Estudantes da UnB organizam ato contra impeachment de Dilma Rousseff
Os alunos contrários ao afastamento da presidente farão atividades na instituição e planejam fechar as entradas do Minhocão
atualizado
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Protagonista de momentos decisivos da história brasileira, a Universidade de Brasília (UnB) sempre esteve presente nas discussões políticas, econômicas e sociais do país. Neste atual cenário de debates acalorados sobre o destino da presidente Dilma Rousseff, a instituição mais uma vez se mobiliza para colocar em pauta as mais recentes movimentações do Congresso Nacional. Nesta quinta-feira (28/4), Centros Acadêmicos (CAs) de diferentes departamentos vão fazer plenárias para tratar os desdobramentos do impeachment da petista.
Os participante do ato realizarão atividades em repúdio ao afastamento da presidente. Eles vão integrar o Dia Nacional de Paralisação de Estudantes Contra o Golpe que ocorrerá em todas as universidades do Brasil. Depois de uma assembleia marcada para as 12h no Instituto Central de Ciências (ICC) Norte, os universitários planejam uma passeata pelo prédio e pelo Restaurante Universitário (RU), e planejam fechar as entradas do popularmente conhecido “minhocão”.
“Será um ato simbólico. Não vamos barrar a entrada ou saída dos estudantes, mas queremos mostrar que vamos fazer de tudo para que o impeachment não aconteça”, explicou a vice-presidente regional da União Nacional dos Estudantes (UNE) e aluna do curso de ciências políticas da UnB, Luiza Calvette, 21 anos. Caso o afastamento da presidente seja aprovado pelo Senado, os universitários cogitam ainda iniciar uma paralisação estudantil.
Na Faculdade de Comunicação (FAC), a reunião que debaterá as decisões políticas ocorridas nos últimos meses também conta com o apoio de alguns professores e da direção do departamento, está prevista para as 9h. Integrante da direção do CA da FAC, o Cacom, Eduardo Meirelles, 20, informou que na plenária será formado um comitê para representar a faculdade nas discussões e atos contrários ao impeachment.
Durante o encontro organizado pelo Cacom, o sobrinho de Honestino Guimarães (líder estudantil da UnB desaparecido nos anos do regime ditatorial), Matheus Guimarães, a deputada federal Margarida Salomão (PT-MG) e o ex-diretor da FAC que administrou o departamento em 1966, Salomão Amorim, vão participar do debate.A paralisação não será exclusiva do campus Darcy Ribeiro. Na Faculdade de Planaltina (FUP/UnB), as aulas do turno vespertino também estarão suspensas nesta quinta (28). Os CAs dos cursos de História (Cahis) e Ciência Política (Capol) coordenam outras rodas de conversas durante o dia. O Metrópoles tentou entrar em contato com o Diretório Central de Estudantes (DCE), mas não recebeu retorno até a publicação desta reportagem.
Jean Wyllys
Ainda na quinta, ocorrerá na Praça Chico Mendes da UnB, às 19h, um ato público de apoio ao deputado federal Jean Wyllys (PSOL-RJ), que protagonizou um dos momentos mais tensos da sessão que aprovou a continuidade do processo de impeachment contra Dilma.
Após ter sido ofendido, o parlamentar cuspiu no deputado Jair Bolsonaro (PSC-RJ). O político do PSOL estará presente na ocasião liderada pela Executiva do PSOL-DF e Setorial LGBT.
Durante toda a quinta-feira (28/4), alunos contrários ao afastamento da presidente vão fazer atividades na instituição e planejam fechar o minhocão.