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Professores de escolas públicas do DF se reinventam nas aulas on-line

Com desafios diários e para que os alunos não sejam prejudicados, docentes inventam um novo cotidiano para levar conhecimento aos estudantes

atualizado

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Arte sobre foto de LEREXIS/Getty
a little boy with a green screen tablet
1 de 1 a little boy with a green screen tablet - Foto: Arte sobre foto de LEREXIS/Getty

Diante da reclusão social imposta pela pandemia do novo coronavírus, novas maneiras de pensar e agir, desafios e diferentes modos de convivência foram inseridos no dia a dia. A situação forçou uma reinvenção por parte das mais diversas áreas profissionais e com os professores não foi diferente.

Isso porque, em tempos de quarentena, as salas de aula se tornaram telas de computadores. O ensino presencial foi substituído pelo on-line. Sem o olhar nos olhos, os ensinamentos são gerados em frente a uma câmera de celular, computador ou tablet.

Entre desafios e estímulos, docentes da rede pública de ensino do Distrito Federal contaram ao Metrópoles como se reinventaram e estão lidando diariamente com esse novo normal.

Agora, além de educadores, eles também lidam com técnicas de informática e atuam como verdadeiros artistas se adaptando em plataformas digitais.

A professora Danielle Cunha da Silva (foto em destaque), 31 anos, leciona na Escola Classe 02 de Ceilândia Sul. Ela trabalha com alunos do 2º período: são meninos e meninas que têm, em média 7 anos. “Nós não estávamos preparados. Víamos o ensino on-line para as séries iniciais como algo distante, lá no futuro, e precisamos nos aproximar disso no agora”, opinou.

“Eu me viro com o básico. Assim como eu preciso de auxílio com as ferramentas, sabemos que os alunos também precisam de alguém para ajudá-los no universo digital.  São crianças pequenas e estamos trabalhando aos poucos a autonomia deles”, acrescentou.

Danielle diz ter se reinventado para levar conteúdo diferenciado aos pequenos todos os dias. “A gente vai buscando estratégias. Procuro fazer contação de histórias e atividades que eles queiram participar. Estamos trabalhando na semana do folclore e fiz a interação entre eles para que percebessem que os coleguinhas também estavam no ambiente virtual”.

Assista o vídeo da professora interagindo no Google Meet com os alunos:

Sala virtual

Professora do 5º ano do ensino fundamental na Escola Classe 56 da Expansão do Setor O, Ana Claudia Aguiar disse que dos 30 alunos, 25 têm acesso à plataforma.

“Minhas aulas ocorrem todos os dias da semana das 13h20 às 15h20, em tempo real, ou seja, o conteúdo é explicado, os meninos realizam as atividades e corrigimos logo após. Fiz um campeonato de matemática em que houve um grande interesse dos participantes”, afirmou.

Ainda de acordo com ela, apesar da distância e de ser uma experiência nova, o rendimento dos alunos é considerado bom. “Muitos que por timidez não falavam, ou seja, não participavam nas aulas presenciais, hoje participam virtualmente na maior tranquilidade.”

Veja a aula de matemática da docente:

Abdael Gaspar de Sousa, 33, dá aula de atividades na Escola Classe 09 do Gama e, de História, para o Ensino de Jovens e Adultos (EJA), no Centro Educacional 07 (CED 07), também na região administrativa.

Ele utiliza ferramentas como o Google Meet, Classroom e o WhatsApp para as postagens diárias de conteúdo e têm se aproximado mais das famílias.

“São muitas possibilidades. Teve a fase de adaptação com os cursos da Secretaria de Educação e passei a fazer o uso de todas elas. São experiências diferentes pelo meu público. A escola entrou dentro da casa do aluno e, agora, temos aproximação com as famílias. São 22 alunos que interagem dia a dia e a devolutiva deles é incrível. Tiramos dúvidas on-line, fazemos atividades diferenciadas e leves e eles aceitaram muito bem.”

Confira imagens das aulas:

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Professor propôs atividade de desenho para encontrar os erros:

A professora de Língua Portuguesa do Centro Educacional 11 de Ceilândia Elaine Ferreira Gomes Rockenbach, 31, tem sete turmas do 1º e 2º ano do ensino médio.

Ela criou um canal no Youtube onde posta as aulas para que os alunos possam sempre acessar em momentos de dúvidas. “O que eles mais gostam são as videoconferências, porque é a referência mais próxima a uma aula presencial. Além disso, a própria escola tem utilizado as redes sociais e já fez sorteio de pizzas no Dia do Estudante para os alunos que estão participando mais ativamente das atividades”.

Veja um exemplo de aula postada pela educadora em seu canal do Youtube:

O que diz a Secretaria

Em virtude da pandemia da Covid-19, a pasta retomou o ano letivo no dia 22 de junho de um jeito diferente: por aulas remotas. Desde 13 de julho, começou a ser obrigatória a participação dos alunos no programa Escola em Casa DF, com aferição de presença e avaliação de acordo com a realização das atividades propostas pelos professores on-line.

Segundo a Secretaria de Educação do DF (SEEDF), a pasta cadastrou 470 mil estudantes e 72 mil profissionais da educação na plataforma.

A Subsecretaria de Formação Continuada dos Profissionais da Educação (EAPE) promoveu cursos para uso da plataforma Google Sala de Aula e para produção de material didático, nos quais os professores puderam vivenciar a prática do ensino remoto. Mais informações sobre o material de suporte foi publicado no site da SEEDF.

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