Sem resistência, Centrão, Elefante Branco e Gisno são desocupados
Ordem da Justiça determina que todos os colégios sejam liberados pelos alunos. Somente o CEM 02, do Gama, continua ocupado
atualizado
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A Polícia Militar desocupou três escolas de ensino médio nesta quinta-feira (3/11). No Gisno, na Asa Norte, os alunos saíram pacificamente, sem necessidade da ação policial. Em Planaltina, no colégio Centrão, os estudantes deixaram a escola depois de mais de três horas de negociação (foto de destaque). Já no Elefante Branco, na Asa Sul, após a chegada do oficial de Justiça, eles liberaram as instalações por volta das 15h.
A desobstrução dessas escolas foi determinada pela Justiça na semana passada. Na noite de quarta (2), o Centro de Ensino Médio (CEM) 02 do Gama foi tomado pelos alunos. A unidade é a única que continua ocupada no momento, segundo a PM. Não existe determinação da Justiça para que o colégio seja liberado.
O CEM 02 é um dos maiores da cidade e sempre teve atuação destacada nos movimentos estudantis. Foi o primeiro do Gama a ser ocupado em protesto contra a reforma do ensino médio e as PECs 241 e 55 que limitam o teto de gastos para saúde, educação, segurança, e outros gastos sociais.
Retirada
A saída dos estudantes foi negociada pelo Batalhão Escolar. Equipes de negociadores foram enviadas às escolas. As operações foram feitas com auxílio da Vara da Infância e da Juventude (VIJ). No Centrão, 32 alunos participaram da ocupação. Eles deixaram a escola amordaçados, como forma de protesto por não serem ouvidos em suas reivindicações.
A conversa tem sido o caminho mais utilizado para convencer os alunos a deixarem as escolas. Foi o que ocorreu, por exemplo, na tarde de quarta no Centro de Ensino Médio Setor Oeste (Cemso), da 702 Sul, que foi desocupado pacificamente. Nos demais estabelecimentos, a negociação continua.
Alunos sem aula
Em nota, a Secretaria de Educação informou que esses estabelecimentos atendem cerca de 7.500 alunos, que estão sem aulas às vésperas do Exame de Avaliação do Ensino Médio (Enem).
De acordo com a pasta, “as ocupações prejudicam o andamento das aulas na rede pública de ensino e a negociação com os manifestantes busca garantir que as aulas ocorram normalmente, sem que haja prejuízo dos conteúdos ofertados”.
O Ministério Público do DF e Territórios (MPDFT) também se manifestou sobre as desocupações. Em nota, defendeu a saída dos estudantes das escolas ocupadas. O órgão afirmou estar “no cumprimento do seu dever constitucional, atuando rapidamente para cessar a situação de risco a que crianças e adolescentes estão submetidos e para garantir a manutenção integral de seus direitos fundamentais, uma vez que a escola é para todos”.