UnB intima professor acusado de assédio moral e sexual contra alunos a depor
Em dezembro do ano passado, o Centro Acadêmico da FAC (Cacom) reuniu relatos das alunas em um dossiê e o enviou à reitoria da instituição
atualizado
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A Universidade de Brasília intimou um professor da Faculdade de Comunicação (FAC) da Universidade de Brasília (UnB), alvo de dezenas de denúncias de assédio moral e sexual, a depor em uma comissão de sindicância instaurada pela instituição para investigar o caso. Em dezembro do ano passado, o Centro Acadêmico da FAC (Cacom) reuniu relatos das alunas em um dossiê e o enviou à reitoria.
No documento, estudantes relatam casos de atividade humilhantes propostas pelo professor dentro de sala de aula, comentários misóginos e contato físico indesejado. Membros do Cacom também já foram intimados, mas como testemunhas ou denunciantes. A organização estudantil comentou “que não concorda com nenhum tipo de transgressão aos direitos humanos cometidos dentro e fora da universidade”.A Direção da FAC informou que tomou todas as providências necessárias com relação à manifestação encaminhada pelo centro acadêmico com a brevidade possível e aguarda o resultado da sindicância sobre a situação.
Em nota, a UnB esclareceu que, enquanto a comissão de sindicância desenvolve sua tarefa, a reitoria recomenda que a FAC siga com as atividades regulares de ensino, pesquisa e extensão com seus estudantes, técnicos e professores.
#meuamigosecreto
Uma aluna que prefere não se identificar relatou ao Metrópoles que o docente se comportava dessa maneira há muito tempo, inclusive em outras faculdades, mas que os relatos só ganharam repercussão após a campanha #meuamigosecreto nas redes sociais.
Mulheres de todo o Brasil usaram a hashtag #meuamigosecreto em sites como Facebook e Twitter para expor situações de abuso cotidianas. No caso da UnB, alunas fizeram diversos comentários relacionados ao mesmo professor, membro da cadeira de Audiovisual. Um deles afirma que “#meuamigosecreto é professor de cinema e quando a aluna responde aos comentários misóginos, racistas, homofóbicos e bairristas que ele faz, no fim da aula quando todo mundo já saiu da sala, ele faz uso da autoridade dele como professor para ameaçá-la de reprovação”.