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Eleição: candidatos que perderam no DF migram para campanhas pelo país

Interessados em exercer a carreira política como representantes no DF há apenas dois anos, agora são candidatos em municípios pelo país

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Imagem colorida mostra local de votação das eleições do Conselho Tutelar - Metrópoles
1 de 1 Imagem colorida mostra local de votação das eleições do Conselho Tutelar - Metrópoles - Foto: Breno Esaki/Metrópoles @BrenoEsakiFoto

Não é incomum que um candidato mude o partido, os aliados e até mesmo o nome em diferentes campanhas eleitorais. Também não tem sido diferente postulantes que perderam as eleições em um lugar migrem para outro possível reduto eleitoral. O Metrópoles consultou todos os 896 candidatos de 2022 e identificou 15 nomes que perderam as eleições no Distrito Federal em 2022, mas tentam uma nova oportunidade até mesmo a milhares de quilômetros de distância da capital.

Interessados em exercer a carreira política como representantes no DF há apenas dois anos, agora tentam o pleito em diversos municípios de nordeste a sul do país. Veja os candidatos por ordem alfabética:

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O caso mais emblemático é o de Léo Bolsonaro (PL), que após tentar as eleições para deputado distrital em 2022 como Léo Índio Bolsonaro se mudou para Cascavel, no Paraná, para dar sequência à carreira política. A cidade fica a 1.430 quilômetros do Distrito Federal e chamou a atenção do Ministério Público Eleitoral.

O órgão questionou o fato de Léo Índio ter domicílio no município desde 5 de abril deste ano e ter se filiado ao partido para concorrer e em 6 de abril do mesmo ano. “Ou seja, mudou para Cascavel e no dia seguinte se filiou ao 11-PP. Antes disso, pelo que consta de informações extraídas na internet, residiu no Rio de Janeiro e Brasília”, apontou o MPE.

O advogado de Léo Índio informou que a mudança foi estratégica. “Apesar de que alguns da campanha levarem em consideração essa falta de vínculo com a cidade especialmente,  analisaram que ele tem espaço porque aqui na região existe muito eleitor bolsonarista”, informou. A defesa do candidato ressaltou que “ele realmente está tentando criar vínculo agora”, disse.

Na Bahia

Em outro dois casos, os postulantes migraram do DF para a Bahia. O ex-candidato a deputado federal Major Souza (MDB), que se arrisca agora para prefeito de Santana, a 826 quilômetros do DF. Esse não é o primeiro pleito que Souza desloca de município. Em cinco eleições, três foram em locais diferentes. O major foi eleito suplente de vereador, em 2012, em Formosa do Rio Preto, também na Bahia. Na eleição anterior, em 2008, tinha se candidatado a vice-prefeito também em Santana.

Após essas duas campanhas na Bahia, o major se aventurou pelo DF, sendo eleito a suplente de deputado distrital em 2018 e tentando as eleições de 2022 para o legislativo federal. Nessas campanhas, o candidato também migrou de partidos.

Em resposta, major Souza alegou que é natural de Santana e que tem uma fazenda no município, onde mora desde que foi para a reserva. O candidato também justificou que contribuiu com o DF, quando era cidadão da capital, com a criação do bombeiro-mirim e atuou como diretor no albergue social em Taguatinga.

Das cinco candidaturas, quatro são em legendas diferentes: Partido Socialista Brasileiro, PRB (atualmente Republicanos), Democracia Cristã e Movimento Democrático Brasileiro (tanto como MDB quanto na época que era chamado de PMDB). Outro ponto de destaque é que o major conta como representante de suas eleições um advogado do Mato Grosso do Sul. Até o momento, a reportagem não conseguiu localizar o candidato. O espaço segue aberto.

Brasiliense e empresário do DF, Elimar Carvalho (União) reveza entre se candidatar a deputado distrital e a vereador no município baiano Santa Rita de Cássia, a 740 km da capital. Em uma dobradinha desde 2012, tenta há cinco pleitos se eleger: em 2012, apostou como vereador na cidade, em 2014 para o DF e em 2016 novamente para Santa Rita de Cássia. A reportagem enviou mensagem ao perfil do candidato, mas não teve resposta até a publicação deste texto. O espaço segue aberto.

O Pastor Henrique (PL) é presidente do Conselho de Pastores Evangélicos (Copev) no Itapoã-DF. No entanto, está se candidatando a vereador em Buritis (MG). O candidato Jeann Cunha (PV) é prefeito da quadra 105 da Asa Norte e também pleiteia o cargo de vereador em Alto Paraíso (GO). O postulante disse que trabalha no município e que acredita que pode contribuir “para fortalecer a conexão entre Brasília e Alto Paraíso de Goiás”.

Outras candidaturas

Dos 15 nomes, 10 tentam municípios goianos, sendo sete em cidades do Entorno do Distrito Federal. Dois tentam em Minas Gerais, dois na Bahia e um no Paraná. Ainda assim, esses não são os únicos que já fizeram a travessia para outros locais. Candidato à prefeitura de Águas Lindas (GO), Juraci Tesoura de Ouro já tentou duas vezes se candidatar a deputado federal pelo DF.

Outro nome que se destaca é o delegado Laércio, que era vereador em Águas Frias (GO) enquanto ocupava a cadeira de delegado pela Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF). Atualmente, ele se candidata à vice-prefeitura do município goiano.

Para o cientista político da Universidade de Brasília Robson Carvalho, as migrações eleitorais demonstram não apenas falta de vínculo com as locais, mas ainda uma falta de responsabilidade e de compromisso com a territorialidade.

Eleições no Entorno: conheça os candidatos pelos municípios perto do DF

“Quando alguém se candidata a algum cargo eletivo supõe que essas pessoas estão propondo algo para melhorar o local que nasceram, trabalham e possuem algum tipo de vínculo afetivo com a cidade, onde o político vai atuar. Há uma necessidade que conheça o lugar, para a partir daí apresentar melhorias”, disse.

Carvalho entende que a manobra é um compromisso com o espaço de poder e não com a população daquelas localidades. “Aí você tem uma situação onde, não havendo esse compromisso desses candidatos, é alguém que não conhece aquela realidade de que não vai ter a responsabilidade de propor algum projeto especificamente para aquela comunidade”, alegou.
Ele também enxerga que esses candidatos nômades usam as eleições como uma catapulta para o poder, seguindo o interesse pessoal.

Questionado, o candidato Kalango Corredor disse que não há falta de vínculo já que, apesar de ter se candidato para distrital em 2022, é morador de Planaltina (GO). A reportagem não conseguiu localizar o candidto Gonzaga da Saúde e Val Radialista. Os demais foram procurados, mas não se manifestaram a respeito. O espaço segue aberto.

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