Enem: aluna do DF nota mil na redação ouve podcast e lê clássicos
Ana Clara Socha, de 21 anos, deseja cursar medicina e se diz ansiosa pelo resultado da seleção
atualizado
Compartilhar notícia
Estudante nota mil na redação do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) de 2019, Ana Clara Socha, 21 anos, contou ao Metrópoles como conseguiu a façanha de tirar a nota máxima na prova. E aproveitou para dar dicas a outros candidatos, para que eles sejam capazes de realizar o feito.
Além dela, uma jovem de 19 anos de Brasília também conseguiu mil pontos na prova. Em todo o Brasil, foram 53 participantes com a nota perfeita.
Em outras edições do teste, a melhor nota de Ana Clara foi 880 pontos. No Enem de 2018, ela alcançou o índice de 820. “Neste último Enem, achei que o tema um pouco diferente, mais voltado para cultura. Gostei mais”, conta. Em 2019, a redação proposta aos candidatos teve como mote a “Democratização do acesso ao cinema no Brasil”.
Para se manter sempre bem informada sobre o noticiário e os assuntos do momento, Ana ouve podcasts mas também recomenda a boa literatura. O objetivo é enriquecer o vocabulário. “Como o Enem sempre cobra essas pautas sociais, acho importante ficar atenta ao que está acontecendo.”
A jovem se formou no ensino médio em 2015, no Colégio Leonardo Da Vinci, e desde então tenta passar no curso de medicina. O caminho para conseguir a nota mil incluiu ao menos duas redações por semana a fim de praticar o gênero dissertativo-argumentativo.
Entre os exercícios, estavam propostas de textos de outras edições do exame e de vestibulares. “Pegamos provas da UnB, Unesp, Fuvest, USP, e o professor também propunha outros temas.”
A rotina de estudos para conseguir a tão sonhada vaga no curso de medicina inclui aulas pela manhã e estudos do período da tarde até o início da noite. “Eu vou cedo para o cursinho e, quando as aulas terminam, continuo estudando até a noite”, conta.
O ramo de atuação dentro da medicina já está pré-definido. Ana quer ser cirurgiã ou cardiologista, mas admite que pode mudar de ideia ao longo do curso, caso se apaixone por outra área.
Ela aguarda ansiosa pelo resultado do Sistema de Seleção Unificada (Sisu) e se diz preparada para se mudar de cidade, se for o caso. “Vou para onde eu passar. Estou na expectativa.”
Não tem fórmula mágica
O professor de redação da Academia das Específicas, Thiago Silva — mais conhecido como Frajola —, deu aulas para Ana Clara e diz que não ensina fórmula para os alunos. Segundo ele, houve outra nota mil no ano passado e, na última edição, 10 estudantes conseguiram 980 pontos. “É o que a gente chama de mil quebrado”, brinca.
Para o educador, a metodologia vem dando resultados e é baseada em entregar ao exame o que a prova espera do candidato. “Tem gente que quer escrever bonito, usar palavras diferentes, mas isso não é garantia de nada”, diz.
“O que o Enem espera? Uma opinião bem marcada, o respeito à gramática e, no fim, apresentar uma proposta de intervenção. Se o seu texto atender a esses requisitos, ele vai cumprir seu papel”, detalha o professor.