Jardins da UnB estão sem manutenção e alunos se mobilizam
Instituição não conseguiu finalizar a licitação antes do término do contrato da empresa responsável pela jardinagem
atualizado
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Quem já andou pela Universidade de Brasília (UnB), com certeza já reparou nos jardins da instituição. Mas, há cerca de três meses, o cenário cedeu espaço a uma paisagem completamente devastada. Sem receber água desde fevereiro, as plantas morreram e o gramado secou antes mesmo do auge do período de seca no Distrito Federal. Alguns alunos, no entanto, tentam amenizar a situação. Um grupo de estudantes tem regado parte da flora do Instituto Central de Ciências (ICC).
O contrato com a Agil Serviços Especiais, responsável pela jardinagem nos campi da UnB, terminou em 12 de fevereiro, e a universidade não conseguiu concluir a licitação para a contratação de outra empresa antes dessa data.
“A Agil prestou esse serviço durante seis anos. Não conseguimos prorrogar por mais tempo e somente nesta semana finalizamos o processo licitatório”, explica o diretor de Terceirização do Decanato de Administração e Finanças (DAF), Júlio Versiani.
A Agil concorreu ao processo e novamente ficará encarregada de cuidar dos jardins da instituição. Além das plantas e do gramado, também tomará conta do mato, que vem invadindo as pistas e preocupando alunos e servidores que precisam se deslocar a pé pela universidade diariamente. De acordo com o diretor de Terceirização, a empresa deverá assumir todas as responsabilidades no prazo máximo de 15 dias.
“Nesta quarta (4), tivemos uma reunião com a prefeitura, a Diretoria de Terceirização e a Agil para definir os inícios dos trabalhos”, apontou Versiani. A empresa receberá R$ 330 mil por mês para cuidar das plantas da instituição. Entretanto, diferentemente do acordo praticado nos últimos anos, o maquinário não será mais disponibilizado pela universidade, e a companhia terá que levar equipamentos próprios. O contrato vale por um ano e poderá ser prorrogado por igual período.
Mobilização
Enquanto os funcionários não começam os serviços, estudantes tentam recuperar os jardins por conta própria (foto principal). “Montei um grupo no WhatsApp para reunir algumas pessoas em torno dessa causa. A UnB também é nossa, e não podemos deixar os jardins esquecidos. Lembrando que não queremos aliviar a responsabilidade da prefeitura”, explicou Déborah Sogayar, 20 anos, aluna de jornalismo.
Eduardo Meirelles, 20, colega de curso de Déborah, está entre os universitários que aderiram à iniciativa. “A reitoria criou, neste ano, a campanha ‘UnB, eu cuido’, mas deixa as plantas assim. Conversei com alguns terceirizados e eles me disseram que receberam ordens expressas para não regar os gramados, já que não é função deles. No entanto, nós nos importamos e, por isso, estamos nos articulando e cuidando das plantas dentro das nossas possibilidades”, comentou.