Vídeo: estudantes protestam em frente ao MEC contra cortes na Educação
Os manifestantes reclamam do corte de R$ 1,57 bilhão no orçamento da pasta e da intervenção do governo federal nas universidades públicas
atualizado
Compartilhar notícia
Estudantes se reuniram em frente ao Ministério da Educação (MEC), na manhã desta quinta-feira (17/9), para protestar contra o corte de R$ 1,57 bilhão no orçamento da pasta deste ano. Segundo o ministro da Educação Milton Ribeiro afirmou à pasta de Economia, aulas em 29 institutos federais podem ser interrompidas por causa da tesourada.
O corte, ainda em discussão no governo, também afetaria programas que são bandeiras da gestão do presidente Jair Bolsonaro (sem partido), como a implementação de escolas cívico-militares e a alfabetização infantil. Apenas a ação de “desenvolvimento da educação básica” pode perder 80% dos seus recursos ainda disponíveis.
A tesourada chega no momento em que o presidente percorre o país para inaugurar obras e tentar impulsionar ainda mais sua popularidade. Nesta manhã, o ato contra a medida do governo foi organizado pelo Diretório Central dos Estudantes (DCE) da Universidade de Brasília (UnB) e pela União Nacional dos Estudantes (UNE).
Confira, seguir, imagens da manifestação realizada nesta manhã:
O deputado distrital Fábio Felix (PSOL) esteve na manifestação e disse ao Metrópoles que os protestos envolvem ainda uma segunda pauta: a luta contra a intervenção do governo federal nas universidades públicas.
“As universidades têm uma tradição histórica, democrática, de escolha de seus reitores, de seus dirigentes. A UnB passou por um processo agora de eleição, escolheu quem deve ser a dirigente pelos próximos quatro anos, que é a professora Márcia Abrahão, e nós estamos na luta contra a intervenção [do governo]”, defendeu o deputado.
Veja, abaixo, imagens da manifestação e o que disse o distrital sobre os protestos:
Reitoria da UnB
A nomeação para as reitorias federais deve passar por diferentes etapas, como a definição da lista tríplice de candidatos e a posterior aprovação pelo governo federal. Na tarde desta quinta, o Conselho Universitário da UnB (Consuni), se reunirá para definir a lista que será apresentada ao presidente Jair Bolsonaro.
Historicamente, os candidatos mais votados por professores, alunos e servidores são sempre referendados pelo Executivo Nacional. Bolsonaro, no entanto, tem surpreendido ao contrariar a escolha da comunidade acadêmica nomeando dirigentes não vitoriosos para chefiar universidades e institutos federais.
Apesar disso, a recém-eleita reitora da UnB Márcia Abrahão afirmou em entrevista à Grande Angular que tem “boa expectativa” em relação à escolha do presidente. “A comunidade disse, com muita firmeza, o que quer para a UnB. Fomos eleitos em primeiro turno”, afirmou. “Temos uma comunidade muito aguerrida”, destacou.