GDF define seis escolas para serem militarizadas a partir de agosto
Decisão, contudo, ainda precisa ser aprovada em assembleia realizada pelas comunidades escolares escolhidas
atualizado
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O Governo do Distrito Federal (GDF) escolheu as seis escolas que devem passar a ter gestão compartilhada entre a Secretaria de Educação, a Polícia Militar (PMDF), o Corpo de Bombeiros Militar (CBMDF) e a Secretaria de Segurança Pública. A lista contempla o Centro de Ensino Fundamental (CEF) 19 (Taguatinga), o CEF 407 (Samambaia), o Centro Educacional Gisno, o CED Condomínio Estância III (Planaltina), o CEF 01 (Núcleo Bandeirante) e CEF 05 (Paranoá).
Antes da nova gestão, no entanto, as unidades precisam realizar assembleia com a comunidade para aprovar a mudança no regime educacional. Caso seja confirmada, mais 6 mil estudantes da rede pública passarão a ser atendidos pela medida, a partir de 1º de agosto. “A palavra final é da comunidade escolar, mas podemos adiantar que estamos impressionados com os resultados alcançados até agora: 78,5% dos professores das quatro escolas-piloto preferem a gestão compartilhada do que o modelo anterior”, disse o secretário de Educação, Rafael Parente.
Em junho, o governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha (MDB), havia antecipado ao Metrópoles a decisão de ampliar o modelo. Segundo ele, houve resultado positivo nas pesquisas realizadas dentro das próprias comunidades escolares atendidas. De acordo com o emedebista, a escolha atendeu a um índice criado pelo GDF para analisar determinados fatores, como desempenho dos alunos, taxas de evasão e de reprovação, bem como as ocorrências criminais registradas nas localidades das escolas.
“Criamos essa metodologia matemática que resultou no Indicador de Vulnerabilidade Escolar [IVE]. A partir dessa realidade, vamos priorizar as comunidades com mais necessidade de atenção imediata. Queremos iniciar esse processo nos próximos dias para que, até o fim do mês, tenhamos um total de 10 escolas atendidas pelo novo modelo. Depois, vamos ampliar para até 40 unidades”, disse Ibaneis, na época.
PM na escola
Desde 11 de fevereiro, quando começou o ano letivo, a PM atua diariamente: no Centro Educacional (CED) 1 da Estrutural; no CED 308 do Recanto das Emas; no CED 7 de Ceilândia; e no CED 3 de Sobradinho. Conforme noticiado pelo Metrópoles, pouco menos de um mês após a implementação da novidade, a comunidade escolar já sentia os efeitos e elogiava as mudanças.
Com 693 instituições no DF, a rede de ensino tem sinalizado positivamente em relação ao projeto de gestão compartilhada com a Polícia Militar, por ajudar na melhora de questões como segurança, disciplina e desempenho na aprendizagem. A esperança das unidades de ensino, em especial as de áreas mais carentes, é conseguir reverter uma realidade de violência e precariedade nas imediações das escolas e investir na educação como instrumento de mudança social.
De acordo com o GDF, o projeto visa, por meio de ações conjuntas, proporcionar uma educação de qualidade, com a construção de estratégias voltadas ao policiamento comunitário, como forma de enfrentar a violência, incluindo o ambiente escolar. Em fevereiro, a Promotoria de Educação do Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT) se manifestou pela legalidade do projeto-piloto de gestão compartilhada entre a Polícia Militar e a Secretaria de Educação nas quatro escolas públicas do DF citadas.
Expansão do projeto
Desde que o início da gestão compartilhada foi anunciado, o governo recebeu várias solicitações de unidades públicas para que fossem beneficiadas com a medida. Contudo, o pedido das instituições de ensino para conhecer o modelo e debater com a comunidade escolar não é uma garantia de que elas serão escolhidas para participar do projeto. Segundo a Secretaria de Educação, um estudo identificou 175 colégios com os piores desempenhos da rede. As novas seis beneficiadas, portanto, estarão entre as chamadas “escolas prioritárias”.
O modelo em escolas públicas é inédito na capital. Os PMs que atuam nos centros de ensino são responsáveis pelas atividades burocráticas e de segurança, como controle de entrada e saída, horários e filas, além de darem aulas de musicalização, ética e cidadania no contraturno.