Ministro dos Direitos Humanos critica livros rasgados na UnB
Para Gustavo Rocha, rasgar obras literárias que falam sobre conquistas no tema é impedir a formação de visão crítica e democrática do mundo
atualizado
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O ministro dos Direitos Humanos, Gustavo Rocha, divulgou nota pública em que lamenta o recente episódio envolvendo a danificação de livros na temática de Direitos Humanos e lutas sociais ocorrida na Biblioteca Central do Estudante (BCE) da Universidade de Brasília (UnB). “A construção de uma sociedade plural, pacífica e tolerante pressupõe a coexistência de ideias e leituras distintas sobre fatos incontestáveis da história recente de nosso país”, afirmou o ministro na nota.
Gustavo Rocha disse, ainda, na nota, que “rasgar obras literárias que veiculam narrativas sobre as conquistas em Direitos Humanos é, em última análise, impedir a formação de uma visão crítica e democrática do mundo que nos cerca”. A instituição levou o caso à Polícia Federal, que abriu investigação para descobrir os culpados.
Entenda o caso
O episódio que chocou a comunidade universitária veio à tona a partir da descoberta, feita por um repositor da instituição, de livros com a temática de direitos humanos rasgados na biblioteca. Ao devolver obras usadas por alunos às estantes, o repositor encontrou cinco exemplares com todas as páginas rasgadas no meio.
Segundo um bibliotecário do prédio que pediu para não ser identificado por medo de retaliações, casos isolados de livros rasgados vêm acontecendo desde o início de 2018. Os funcionários demoraram a perceber que eram apenas obras com a temática de direitos humanos. As câmeras na biblioteca não filmam as estantes.
Nota de solidariedade
No começo da tarde desta sexta-feira (5), alunos entregaram uma carta de apoio à UnB e à biblioteca. O documento conjunto assinado por estudantes, egressos, professores, servidores, e comunidade em geral, cobra investigação e punição dos responsáveis, ainda não identificados.
“Atos como este precisam ser prontamente divulgados, investigados e condenados, sob pena de termos nossa universidade refém do obscurantismo, do terrorismo, do medo”, ressalta trecho do texto entregue a Paulo César Marques, chefe de gabinete da Reitoria.