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Cinco candidatos ao GDF doaram R$ 3,7 mi para as próprias campanhas

O ex-presidente da OAB-DF Ibaneis Rocha foi quem desembolsou mais: R$ 3.340.000. É dele também a maior fortuna declarada

atualizado

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Daniel Ferreira/Metrópoles
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1 de 1 Daniel Ferreira/Metrópoles - Foto: Daniel Ferreira/Metrópoles

Nem só com dinheiro público e de terceiros os candidatos financiam suas campanhas nas eleições de 2018. Cinco dos 11 concorrentes ao Governo do Distrito Federal (GDF) doaram para suas próprias candidaturas um total de R$ 3.721.219, de acordo com a prestação de contas feita à Justiça Eleitoral até a tarde de sábado (6/10).

O ex-presidente da Ordem dos Advogados do Brasil Seccional Distrito Federal (OAB-DF) Ibaneis Rocha (MDB) foi quem desembolsou mais verba até o momento: R$ 3.340.000. Ele é o mais rico entre os concorrentes ao Palácio do Buriti, com fortuna de R$ R$ 94.100.602 declarada à Justiça.

No rol dos maiores investidores da própria campanha, atrás de Ibaneis está a ex-deputada distrital Eliana Pedrosa (Pros), com R$ 350.000. O empresário Alexandre Guerra (Novo) e o economista Júlio Miragaya (PT) vêm depois, com bem menos: R$ 20.000 e R$ 10.000, respectivamente. O professor Guillen (PSTU) declarou ter doado R$ 1.219 para sua campanha nas eleições de 2018.

Até o momento, não declararam terem doado para a promoção pessoal no pleito: a docente da Universidade de Brasília (UnB) Fátima Sousa (PSol); o bancário Renan Rosa (PCO); o governador Rodrigo Rollemberg (PSB); os deputados federais Rogério Rosso (PSD) e Alberto Fraga (DEM); e o general Paulo Chagas (PRP).

Críticas
Alguns desaprovam a atitude dos concorrentes “mão aberta”. “Acreditamos que as campanhas devem ser construídas com pequenas doações, num projeto coletivo, com ideais, e não um projeto individual e com interesses pessoais”, argumentou a assessoria de Fátima.

A equipe de Renan Rosa pontua que a participação do partido nas eleições não serve para “autopromoção dos candidatos, mas para organização e mobilização dos trabalhadores contra o golpe de Estado e pela liberdade de Lula [ex-presidente da República].”

Em nota, a assessoria de Rollemberg explica que o socialista não investiu financeiramente porque a legenda e alguns colaboradores arcaram com as despesas.

Por outro lado, a equipe de Rosso esclarece que, “diferentemente de algumas candidaturas milionárias e por não ter disponibilidade de recursos pessoais para a própria candidatura, nossa campanha foi baseada em doações e fundo partidário”.

O outro lado
Ibaneis sustenta o discurso de não utilização de recursos públicos. Segundo a assessoria dele, o candidato “acredita que o dinheiro público deve ser aplicado no bem-estar da população, não na eleição. Ibaneis aplicou o que a lei permite para poder difundir suas ideias junto ao eleitor”, afirmou, em nota.

Eliana diz que doou para si porque é a primeira “a acreditar que vai vencer as eleições”.  “Logo, nada mais normal do que investir no próprio sonho. Além disso, sempre me mantive distante dos grandes financiadores de campanha, pois não faço concessões”, concluiu.

As equipes de campanha de Fraga, Guerra, Miragaya, Chagas e Guillen não responderam até a última atualização deste texto.

Regras
Os candidatos ao Governo do Distrito Federal podem gastar até R$ 5.600.000 milhões no primeiro turno da campanha eleitoral e, em eventual segundo turno, o teto tem acréscimo de R$ 2.800.000.

A prestação de contas parcial ocorreu entre 9 e 13 de setembro. A prestação de contas final do primeiro turno deve ser feita até 6 de novembro. Quem participar de eventual segundo round deve detalhar a movimentação financeira da campanha até 17 de novembro.

Confira quanto os buritizáveis arrecadaram e o valor que saiu do próprio bolso*: 

Alberto Fraga (DEM)
Total: R$ 3.970.000
Não declarou doação para a própria campanha

Alexandre Guerra (Novo)
Total: R$ 277.667
Recursos próprios: R$ 20.000

Eliana Pedrosa (Pros)
Total: R$ 3.526.138
Recursos próprios: R$ 350.000

Fátima Sousa (PSol)
Total: R$ 81.824
Não declarou doação para a própria campanha

General Paulo Chagas (PRP)
Total: R$ 53.950
Não declarou doação para a própria campanha

Guillen (PSTU)
Total: R$ 3.616
Recursos próprios: R$ 1.219

Ibaneis Rocha (MDB)
Total: R$ 3.360.000
Recursos próprios: R$ 3.340.000

Júlio Miragaya (PT)
Total: R$ 498.698
Recursos próprios: R$ 10.000

Renan Rosa (PCO)
Total: R$ 600
Não declarou doação para a própria campanha

Rodrigo Rollemberg (PSB)
Total: R$ 3.578.335
Não declarou doação para a própria campanha

Rogério Rosso (PSD)
Total: R$ 1.239.885
Não declarou doação para a própria campanha

*Dados conferidos na tarde de sábado (6/10), no site DivulgaCandContas, do Tribunal Superior Eleitoral (TSE)

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