UnB cobra explicações de alunos envolvidos em ato contra mulheres

Após denúncias de ataques machistas e agressão contra as mulheres ocorridos no último domingo (3/4), durante os Jogos InterCalouros, a Universidade de Brasília (UnB) decidiu tomar medidas enérgicas para coibir a prática na instituição e vai ouvir todos os envolvidos no caso. O principal alvo é a bateria da Atlética Maquinada, grupo da Associação Atlética Acadêmica das Engenharias da UnB (AAAEUnB), que diz representar 18 cursos da universidade. Eles fizeram uma música que prega o desrespeito às mulheres e faz apologia ao estupro.

O Decanato de Assuntos Comunitários (DAC) notificou os diretores da Faculdade de Tecnologia e da Faculdade UnB Gama para que os alunos envolvidos sejam ouvidos. A UnB também solicitou que o Diretório Central dos Estudantes dê explicações formais sobre o ocorrido.

Por meio do Facebook, a estudante de engenharia Sophia Luduvice, coordenadora-geral do Diretório Central de Estudantes (DCE), denunciou a violência que estudantes de enfermagem sofreram durante a entrega da premiação no fim de semana. Segundo Sofia, “20 membros da Máquina começaram a fazer sinais obscenos e a entoar gritos extremamente machistas”.

Por meio de nota, a universidade afirmou que “reitera sua postura de não admitir qualquer tipo de violência, incluindo a violência de gênero, e reforça seu compromisso com políticas que promovam uma cultura de paz na instituição”.

Também em nota, o Diretório Acadêmico das Engenharias reconhece a existência de uma folha com os hinos, mas afirma que ela não tem caráter oficial. A Atlética Maquinada, que representa o curso, diz “apoiar inteiramente” o texto. O caso também está sendo investigado pela Polícia Civil.

Medidas contra a violência
A UnB também ressaltou que, desde março, vem adotando ações voltadas à segurança e ao combate à violência contra a mulher. Entre elas, a reativação do Conselho Comunitário de Segurança, a criação de um número do Whatsapp (9263-5760) para receber denúncias e do email unbpaz@unb.br para receber sugestões da comunidade universitária, além de encontros com os centros acadêmicos e reuniões da Câmara de Assuntos Comunitários.

Outras medidas também foram implementadas como cursos de defesa pessoal para mulheres, curso de extensão sobre masculinidade para homens, esclarecimentos sobre o feminicídio, formação de professores em gênero e relações sociais, ciclo de palestras sobre “Direitos da Mulher”, auditoria de segurança das mulheres nos campi, além de uma campanha pelo fim da violência contra as mulheres.

A UnB também disponibiliza o disk denúncia 180, onde as reclamações são encaminhadas para a Diretoria da Diversidade.