Escolas Parques funcionam no improviso e sem planejamento do GDF
Segundo o Conselho Distrital de Promoção e Defesa dos Direitos Humanos, mudanças no ensino são marcadas por descaso do governo
atualizado
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O Conselho Distrital de Promoção e Defesa dos Direitos Humanos (CDPDDH) identificou irregularidades em sete colégios integrais mantidos pelo governo de Brasília. A entidade está na segunda semana de uma programação que inclui visitas às escolas parques do Plano Piloto e Cruzeiro.
Dentre os problemas que estarão no relatório que o conselho apresentará nos próximos dias à Secretaria de Educação do DF, em audiência pública, estão desconforto e alimentação inadequada para os alunos.
“Em alguns colégios, o lanche é um saquinho de pipoca e metade de uma maçã. Os alunos reclamam de sentir fome. No almoço, há excesso de carboidrato e pouca variedade “, relatou.
Platini ressaltou que faltam colchonetes em escolas como a da 403 Norte, afetando o descanso dos alunos e obrigando professores a improvisarem o relaxamento nas próprias mesas da sala de aula.
Segundo o CDPDDH, ainda falta vistoriar a Escola Parque da quadra 8 do Cruzeiro, o que deve ser feito ainda nesta semana.
“A escola só cumprirá o seu papel transformador se houver investimento e respeito às instâncias democráticas da educação. Não se promove educação no improviso.”
Michel Platini, presidente do CDPDDH
Queda no rendimento escolar
Uma professora da Escola Parque 210/211 Sul, que não quis se identificar, considera a forma como o ensino integral foi implantado negativa. “Temos que cumprir um papel que não é nosso e com poucos recursos. Faltam dormitórios, frutas no lanche e verduras no almoço”, relatou.
Ela dá aulas para a rede pública há quatro anos e considera que “as escolas parques perderam o sentido inicial de atividades prazerosas”. Para o diretor do Sindicato dos Professores (Sinpro-DF), Samuel Fernandes, as 50 horas semanais implicam em excesso de atividades, gerando queda no rendimento dos alunos.
“Alunos ficam sem energia e com dores de cabeça. A situação piora quando a escola não oferece nem mesmo água para beber”, disse em relação à situação da Escola Parque 308 Sul, visitada na última segunda-feira (12/6).
Além disso, ele considera que é obrigação do GDF oferecer as mínimas condições para alunos e professores, já que mudou a forma de atendimento dos estudantes nas escolas parques em 2017.
A Secretaria de Educação do DF
Em nota, a Secretaria de Educação do Distrito Federal (SEEDF) informou que aguarda o relatório do Conselho Distrital de Promoção e Defesa dos Direitos Humanos para fazer as devidas considerações. Pontuou que o projeto das escolas parques está em fase de implantação e avaliação, por isso “vários ajustes estão sendo realizados ao longo do ano letivo, com melhorias constantes.”
Entre os itens que são servidos aos alunos, segundo a Secretaria, estão “arroz, macarrão, leite, biscoitos, feijão carioca, carne bovina cozida com legumes, frango desfiado cozido com legumes, suco concentrado, filé de peixe, ovo e uma grande variedade de frutas (abacate, abacaxi, banana, goiaba, maçã, mamão, melão, melancia, tangerina, maracujá e morango) e hortaliças (abóbora, abobrinha, batata, batata doce, brócolis, beterraba, cebola, cenoura, couve, repolho, tomate, vagem, salsa, cebolinha, alface e espinafre)”.
Sobre os lanches servidos aos alunos, o órgão ressaltou que “a alimentação escolar é variada e atende ao que determina a Resolução CD/FNDE n° 26/2013. Além disso, todo o cardápio servido nas escolas é elaborado pelo quadro técnico de nutricionistas da SEEDF.”