Escola de Samambaia oferece riscos a alunos e professores, diz TCDF
A EC 415 foi construída para funcionar de forma provisória na década de 1980. Mas, 24 anos depois, não recebeu qualquer reforma estrutural
atualizado
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Em visita à Escola Classe 415 de Samambaia nesta sexta-feira (1º/4), representantes do Tribunal de Contas do Distrito Federal(TCDF) e da Comissão de Educação da Câmara Legislativa ficaram estarrecidos com que encontraram. Os diversos problemas na estrutura comprometem a qualidade do ensino; prejudicam a saúde e a segurança de alunos, professores e servidores; e até podem colocar em risco a vida de quem frequenta o local.
No dia 24, o Metrópoles divulgou reportagem sobre um relatório elaborado pela comissão, que sugere a demolição do colégio, em função do péssimo estado de conservação da unidade. O presidente do TCDF, conselheiro Renato Rainha, foi à unidade acompanhado do presidente da comissão, deputado distrital Professor Reginaldo Veras. Na inspeção, verificou-se que os pilares de sustentação da edificação estão corroídos. “Essa situação tem que ser corrigida de imediato”, ressaltou Rainha.
A EC 415 foi construída para funcionar de forma provisória na década de 1980. Mas, 24 anos depois, a escola não teve qualquer reforma estrutural. As placas de pré-moldado que compõem as paredes das salas de aula estão se descolando. Não há condições mínimas de acessibilidade.
O piso está todo rachado, com placas soltas, desníveis enormes entre os blocos e ferragem exposta, o que já provocou acidentes com as crianças de cinco a 12 anos que estudam lá. Os banheiros também estão deteriorados. Segundo o coordenador da Regional de Ensino de Samambaia, Celso Antônio Pereira da Silva, não cabe mais reparo. “Essa escola precisa ser demolida e uma nova construída no local”, disse.
A rede elétrica está comprometida, sem aterramento, com fios soltos e constantes descargas de energia. Vários alunos e quase todas professoras já tomaram choques. Além disso, nos dias de chuva, a escola inunda e chove dentro das salas de aula. Também não há conforto térmico e isolamento acústico. “Aqui o calor é muito forte e, quando chove, nós levamos choque e as paredes ficam parecendo uma cachoeira”, afirmou a professora Aidê Ferraz.
Em 2011, a escola da rede pública foi incendiada e sete salas de aula ficaram completamente destruídas. Segundo a Regional de Ensino, só houve pequenos reparos na parte elétrica depois do episódio e uma nova pintura.
Monitoramento
O monitoramento do cumprimento das determinações feitas pelo TCDF após a realização de auditoria em 2014 será feito durante o ano de 2016. Essa fiscalização abrangerá todas as Regionais de Ensino. Ao final das visitas, a Corte vai produzir um relatório apontando a qualidade das instalações e se a Secretaria de Educação (SE/DF) cumpriu as determinações feitas, especialmente para implementar um plano de manutenção das escolas públicas do DF.
“Nós estamos muito preocupados com as condições das escolas públicas do DF e vamos convocar o secretário de Educação para a correção das irregularidades encontradas”, disse Rainha após a visita. (Informações do TCDF)