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Mais de 56 mil alunos foram reprovados, em 2014, nas escolas do Distrito Federal

Desse total, 52.219 estudantes eram da rede pública. Média de reprovação do DF foi maior do que a nacional nas séries finais do ensino fundamental e no ensino médio

atualizado

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Michael Melo/Metrópoles
Alunos do Centro Educacional Gisno
1 de 1 Alunos do Centro Educacional Gisno - Foto: Michael Melo/Metrópoles

Um total de 56.079 estudantes do Distrito Federal foram reprovados no ano escolar de 2014. Os índices são especialmente altos nas séries finais do ensino fundamental (do 6º ao 9º ano) e no ensino médio: 15% de reprovação. O pior cenário está na rede pública. Dos repetentes da capital, 93% estavam matriculados na escolas de ensino fundamental e médio do governo local.

Dados divulgados pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (Inep) mostram que os índices de reprovação no Distrito Federal superaram as médias nacionais. Nos anos finais do fundamental, 11,7% dos alunos brasileiros terão de repetir a série que cursavam em 2014. No ensino médio, o percentual de reprovados foi de 12,2%.

A repetência simboliza fracasso não só dos alunos, que não aprenderam o que deveriam, mas também de professores e coordenadores, que falharam na tarefa de ensinar e fazê-los progredir. Por isso, o indicador é um importante alerta para pais, educadores e gestores de políticas públicas. Consequentes reprovações podem fazer o aluno desistir dos estudos.

De cada 100 matriculados no ensino médio em 2014, 26 acumulam mais de dois anos de reprovações. Na rede pública, o percentual é de 33%. O atraso escolar – como é chamada essa discrepância entre a idade dos alunos e a série que estudam – é monitorado pelo Ministério da Educação e serve de alerta para a elaboração de políticas públicas.

O especialista em educação Remi Castioni ressalta que apenas metade dos jovens concluem o ensino médio na idade certa. A meta do Plano Nacional de Educação, que definiu objetivos e estratégias para as políticas educacionais dos próximos 10 anos, é de que 85% dos adolescentes terminem a educação básica com 17 anos. “Estamos muito distantes dessa realidade”, lamenta Castioni.

Na opinião da professora de pedagogia da Universidade Católica de Brasília (UCB) Leda Gonçalves de Freitas, a capital federal deveria ter um rendimento escolar melhor do que o nacional. “Os dados são lamentáveis. O DF possui uma boa estrutura e profissionais bem qualificados”, ressalta.

Já tivemos grandes experiências aqui. Escolas que se tornaram referência no Brasil. Nossa rede é pequena quando comparada às de outros estados, os professores possuem uma boa formação e são os mais bem pagos do país. No entanto, esses índices mostram que temos um grande desafio pela frente

Remi Castioni
Mais de 56 mil estudantes brasilienses foram reprovados no ano escolar de 2014

Presença dos pais e reforço
O subsecretário de Planejamento, Acompanhamento e Avaliação Educacional da Secretaria de Educação do DF, Fábio Pereira de Sousa, admite que há muitos estudantes em atraso escolar. Para reverter o quadro, o governo aposta em classes especiais para ajudar a recuperação de conteúdos desses alunos.

“Além disso, colocamos em prática novos currículos, que ficaram em estudo por dois anos, e estamos investindo na educação integral”, explica. Atualmente no DF, das 697 escolas públicas, 332 adotam a educação em tempo integral.

Para o diretor do Centro Educacional Gisno, Isley Marth, a ausência dos pais no cotidiano escolar dos filhos contribui para que esses tristes índices aumentem. “Nos últimos anos, percebi que a presença da família dentro da escola diminuiu”, comenta.

O diretor do Gisno acredita que aproximar a família da escola é uma solução para melhorar o rendimento dos alunos

Entre os 81.727 alunos do ensino médio matriculados na rede pública do DF no ano passado, 18,3% (14.496) tiveram de encarar os mesmos conteúdos este ano. Na instituição comandada por Marth, que é pública, o percentual de repetência foi inferior à média local. Lá, 7,6% (163) dos estudantes do ensino médio foram reprovados em 2014.

O diretor atribui o resultado à postura adotada pela comunidade escolar. “Tentamos criar um ambiente acolhedor. Somos a única escola pública do DF que oferece cursinho pré-vestibular gratuito aos alunos”, conclui.

A Secretaria de Educação também pretende criar conselhos escolares nas instituições. Para o subsecretário, os grupos aproximam os pais das escolas.

Abandono
As taxas de abandono escolar no DF em 2014 estão um pouco abaixo das médias nacionais. Cerca de 5,2% (5.746) dos alunos do ensino médio deixaram a escola antes da conclusão do ano. Nas instituições públicas, essa taxa sobe para 7% (5.724 estudantes). No ensino fundamental, a taxa cai para 1,2%, que representam 4.801 crianças.

No Brasil, os índices de abandono ficaram em 2,2% no ensino fundamental e 7,6% no ensino médio. Embora pareçam percentuais baixos, representam centenas de milhares de crianças. Ao todo, mais de 1,2 milhão de crianças e adolescentes desistiram de continuar o ano escolar no país.

 

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