Escola de madeira em Planaltina é interditada por risco de desabamento
Os 250 alunos do Centro de Ensino Fundamental 1, sendo 150 deles especiais, estão sem aula desde 17 de fevereiro deste ano
atualizado
Compartilhar notícia
Alunos do Centro de Ensino Fundamental 1, de Planaltina, estão impossibilitados de frequentar as aulas desde o dia 17 de fevereiro. Não por conta de greve ou falta de limpeza no estabelecimento. O problema desta vez é que o barracão de madeira, com cinco salas, onde eles estudam foi interditado pela Defesa Civil porque corre o risco de desabar.
Depois da interdição parcial, naquela data, a área foi totalmente isolada em 16 de março, com a emissão do laudo da Defesa Civil. O barracão recebe 250 estudantes, sendo 150 especiais e 100 de ensino integral.
A defensora pública Karoline Leal disse que medidas serão tomadas para solucionar o problema.”Vamos expedir ofícios para o Governo do Distrito Federal e Secretaria de Educação, aguardar retorno até o início da próxima semana e dar início às ações individuais e coletivas, que serão ajuizadas na Justiça”, explicou.
Ainda de acordo com a defensora, o objetivo é garantir o acesso dos jovens à educação, exigindo a construção de um local adequado. Antes disso, a defensoria vai cobrar do GDF a locação de um espaço provisório para receber os alunos.
Os pais dos alunos se mostram preocupados com a situação e destacam o prejuízo para os filhos.
“A estrutura do barracão é precária. Pode cair na cabeça dos alunos a qualquer momento. O ensino faz muita falta, principalmente para os especiais. Eles precisam desse auxílio”, diz a funcionária pública Deusicléia Barbosa, 54 anos, mãe de Marcelli de Castro, 33, estudante da Educação de Jovens e Adultos Interventiva, que funciona no local.
Segundo o professor Davi Moreira, que trabalhou no colégio em 2016, o barracão foi construído pela Secretaria de Educação há 18 anos, como alternativa provisória para receber os estudantes. “Eu não conhecia a realidade do barracão até vir trabalhar aqui. Foi então que comecei uma campanha para colher assinaturas em um abaixo-assinado, buscando cobrar soluções para o espaço”, disse.
O educador também relatou que, em 2015, um engenheiro chegou a vistoriar o barracão e recomendou à Secretaria de Educação que ele fosse demolido. Dentre os problemas, buracos na parede e no teto, o que acaba provocando muitas goteiras em época de chuva.
A diretora do Centro de Ensino Fundamental 1, Edna Rodrigues, disse se sentir impotente. “Os alunos nos questionam. Cobram respostas, mas nós não temos.” Em nota, a Secretaria de Educação reconheceu o problema, mas não deu data para que ele seja solucionado.
“A direção isolou o local para preservar a segurança das crianças, atendendo solicitação da Defesa Civil. No momento, não há previsão para obras. A pasta, no entanto, trabalha para buscar um novo local para atender os alunos.”