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Mensalidades de escolas do DF vão aumentar até 8% em 2019

O percentual é menor que o aplicado neste ano, de 10%, mas ficará acima da meta de inflação prevista para 2018 – 4,5%

atualizado

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1 de 1 UnB - Foto: Rafaela Felicciano/Metrópoles

A temporada de matrículas na rede privada de ensino se aproxima e, com ela, aumenta a preocupação dos pais com o reajuste das mensalidades. Em meio à crise econômica e indefinição política, o cenário para 2019, porém, tende a ser um pouco mais otimista. A correção deve ser de até 8%, segundo o Sindicato dos Estabelecimentos Particulares de Ensino do Distrito Federal (Sinepe-DF). Em 2018, chegou a 10%.

O aumento, de acordo com o sindicato, é baseado na projeção de 5% do Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) para abril de 2019, em comparação a maio deste ano, quando são calculados os reajustes salariais de professores e funcionários. Mas, se a previsão da entidade se confirmar, ficará acima da meta de inflação deste ano – 4,5% – e do próximo – 4,25%.

“As escolas não têm obrigação de informar quanto vão reajustar, mas costumam se manifestar. O que nós estamos percebendo é que a maioria vai ficar em torno do INPC e um pouco mais. Algumas estão reajustando de 6% a 8%”, explicou o diretor financeiro do Sinepe-DF, Cleyton Braga.

A bancária Liliane Novais mantém a filha estudando no mesmo colégio particular há uma década. Larissa Novais, de 15 anos, vai para o 2º ano do ensino médio no Centro Educacional Sigma. Com a renovação da matrícula, a mensalidade passou de R$ 2.365 para R$ 2.550, um aumento de 7,8%, segundo a mãe.

“Com a pensão paga pelo pai, eu consigo só complementar esse valor. Se eu não tivesse essa renda, seria difícil. Não é só a mensalidade. Tem material escolar, uniforme. É um valor dispendioso. No meu caso, não compromete o orçamento, mas seria mais de 10% da nossa renda”, comentou.

O Metrópoles entrou em contato com escolas que aumentaram os preços. É o caso do Centro Educacional Católica de Brasília, que informou reajuste de R$ 5,54%. Os valores da mensalidade variam de R$ 1.157,12, para anos iniciais do ensino fundamental, a R$ 1.486,30, no ensino médio.

Um pouco acima da média esperada, o colégio Ideal informou reajuste de 6,9%. Em 2019, as mensalidades vão variar de R$ 999, nos anos iniciais do ensino fundamental, a R$ 1.317, no ensino médio.

Exceção é o Colégio Dom Bosco, que não vai reajustar os valores para 2019. As mensalidades variam de R$ 993, na educação infantil, a R$ 1.695, no ensino médio. Segundo a direção, a opção por manter os preços foi da Inspetoria Salesiana.

A maioria das escolas procuradas pela reportagem, no entanto, não revelou os valores das mensalidades ou a porcentagem do reajuste para o próximo ano.

Em meio à crise, quem paga a conta diz que a manutenção das mensalidades ou reajuste abaixo da inflação são opções sensatas. “A classe média está com poder de compra baixo, então as escolas têm que entender. Se aumentar muito, os pais vão procurar colégios mais baratos ou colocar os filhos em escolas públicas”, disse o diretor-presidente da Associação de Pais e Alunos (Aspa-DF), Luis Claudio Megiorin.

Para ele, as instituições de ensino particular não são transparentes quanto aos gastos que impactam o reajuste anual dos preços. Essa diminuição no índice de reajuste é “inédita”, segundo Megiorin. “Estamos acostumados a acompanhar aumentos superando de duas a três vezes a inflação. Realmente, como suspeitávamos, sempre houve uma gordura a ser queimada”, afirmou, referindo-se à reserva financeira dos estabelecimentos.

O reajuste varia, sobretudo, de acordo com o orçamento de cada instituição, esclarece o Sinepe-DF. A entidade destacou ainda que as escolas têm autonomia para definir os valores de acordo com a realidade de cada empresa.

“Orientamos que a escola faça isso com muita consciência. Estamos vendo, nos últimos anos, muitos estabelecimentos fechando. Os impostos pagos variam de acordo com a arrecadação e vão de 6% a 33%. Também há um cenário de inadimplência, que está muito maior e pode gerar o prejuízo”, justificou Cleyton Braga.

Migração para rede pública
De acordo com a Secretaria de Estado de Educação do Distrito Federal, não há previsão do número de alunos que podem migrar da rede particular para a rede pública em 2019. “O crescimento depende de diversas variáveis sociais, como aumento populacional, preferência pela rede pública, renda socioeconômica, entre outras. A pasta trabalha para atender toda a demanda por vaga”, diz nota encaminhada à reportagem.

Preste atenção na hora da matrícula:

– O contrato deve ser divulgado em local de fácil acesso, no mínimo 45 dias antes do prazo final de matrícula. No documento, devem constar os valores da anuidade e o número de vagas por sala;
– As escolas não podem cobrar taxa pela emissão de boleto bancário ou de carnê para pagamento de mensalidade;
– Taxa de reserva de matrícula pode ser cobrada pela instituição, mas o valor deve fazer parte da anuidade e ser descontado da primeira mensalidade;
– Mesmo com mensalidades em atraso, os alunos não podem ser impedidos de frequentar as aulas.
Os estudantes inadimplentes, porém, não têm direito à renovação de matrícula.

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