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UnB prepara sistema para reconhecer plágio e fraudes em trabalhos

Em 2020, a Comissão de Direitos Autorais da instituição apurou três denúncias na pós-graduação. Ideia é avivar cultura de pesquisa

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A Universidade de Brasília (UnB) passará a usar, ainda este mês, uma plataforma que ajuda na detecção de plágios em trabalhos acadêmicos de graduação e pós-graduação. A ferramenta conta com grande base de dados e é capaz de fazer inúmeros cruzamentos para flagrar cópias de textos retirados da internet.

O sistema funciona assim: o aluno faz o upload do trabalho e envia ao professor. Quando o docente abrir o documento, pode pedir ao programa para que identifique quais partes daquele texto parecem cópias. Após clicar em analisar, o resultado aparece indicando o percentual de trechos reproduzidos.

“Estamos fazendo o treinamento da equipe responsável e também da Biblioteca Central (BCE). A ideia é prevenir o plágio acadêmico, pois muitas vezes ele acontece por falta de informação”, diz Adalene Moreira da Silva, decana de pós-graduação da universidade.

Outra ação que está em elaboração é a de estimular práticas de pesquisa. “Nosso principal foco é preventivo, e a gente vai implementar uma cultura para evitar que essas coisas aconteçam”, destaca.

Neste ano a UnB já identificou três casos – todos estão em análise na Comissão de Direitos Autorais. Situações mais simples podem ser resolvidas com correções, mas cópias grandes são passíveis de fazer o aluno perder o título adquirido.

Pesquisa no Google

Na internet é fácil encontrar pessoas se oferecendo para fazer trabalhos acadêmicos mediante pagamento. Basta colocar na barra de pesquisa termos como “TCC”, “pronto”, “comprar” e escolher algum dos vários resultados que aparecem.

A característica desses endereços on-line é sempre a mesma. Como os responsáveis pela fraude sabem que o estudante está com medo de ser identificado e reprovar, as promessas sempre passam pelo sigilo absoluto.

Uma das páginas visitadas chega a garantir, com erro de português, que existe até mesmo um jeito de provar que não há cópia alguma no trabalho.

Outro site até lista os benefícios de comprar um Trabalho de Conclusão de Curso (TCC) ou artigo científico. “Outras prioridades podem tirar o seu foco fazendo com que você não seja apto a elaborar no prazo determinado e com a qualidade exigida o seu trabalho acadêmico”, afirma, esquecendo-se das vírgulas.

Apesar da tentativa de parecerem plataformas comuns, oferecendo telefones de contato, e-mail e até mesmo colocar bandeiras de cartões de crédito para pagamento, não há, em nenhum dos endereços eletrônicos visitados, um CNPJ disponível.

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É possível fazer o orçamento já dentro dos sites
Entre os argumentos usados para que a compra seja realizada, está o de ter "mais tempo livre para você e sua família"
São vários os serviços oferecidos
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Sites prometem que não há plágio nos trabalhos

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É possível fazer o orçamento já dentro dos sites

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Entre os argumentos usados para que a compra seja realizada, está o de ter "mais tempo livre para você e sua família"

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São vários os serviços oferecidos

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Plágio é crime

Além da retirada do título, a pessoa que faz a cópia também pode responder criminalmente. Conforme explica a advogada criminalista Hanna Gomes, o plágio acadêmico é uma violação de direitos autorais. “O responsável pela reprodução pode responder por falsidade ideológica e falsa identidade, podendo até pagar indenização por danos morais”, frisa. O professor orientador também pode ser envolvido, dependendo da situação.

Para evitar que se configurem os crimes, a advogada salienta que cuidados simples precisam ser tomados. “Basta escrever com as próprias palavras o que se pretende explicar ou expor no trabalho, apontando as devidas citações e referências”, pontua.

No caso de compra e venda de trabalhos em sites de internet, tanto o ofertante quanto o ofertado respondem criminalmente. “Mesmo que o vendedor tenha feito um TCC em 24 horas da própria cabeça, o que é improvável, ele pode responder por falsidade documental e falsa identidade, por fazer um trabalho e dizer que foi outra pessoa”, explica.

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