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UnB: Márcia Abrahão encabeça lista tríplice que será avaliada por Bolsonaro

Em votação do Conselho Universitário da UnB, maioria optou por manter resultado da consulta realizada em agosto com comunidade acadêmica

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Vinicius Santa Rosa/Metrópoles
Reitora da UNB Márcia Abrahão durante entrevist
1 de 1 Reitora da UNB Márcia Abrahão durante entrevist - Foto: Vinicius Santa Rosa/Metrópoles

O Conselho Universitário da Universidade de Brasília (Consuni-UnB) votou, nesta quinta-feira (17/9), a ordem da lista tríplice para a escolha do novo reitor que será encaminhada para avaliação do presidente da República, Jair Bolsonaro (sem partido). Vencedora da consulta realizada em agosto com a comunidade acadêmica, a atual reitora, Márcia Abrahão Moura, foi escolhida pelo colegiado para encabeçar a lista.

A sessão on-line teve início às 15h e foi transmitida pelo canal UnBTV, no YouTube. Diretores e representantes docentes de todas as unidades acadêmicas, do Conselho de Ensino, Pesquisa e Extensão (Cepe), dos servidores técnico-administrativos e dos discentes de graduação e pós-graduação, além de órgãos complementares e decanos, declararam seus votos após chamada nominal.

Apesar da vitória da primeira colocada na consulta de agosto, houve reclamações de alguns representantes sobre a elaboração da lista, que não foi a mesma submetida à comunidade acadêmica.

Ao fim da reunião, Márcia terminou com 85 votos; Olgamir Amacia Ferreira, com dois; e Germana Henriques Pereira, com um. Foram registradas duas abstenções. Não houve voto nulo.

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Olgamir Amacia Ferreira teve 2 votos
Já Germana Henriques Pereira teve 1 voto
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Atualmente, Márcia coordena a retomada das aulas na UnB

Divulgação/chapa Somar
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Olgamir Amacia Ferreira teve 2 votos

Roque de Sá/Agência Senado
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Já Germana Henriques Pereira teve 1 voto

Beto Monteiro/Secom UnB

Das três candidatas a reitoras encaminhadas para apreciação presidencial, apenas Márcia Abrahão disputou a preferência da comunidade acadêmica em agosto. Na ocasião, servidores, docentes e alunos da instituição votaram por manter a atual gestão (54% dos votos). Depois vieram as chapas encabeçadas por Jaime Martins de Santana e Gilberto Lacerda dos Santos (18,17%); Maria de Fátima Sousa e Elmira Luzia Melo Soares Simeão (16,58%); e, por fim, a chapa composta por Virgílio Caixeta e Suélia de Siqueira (11,24%). Estavam aptos a votar mais de 52 mil pessoas.

Agora, a lista tríplice será enviada ao Ministério da Educação para que o rito de escolha do gestor máximo da UnB caminhe até seu desfecho, com subsequente nomeação pelo presidente da República.

Veja como foi a votação do Consuni: 

Indicação não é garantia

Conforme apontado pelo Metrópoles nesta quinta, a indicação do reitor na Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) não foi atendida por Bolsonaro. O nome do professor Carlos André Bulhões Mendes apareceu em publicação do Diário Oficial da União como o novo reitor da instituição, apesar de ele ter sido apenas o terceiro mais votado na eleição interna promovida pela UFRGS.

O caso não é fato isolado. De acordo com levantamento feito pelo (M)Dados, desde 2019, Bolsonaro já recebeu 38 listas tríplices – com os candidatos por ordem decrescente de votação – de universidades que tiveram eleições até o momento.

Entre as listas que chegaram às mãos presidenciais, o martelo foi batido em 26. Dessas, nove não tiveram o nome vencedor respeitado, com a escolha ficando entre o segundo e o terceiro colocado da relação. Em uma, o escolhido nem sequer fazia parte dos indicados pela comunidade acadêmica.

As 12 restantes aguardam parecer do chefe do Executivo, entre elas, a Universidade de Brasília (UnB), que reelegeu Márcia Abrahão, com 54% dos votos, no fim de agosto. Em entrevista exclusiva à Grande Angular, a reitora afirmou que tem “boa expectativa” em relação à escolha do presidente Jair Bolsonaro. “A comunidade disse, com muita firmeza, o que quer para a UnB. Fomos eleitos em primeiro turno”, destacou a atual reitora.

Qualquer que seja a escolha do presidente, está dentro da lei. A nomeação para as reitorias federais deve passar por diferentes etapas, como a definição da lista tríplice de candidatos e a posterior aprovação pelo governo federal, mas não há obrigação de escolha do mais votado.

Até Bolsonaro assumir o governo, o primeiro, com mais votos, era tradicionalmente o escolhido. No último ano de Michel Temer, por exemplo, as 11 nomeações divulgadas foram do candidato mais votado.

A recente quebra da prática tem incomodado acadêmicos. “O governo pode decidir, mas, para nós, que mobilizamos estudantes, professores, técnicos, isso sai muito caro. Afinal, nós ensinamos em sala de aula que a democracia é um valor e deve atender o interesse da maioria. Essa liberdade tem que ser minimamente respeitada”, defende o professor da UnB e diretor do Sindicato dos Docentes das Instituições de Ensino Superior (Andes), Erlando da Silva Rêses.

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