Reviravolta pode levar a eleição do DCE do UniCeub à Justiça
Integrante da comissão eleitoral diz que duas urnas foram impugnadas. Dessa forma, Rafael Calixto se tornaria o vitorioso e Victor Vilela não seria reconduzido à ao cargo. Mas outro membro do colegiado contesta a nota publicada pela colega
atualizado
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A conturbada eleição do novo Diretório Central dos Estudantes (DCE) do UniCeub ganhou novo capítulo neste sábado (9/4). Após uma campanha tensa, que virou caso de polícia e foi parar na delegacia, tudo parecia pacificado na sexta-feira (8), ao ser anunciada a reeleição do atual presidente, o aluno de administração Victor Vilela. No entanto, menos de 24 horas após o resultado ser confirmado oficialmente, Cibele Siqueira, integrante da comissão eleitoral, divulgou nota afirmando que os votos computados nos campi I e II de Taguatinga foram impugnados. Dessa forma, Vilela perderia a disputa e Rafael Calixto seria eleito. Mas a história pode ser decidida na Justiça.
Segundo a nova contagem, Vilela deixaria de ter 1.141 votos e passaria a ter 689. Já Calixto cairia de 1.024 para 849, número que lhe garantiria a vitória. De acordo com a nota enviada por Cibele, foram averiguados diversos problemas nos votos computados nas duas unidades do centro de ensino em Taguatinga, o que provocou a impugnação em ambos os locais. No campus I, “a urna do campus I foi impugnada por ser deslocada ilegalmente, sem o devido lacre que deveria ter sido feito no local de votação”. Já no campus II, a comissão afirma que não foram cumpridas as regras “do artigo 9º do Regimento Eleitoral”, em que não deve haver dúvidas sobre a identidade dos eleitores na folha de votação.
A publicação da nota pegou de surpresa os candidatos que disputaram a eleição e até mesmo outros integrantes da Comissão Eleitoral, pois o resultado que decreta a vitória de Vilela já havia sido protocolado pela diretoria acadêmica do UniCeub.
Para Vilela, a mudança na contagem de votos é fruto de uma manobra unilateral da integrante da comissão. “A Cibele tomou uma decisão desproporcional, arbitrária, sem que houvesse qualquer indício de fraude para favorecer uma chapa. Isso é antidemocrático e vai contra a soberania da vontade dos estudantes”, disse ao Metrópoles. O estudante afirmou ainda que, se for necessário, acionará a Justiça.
Também aluno de administração, Rafael Calixto ficou surpreso com a novidade. No entanto, preferiu aguardar antes de se pronunciar sobre o assunto. “Vou esperar a segunda-feira (11) para dar uma declaração oficial”, disse.
O imbróglio provocou indisposições dentro da própria Comissão Eleitoral. Rebeca Veloso, uma das seis integrantes do colegiado, desautorizou a nota da colega Cibele Siqueira. “A decisão não tem o aval da comissão, e a contagem apurada no primeiro momento é a que está valendo.” Ao ser questionada sobre a situação pela reportagem neste sábado (9), Cibele disse que estava reunida com um advogado e pediu para que fosse contactada mais tarde. Até a publicação desta reportagem, no entanto, o celular dela estava desligado.
Bolsas
O comando do DCE não é cobiçado à toa. A entidade tem a prerrogativa de indicar 50 alunos para receberem bolsas integrais — em muitos cursos, as mensalidades chegam a custar mais de R$ 1 mil. No caso de medicina, por exemplo, o valor supera os R$ 6 mil. Quando a gestão é trocada, quem tinha direito ao benefício perde a bolsa, a não ser que haja nova indicação.