Escolas do DF correm risco de encerrar ano letivo apenas em 2021
Entidades educacionais divergem sobre intenção do governo em prorrogar suspensão das aulas presenciais até junho
atualizado
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Entidades educacionais do Distrito Federal se manifestaram, nessa quarta-feira (01/04), sobre a decisão do Executivo local em estender o período de suspensão das aulas presenciais nas redes pública e particular de ensino até junho em função do novo coronavírus.
O presidente do Sindicato dos Estabelecimentos Particulares de Ensino do DF (Sinepe), Álvaro Domingues, afirmou ao Metrópoles que a decisão de adiar as aulas presenciais para o meio do ano é correta “desde que haja um argumento significativo do ponto de vista da saúde para fazer esse adiamento”.
“O que o governo tem que pensar agora é até que ponto vale a pena estar nessa interrupção, para depois haver uma desorganização total do setor produtivo”, explicou.
Domingues alerta para o fato de as escolas correrem o risco do ano letivo ser encerrado apenas em 2021 por causa da ampliação da paralisação.
“Se caminharmos para abril e maio sem aulas, as escolas particulares terão de incrementar a modalidade a distância para sustentar essa aprendizagem. Teremos que terminar o ano letivo em 2021. Nossa preocupação também está com a qualidade do ensino lecionado”, finalizou o presidente do Sinepe.
Medida necessária
O diretor do Sindicato dos Professores do DF (Sinpro-DF), por sua vez, classificou a medida como “necessária”. “A prioridade no momento deve ser pela vida e preservação da saúde de todos”, defendeu Samuel Fernandes.
Caso não decida pelo adiamento, as escolas permaneceriam sem aulas até o dia 13 de abril. Para Fernandes, será preciso rediscutir um novo cronograma para o ano letivo em função da paralisação provocada pelo novo coronavírus.
“Quando tudo isso passar e voltarmos à normalidade, com as aulas presenciais, discutiremos a recomposição do calendário escolar”, finalizou o diretor do Sinpro.
A intenção de adiar, mais uma vez, o decreto que suspende atividades de grande aglomeração foi manifestada pelo governador Ibaneis Rocha (MDB) nessa quarta-feira (01/04).
O que diz a Secretaria de Educação
Em nota, a Secretaria de Educação ressaltou que a prioridade é preservar a saúde de estudantes e professores. “É a evolução da pandemia da Covid-19 que vai determinar os próximos passos a serem tomados. Embora não seja possível afirmar quando a normalidade será retomada, a Secretaria tem o firme propósito de não permitir que nenhum estudante perca o ano letivo e tem trabalhado diuturnamente para isso, apesar das dificuldades impostas pelas medidas sanitárias”
370 casos
Segundo o último comunicado do GDF, a cidade tem 370 casos confirmados do coronavírus e quatro mortes.
Dados e medidas
Ibaneis também afirmou que o DF pode registrar cerca de mil infectados pelo novo coronavírus no período de pico da pandemia na capital do país. A previsão é de que o número seja registrado na segunda quinzena de abril.
O governador publicou nessa quarta-feira (01/04) decreto que amplia a quarentena até o dia 13 de abril. Porém, no documento, as feiras permanentes deverão ter autorização para voltar a funcionar.
“Mas com equipes da saúde e segurança mantendo a ordem. Se houver descumprimento das recomendações, mando fechar novamente”, disse o titular do Palácio do Buriti.
Alunos e pais de instituições particulares de ensino pedem que, com as aulas a distância, as mensalidades sejam reduzidas.