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Pais denunciam professores que não dão aula on-line em 10 escolas do DF

Há informações de que a situação ocorre em colégios das regiões administrativas de Ceilândia e Samambaia

atualizado

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Insatisfeitos com alguns professores da rede pública de ensino que não estão ministrando as aulas on-line para as crianças no Distrito Federal, pais e alunos resolveram expor o caso e buscar explicações junto às direções das escolas em que os filhos estudam.

Ao Metrópoles, os responsáveis e alguns alunos de colégios localizados em Ceilândia e Samambaia reclamaram que, em muitas unidades, os docentes apenas publicam as atividades na plataforma de ensino remoto, mas não aparecem para interagir em tempo real.

A situação, de acordo com pais e alguns servidores, estaria ocorrendo em 10 escolas. Seis delas ficam no P Sul e P Norte. São as Escolas Classe 38, 36, 35, 39, 40 E 49. Outas três são no Setor O: Escolas Classe 55, 56 e 16. A última está localizada em Samambaia Sul, é o Centro de Ensino Fundamental 12o (CEF 120).

Há um documento da Secretaria de Educação do DF (SEEDF) direcionado a todas as coordenações regionais de ensino da capital que recomenda três horas diárias de acesso. As duas horas restantes de regência podem ser utilizadas para a correção de material. A possibilidade de envio de atividades impressas produzidas pelas unidades escolares deve ser disponibilizada aos alunos sem condições de acesso à internet ou equipamentos.

Em virtude da pandemia do novo coronavírus, a pasta retomou o ano letivo no dia 22 de junho de um jeito diferente: por aulas remotas. Desde 13 de julho, começou a ser obrigatória a participação dos 460 mil alunos da rede pública de ensino no programa Escola em Casa DF, com aferição de presença e avaliação de acordo com a realização das atividades propostas pelos professores on-line.

O problema, conforme contam pais ouvidos pela reportagem, é que muitos docentes não estão cumprindo o que estabelece a pasta.

“O professor é a identidade do aluno. Sem esse contato, sem interação, as aulas não existem. Muitos pais nem sabem disso. Queríamos que houvesse uma forma desses educadores serem fiscalizados”, desabafou uma servidora que preferiu não se identificar por medo de retaliação.

Reclamações

A mãe de um aluno de 6 anos da Escola Classe 56 do Setor O contou ter feito duas reclamações para a direção do colégio indagando a falta de aulas e a ausência da professora na plataforma.

“A professora dele nunca apareceu na plataforma e mal fala com a gente no WhatsApp. O que ela tem postado são vídeos do YouTube. A impressão é a do copia e cola. Aula de verdade não está tendo. Já reclamei na direção da escola há algumas semanas e eles me disseram que ainda estavam em adaptação”, comentou ela, que não quer revelar sua identidade.

“Não sei como a reprodução de vídeos vai ajudar meu filho na alfabetização. O meu filho nem lembra o nome da professora. Ele já esqueceu tudo o que aprendeu no ano passado. A gente sabe que tem professores exercendo a função, já outros, como a do meu filho, não fazem nada”, desabafou.

Veja as reclamações enviadas pela mãe para a direção da escola:

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Exemplo de atividade repassada ao aluno
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A moradora de Samambaia Andreia Vanessa Carvalho de Miranda, 31, mãe do adolescente Kelwin Eduardo Carvalho Alves, 13, disse que ele também não está tendo aula com professor on-line.

Kelwin é aluno do 7º ano do ensino fundamental do CEF 120, na região administrativa. “Quando ele vai entrar na plataforma, encaminha para uma página com uma tarefa. Eu já fui no colégio e eles não estão abrindo a secretaria. Agora, vou tentar pegar o material impresso. Até prefiro para ele ler e poder realizar as tarefas com atenção”, relatou.

 

Andreia Vanessa Carvalho de Miranda e Kelwin Eduardo Carvalho Alves
Sindicato desconhece

O Sindicato dos Professores do Distrito Federal (Sinpro-DF) esclareceu que não tem conhecimento da situação e disse que  os docentes estão executando o trabalho remoto.

“Os professores estão trabalhando muito mais agora remotamente do que na forma presencial.  Se o aluno não acessa a plataforma, a responsabilidade é do governo que não dá as condições necessárias para isso. São 120 mil estudantes sem nenhum equipamento eletrônico”,  comentou o diretor do sindicato Samuel Fernandes.

O outro lado

Por meio de nota, a Secretaria de Educação informou ter colocado à disposição das escolas, dos professores e dos estudantes a plataforma Google Sala de Aula. Também está disponível o aplicativo Escola em Casa DF, para Android, que dá acesso à plataforma.

Cabe às escolas organizarem como os conteúdos chegarão aos estudantes , que podem ser entregues de forma impressa para aqueles que não têm acesso.

A orientação da Secretaria de Educação é que os professores deem três horas de aula por turno de trabalho. Eles têm autonomia para organizar suas atividades por meio remoto e também podem utilizar outras tecnologias, como as redes sociais. Mas cabe às equipes gestoras  das próprias escolas acompanhar a participação dos professores na plataforma.

A pasta ressalta que “o ensino mediado por tecnologia é algo muito recente. Não existia isto nem na rede pública e nem na rede privada. Todos estão aprendendo no mesmo momento”.

“Os professores estão sendo capacitados para trabalhar com o ensino mediado por tecnologia e estamos dando suporte às famílias com orientações que já foram divulgadas em nosso site, sobre como os pais e estudantes podem participar. A cada dia construímos juntos uma nova forma de aprendizagem. Para isto, é ensino mediado por tecnologia”, reforça.

A secretaria ressalta que “está empenhada em garantir que o conteúdo pedagógico chegue a todos os estudantes da rede pública. É um momento desafiador, complexo, causado por uma pandemia inesperada, que exige uma série de adaptações. O órgão está fazendo tudo para que sejam minimizados os impactos disso no ano letivo”.

Mais informações sobre o material de suporte foi publicado no site da SEE-DF.

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