Escola do DF abre matrículas após demitir todos os professores
Sindicato afirma que cerca de 200 profissionais foram demitidos em dezembro e não houve contratações no Colégio Marechal Duque de Caxias
atualizado
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O Colégio Marechal Duque de Caxias (CMDC), com 12 unidades espalhadas pelo Distrito Federal, começa o ano com matrículas abertas para 2020 apesar de não ter docente algum contratado, segundo o Sindicato dos Professores em Estabelecimentos Particulares de Ensino do Distrito Federal (Sinproep-DF). O caso seria uma reação à greve dos discentes da instituição no mês de dezembro.
De acordo com o diretor jurídico da entidade que representa os educadores, Rodrigo de Paula, foram quase 200 educadores demitidos, mesmo com salários atrasados, e ainda não há movimentação para novas contratações. “Já deviam os meses de novembro e dezembro, além do 13º salário e, quando mandaram embora, não pagaram rescisão. Pior que até agora não chamaram ninguém”, reclama.
Para o representante do sindicato, a situação será ainda pior que a da Rede Alub, que fechou as portas no fim do ano passado. “Lá conseguiram, pelo menos, terminar o ano letivo. A perspectiva agora é que nem comece. Acho que vão dar o calote em todo mundo”, diz.
Quem pode sair prejudicado são os alunos e responsáveis, como Amilton Capistrano, 53 anos. Ele é pai de uma criança que está prestes a iniciar o 5º ano do ensino fundamental no Colégio Madre Blandina, arrendado pelo CMDC no começo de 2019, e renovou a matrícula em dezembro.
“Cheguei a conversar com alguns professores e eles disseram que estavam confiantes na resolução dos problemas. No fim do ano passado, fui pego de surpresa com a notícia da demissão em massa”, conta.
Sem receber notícias da escola, ele diz que passará a monitorar a situação de perto para resolver se mantém o filho na unidade ou realiza a transferência. “A gente já pagou a matrícula, então pedir o estorno. Já estou monitorando outras escolas. Vamos ver como será”, avalia.
Versão oficial
Acionada, a Secretaria de Educação (SEE) informou que o processo de credenciamento da unidade da Asa Sul está em análise pelo Conselho de Educação do Distrito Federal, “ainda sem autorização ou indeferimento”. Já o credenciamento da unidade da Asa Norte, afirmou, “foi indeferido na último reunião do Conselho em 2019”.
A pasta disse ainda que está comunicando “todos os órgãos responsáveis para que as providências sejam tomadas” e lembrou que documentos emitidos por instituições sem o credenciamento não possuem validade, ou seja, o ano letivo pode não ser considerado. As outras unidades da CMDC possuem autorização por terem sido arrendadas.
A lista de todas as escolas credenciadas pela Secretaria de Educação é pública e pode ser conferida por meio deste link.
O Colégio Marechal Duque de Caxias afirmou que foram 68 professores demitidos dos 600 que eles contam.