eleitores enfrentaram longas filas para votar
atualizado
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As votações no Distrito Federal se estenderam até as 18h neste domingo (7/10). Como estava previsto, os portões das zonas eleitorais se fecharam às 17h mas devido às filas formadas antes do fim do prazo, quem já estava em suas respectivas seções puderam concluir a escolha dos candidatos.
Em Águas Claras, por exemplo, os brasilienses chegaram a ficar mais de uma hora na fila. Após as 17h, havia eleitores para votar, mesmo após o fechamento dos portões. Na Asa Norte e em Sobradinho, também foram registradas reclamações por conta das filas. Além da lentidão, o pleito enfrenta outro problema: a boca de urna.
De acordo com a Secretaria de Segurança Pública e Paz Social, até as 12h (último boletim divulgado), 43 pessoas foram conduzidas pela Polícia Militar às delegacias do Distrito Federal. Destas, 11 vão responder a ocorrências de crimes eleitorais. Elas foram flagradas após gritarem nomes, balançarem camisetas ou distribuírem propaganda político-partidária de candidatos. Todas assinaram Termo Circunstanciado, se comprometendo a comparecer na Justiça, e foram liberadas.
Um dos detidos foi o candidato a deputado distrital Gilberto Camargos (Pros), que estaria fazendo boca de urna. O caso ocorreu na 19ª zona eleitoral, em Taguatinga, e foi relatado pelo Tribunal Regional Eleitoral (TRE).
Em São Sebastião, um motorista embriagado tentou atropelar e ainda deu um soco em um PM. Com base em informações preliminares da corporação, o homem foi contido com a ajuda de populares que estavam na fila para votar e levado à 30ª DP (São Sebastião).
A secretária Táyla de Souza, 27 anos; a professora Marieta Mendonça, 41; e a comerciária Lidiane Moura, 34 — foto de destaque –, levaram mais de uma hora para votar no colégio Ipe Max, em Águas Claras. Na sala de votação delas, uma urna eletrônica deu problema pela manhã e os eleitores tiveram que retornar à tarde para votar. “Perdemos o dia inteiro. É frustrante”, disse Táyla.
Até o começo da tarde, o Tribunal Regional Eleitoral (TRE) precisou substituir pelo menos duas urnas. Uma da seção 246, no Alub, em Vicente Pires, quebrou e foi trocada. O imprevisto causou uma pequena fila, mas foi solucionado às 9h20.
De acordo com o TRE, na zona 21 de Samambaia, foi detectado um problema na hora de concluir o voto para presidente. Lá, o equipamento também precisou ser substituído. “A urna está preservada. Tudo o que foi votado ali estará registrado”, garantiu Fernando Velloso, assessor de imprensa do Tribunal. A mesma situação foi relatada por eleitores de Brazlândia, de Vicente Pires e da Asa Sul. Ao todo, quatro ocorrências relacionadas a esses episódios foram registradas.
Nem mesmo as autoridades escaparam das longas filas. O presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Dias Toffoli, foi acompanhado de seguranças a um posto de votação no Lago Norte. Dispensou atendimento preferencial e esperou uma hora para votar. Candidato à reeleição, o governador Rodrigo Rollemberg (PSB) também demorou esse tempo para votar na Asa Sul.
Em Águas Claras, os eleitores precisaram ter paciência. No colégio Ipê, por exemplo, havia 400 pessoas por seção, cada uma com apenas uma urna. A demora para acessar a cabine de votação passava de uma hora, até mesmo para quem tinha preferencial. No colégio La Salle, a fila dava voltas dentro da instituição de ensino. Na saída de alguns pontos de votação, o congestionamento era grande.
No Leonardo da Vinci, da 914 Norte, a demora para votar durou, em média, 40 minutos, mesmo com a biometria. O Departamento de Trânsito (Detran) registrou, até as 12h, pontos de retenção nas proximidades das zonas eleitorais de Águas Claras, Taguatinga Sul (próximo ao colégio Leonardo da Vinci) e encaminhou equipes para garantir fluidez nas vias.
Sujeira
O que se viu também até agora é sujeira no entorno das zonas eleitorais. Muitos santinhos estão espalhados pelo chão, como na Escola Classe 512, em Samambaia. Neste domingo, 2.084.357 pessoas estão aptas a votar em 612 pontos do Distrito Federal. No país, são 147 milhões de brasileiros poderão ir às urnas para eleger presidente, senadores e deputados federais, estaduais e distritais.
Mesmo sem ser obrigado a votar, o aposentado Hermegildo dos Santos Pacheco, 75 anos, não abriu mão do direito. Morador da Colônia Agrícola Samambaia, ele acordou às 6h para iniciar a saga até a sua seção eleitoral, em Vicente Pires. “Foi difícil chegar aqui. As ruas estão esburacas e os ônibus nos deixam até determinado ponto. Andei 3km no barro”, reclamou. “Mas não é por isso que deixo de votar. Temos que pensar e escolher o que é melhor para o nosso país”, acrescentou.
No Colégio Dínatos, na 604 Sul, muita gente votou logo cedo. “Vim porque acredito que ainda posso contribuir para a democracia do meu país”, disse Antônia Aparecida de Souza Lima, 72, uma das primeiras a chegar, às 7h50, acompanhada do marido. “Hoje é um dia muito importante e que poderemos definir o rumo do nosso país. Dia de consolidar a nossa democracia”, destacou o professor Dorival Martins, 62, que também estava no mesmo ponto de votação antes mesmo de a zona eleitoral ser aberta.
As irmãs Anna Flávia, 18, Anna Beatriz e Anna Carolina de Oliveira, ambas de 19 anos, também se juntaram para votar no Liceu Francês Francois Mitterrand, mesma zona eleitoral do candidato Ibaneis Rocha (MDB), no Lago Sul. “É a primeira vez e já comecei em um ano ruim. Decidi pelo menos pior. Mesmo assim, a gente tem que votar, porque abrir mão desta escolha é deixar os outros decidirem por nós”, disse Anna Flávia.
Quem também votou na zona de Ibaneis foi o integrante da companhia de comédia Os Melhores do Mundo Jovane Nunes, 48. “É importante que haja alternância no poder, por isso o voto representa muito. Vou acompanhar a apuração de casa”, disse o ator, que levou uma colinha para não esquecer os números de todos os candidatos.
Quem chegou cedo não enfrentou muito transtorno. “Está bem organizado, então, foi super tranquilo”, afirmou a comerciante Guaraci Lima, 52, que foi ao Colégio Mackenzie, no Lago Sul, antes das 8h. A zona eleitoral é a mesma onde votou a candidata ao Palácio do Buriti pelo Pros, Eliana Pedrosa. Logo cedo, também não havia filas na zona eleitoral 01, na Upis da 711/911 Sul.
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