“Ele era um exemplo”, diz delegado sobre brasiliense executado em MS
Após chuva de pétalas, policial civil Wescley Vasconcelos foi enterrado no Campo da Esperança. Família estava inconsolável
atualizado
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Após bonita homenagem, foi enterrado na tarde desta quinta-feira (8/3) o policial civil Wescley Vasconcelos, 37 anos, executado com mais de 30 tiros de fuzil em uma emboscada, na cidade de Ponta Porã (MS). O brasiliense era lotado na Polícia Civil de Mato Grosso do Sul e deixa a mulher e um filho de cinco anos.
Por volta das 15h, um helicóptero da PCDF sobrevoou o Cemitério Campo da Esperança, na Asa Sul, e uma chuva de pétalas encerrou a despedida do agente, que sonhava em ser delegado.
Além de familiares, dezenas de integrantes de várias corporações — polícias Civil, Militar, PRF, PF e agentes penitenciários — estiveram na cerimônia. O delegado Jarley Inácio, de Bela Vista (MS), fronteira com o Paraguai, sintetizou o sentimento dos colegas: “Foi o melhor policial com quem trabalhei. É um exemplo a ser seguido. Dedicado e feliz com a profissão”. Os dois estiveram juntos em algumas missões.
Vasconcelos estava envolvido em diversas operações que resultaram em prisões e prejuízos financeiros ao crime organizado. A atuação do agente contra os criminosos teria sido o motivo de sua morte, segundo as investigações. Ele sofreu uma emboscada na tarde de terça (6), logo após sair da delegacia em uma viatura descaracterizada.
O policial seguia para sua casa quando foi cercado e assassinado. O crime ocorreu a 600 metros da DP. No carro, também estava uma estagiária da corporação, que levou apenas um tiro de raspão no braço. Na avaliação dos investigadores, a ação e o uso de armamento pesado no crime reforçam a tese de que o policial era o alvo.
Nascido em Brasília, Vasconcelos fez concurso para a Polícia Militar da Bahia, onde prestou serviço durante três anos. Posteriormente, foi aprovado no certame da Polícia Civil do Mato Grosso do Sul e lotado em Ponta Porã. Na cidade sul-mato-grossense, atuava como policial dedicado a investigar o narcotráfico.
“Ele foi um herói. Ele morreu em serviço e cumpriu a missão. Espero que Deus olhe por ele, para minha família e por meu sobrinho. Que a justiça seja feita”, disse Cátia Abreu, tia do agente.
Em nota, o Sindicato dos Policiais Civis de Mato Grosso do Sul (Sinpol-MS) lamentou a morte de Vasconcelos: “Ele foi covardemente assassinado com disparos de fuzis enquanto dirigia uma viatura descaracterizada. O assassinato de um policial civil é uma afronta ao próprio Estado. É preciso elucidar rapidamente o crime e punir os criminosos com o rigor da lei”, destacou a entidade.