Educação não faz previsão para retorno presencial das aulas no DF neste ano
Segundo secretário, devido à curva da pandemia de Covid-19, a pasta não está segura no sentido de apontar data de retomada
atualizado
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O secretário de Educação do Distrito Federal, Leandro Cruz (foto em destaque), não garante o retorno das aulas presenciais na rede pública de ensino até o fim de 2020. Segundo o gestor, alunos e professores podem ter de concluir o ano letivo pelo método on-line.
De acordo com Cruz, a curva de contágios e mortes pelo novo coronavírus não dá segurança para garantir a retomada presencial. “Não existe previsão para retorno das aulas presenciais. O nosso objetivo era estar retornando agora, exatamente neste momento, no nosso calendário escalonado. Mas, com a curva da pandemia, não foi possível. E nós não colocaríamos em risco os nossos professores, os nossos funcionários e, principalmente, os nossos estudantes. A nossa preocupação em primeiro lugar é preservar vidas”, destacou.
Ao Metrópoles, o secretário ressaltou ainda que, mesmo que o ensino presencial não seja retomado, as aulas continuarão sendo ministradas pela plataforma digital. Há a perspectiva de teleaulas também. “O ano letivo de 2020 vai até 28 de janeiro de 2021. A secretaria está preparada para prosseguir com o ensino remoto até o fim do ano letivo, se preciso”, assegurou.
Segundo o gestor, o DF tem 470 mil estudantes e 72 mil professores cadastrados. No total, mais de 6 milhões de acessos à plataforma digital foram registrados. “Desde o dia 13 de julho, data em que o ano letivo on-line passou a aferir frequência, foram mais de 5,6 milhões acessos de estudantes e mais de 1 milhão de professores”, informou.
Cruz voltou a afirmar que a secretaria vai assumir o custo de internet para incluir mais alunos no ensino remoto. A pasta já publicou o edital de chamamento público para as operadoras de internet móvel, que ainda não se cadastraram. O GDF promete tomar as medidas necessárias para que “o serviço seja oferecido o mais breve possível, dentro da legalidade, respeitando todas as exigências administrativas para o uso do recurso público”.
O edital estipula que o valor máximo a ser pago por megabyte é de R$ 0,10 e o valor máximo mensal estimado para as contratações é de 3 milhões.
No último dia 19 de agosto, o governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha (MDB), tomou a decisão de suspender o retorno das aulas em escolas públicas por tempo indeterminado. Leandro Cruz e o então secretário de Saúde, Francisco Araújo – afastado por ser alvo da Operação Falso Negativo –, entenderam, ao lado do titular do Buriti, que a medida é uma precaução no sentido de evitar mais contaminações pela Covid-19 a partir do convívio no ambiente escolar.
Embora a rede pública tenha tomado uma série de medidas a fim de impedir o contágio, como a desinfecção e a sanitização de mais de 90% das escolas públicas, Ibaneis e os assessores diretos nas duas áreas acharam mais prudente adiar o retorno, antes previsto para ocorrer a partir do dia 31 de agosto.