Grupo de alunos ameaça retirar ocupantes à força de dentro da UnB
As convocações são feitas pelas redes sociais. Estudantes contrários aos protestos procuraram a Justiça para acabar com as ocupações
atualizado
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Por meio das redes sociais, estudantes contrários à ocupação da Universidade de Brasília (UnB) ameaçam partir para o confronto com os alunos acampados no campus em protesto contra a Proposta de Emenda à Constituição 55 (antiga PEC 241), que limita os gastos públicos pelos próximos 20 anos.
Estudantes contrários à ocupação afirmam que a manifestação prejudica a comunidade acadêmica, com a paralisação de serviços e de aulas. Uma postagem convoca os alunos que querem “restaurar a ordem” na UnB para se juntarem e “reaverem” a instituição de ensino. Cerca de 50 pessoas se comprometeram a participar do ato.
Os estudantes acampados na instituição acompanharam as postagens e afirmam estar preparados para um possível confronto. “Nós estamos atentos. Fizemos um esquema de segurança interligado. Fazemos ronda de carro das 23h às 7h e temos uma equipe de prontidão para atuar a qualquer momento”, declarou um aluno que está na ocupação, mas preferiu não se identificar.
Ainda de acordo com o estudante, eles usam rádios para facilitar a comunicação e cerca de 300 alunos estão vigiando cada entrada da UnB.Via judicial
Na tentativa de acalmar os ânimos, grupos declaradamente contrários à ocupação entraram na Justiça para resolver o problema. Eles apresentaram uma representação ao Ministério Público Federal no DF (MPF-DF) após reunirem 3.048 assinaturas em favor da desocupação dos prédios. A representação foi distribuída à procuradora Luciana Loureiro Oliveira, que ainda vai decidir se dará prosseguimento à ação.
“O nosso grupo já pediu aos alunos contrários à ocupação que não partam para o confronto. Não é dessa forma que queremos resolver. Temos apoio de alguns políticos e agora esperamos a decisão da Justiça”, declarou Hiago Tadeu, 21 anos, representante do Distrito Liberal — organização de alunos que se posicionam contra os protestos.